De pai para filho

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Brian

Cada minuto dessa festa foi um tormento. Estamos no meio de uma multidão e com mil e um protocolos que precisam ser seguidos.
Só não me arrependi de nada do que foi feito porque minha esposa não para de sorrir para nossos convidados.
Esposa!
Passo a mão no rosto incrédulo e faço um brinde ao infinito.
Obrigado "papai" por me fazer conhecer uma mulher incrível!
Ainda não acredito que ostento uma aliança no dedo esquerdo indicando que sou um homem casado.
Olho para as mãos da mulher responsável por isso e sorrio. No dedo dela tem a maior aliança que consegui encontrar, ela ainda não se deu conta que a aliança simples que ela escolheu foi trocada e combina perfeitamente com meu recado para o mundo.
Gio é minha!
Não entendo os sentimentos que desperta em mim e não estou interessado em descobrir o que significam agora.
Só consigo pensar em encontrar aquela porta e carregá-la para lá.
No meio da dança ela diz que quer ir embora. Não precisa repetir: ela quer, faço acontecer.
Em uma das idas de minha mulher ao banheiro escutei, por acaso, suas amigas discutindo os planos para o café da manhã surpresa para os recém casados.
Assim que percebo que podemos deixar a festa, levo Gio comigo para a saída do hotel.
Minha gatinha não fica satisfeita com a notícia de que iremos viajar, uma hora de tortura a mais não vai nos matar.
Embarcamos e mal decolamos tiro minha esposa de seu assento e a levo para o quarto.
- Você está proibido de destruir este vestido.
- Uma hora de voo não é suficiente para o que tenho em mente baby.
- Por que estamos viajando hoje?
- Suas amigas estavam planejando uma continuação da festa amanhã. Você é toda minha, já esperei demais para te ter.
- Nem me despedi dos nossos convidados, vão nos achar grosseiros.
- A única pessoa cuja opinião me importa está aqui.
Não vou começar algo que não temos tempo para terminar, infelizmente como saímos às pressas, teremos que descer em LA vestidos de noivos.
Começo a gargalhar.
- O que foi?
- Não planejei nossa fuga direito.
- Como assim?
- Nossas malas virão depois, então não podemos nos trocar, se encostar em você toda Los Angeles vai saber que consumamos o casamento no avião, você não sairá daqui intacta.
- Tem lojas no aeroporto.
- Sim, você está me dizendo que quer sair vestida de noiva de um jato com cabelo e maquiagem arruinadas?
- Você se importa com a opinião dos outros?
- Ao meu respeito não, a seu respeito com certeza.
- Então o que faremos nesse tempo.
- Vem gatinha, quero sentir você.
Abraço Gio e sento na cama com ela em meus braços.
- Obrigada.
- Pelo que?
- Pelo casamento mais incrível que uma garota poderia ter.
- Ver você feliz compensou.
- E você? Está feliz?
Sua pergunta me faz pensar se sei o que é felicidade.
O calor no meu peito com cada expressão de felicidade no rosto dessa mulher e a certeza de que sou o responsável por isso, deve ser felicidade. Tudo que aconteceu nessa noite foi para ela, não precisava nem de testemunhas para cumprir um contrato, mas queria proporcionar à ela uma cerimônia inesquecível.
Encosto meu queixo em sua cabeça e suspiro.
- Acho que pelo menos uma vez meu pai trouxe algo de bom para minha vida.
- Sua segurança financeira?
- Não.
- Seus investidores?
Abaixo meu olhar para encontrar o seu.
- Você. Você é o presente que meu pai nunca sonhou me dar.
- Você está feliz?
- Eu estou apaziguado. Tudo parece certo em muito tempo, acho que isso significa felicidade.
- Ainda não acredito que estou casada.
- Daqui a pouco você não terá dúvidas disso baby.
- Onde ficaremos.
- Em casa.
- Você tem uma casa em LA?
- Venho muito aqui a negócios. A empresa tem uma filial na cidade. Não gosto de hotéis.
- Quando é sua reunião de negócios?
- Quarta-feira da próxima semana. Temos de sexta a terça para curtir em lua de mel.
- Quais são os planos?
- Não morrer de inanição e nem sair do quarto?
- Engraçadinho, falei sério.
- Sem planos, faremos o que você quiser, desde que muitas horas sejam passadas dentro do quarto, em cima do sofá, em cima da mesa do escritório, no chão da biblioteca em frente à lareira, no balcão da cozinha, na banheira, no chuveiro.
Pontuo cada lugar que imaginei a gente fazendo amor com uma mordida em seus pescoço, orelha, ombro.
- Brian...
- Fala baby.
- Para com isso.
- Parar o que?
- De começar algo e não terminar.
- Nós vamos terminar.
Ela se vira em meu colo e toma minha boca, é a primeira vez que toma a iniciativa de um beijo nosso fora do quarto e é maravilhoso.
A comissária de bordo nos interrompe avisando que iremos pousar.
Bem a tempo, estava a ponto de arrancar o vestido e fazer que alguém trouxesse uma loja inteira se preciso fosse para sairmos da aeronave intactos.
- Falta pouco - beijo sua mão enquanto a levo até sua poltrona.
Giovanna Wilson Cooper Richard é o agrado que a vida me reservou. Sinto que sou uma criança que espera ansiosa a manhã de Natal para desembrulhar os presentes. Para mim é Natal e ela o meu presente. Meu pai acertou no alvo uma vez antes e morrer.


Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora