Um palyboy com caráter

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Gio

Entro no carro e reparo o que quase confessei ao Brian quando explicava a importância de Belle na minha vida.
Não falei nada da minha família e a primeira informação ser a minha humilhação pública com o quase casamento, só mostraria a pessoa patética e incapaz de ler as entrelinhas que fui.
- Estamos quase chegando ao escritório, senhorita.
- Você trabalha há muitos anos pra o Sr Richard?
- Eu trabalhava para os avós dele, conheço o senhor Richard desde que ele era um bebê. Fui com seu pai buscá-lo no hospital quando ele nasceu.
- Como era o relacionamento dele com o pai?
- Acho melhor que o próprio Brian lhe conte senhorita, me desculpe.
- Tudo bem, Tim. Todos temos coisas na vida que não queremos que outras pessoas saibam assinadas no nosso livro da vergonha.
Chegamos ao escritório, saio do carro e vou em direção ao vestiário dos funcionários.
Chego ao andar em que trabalho e a Sra Judy aguarda por mim na cozinha de apoio.
- Olá Gio, tudo bem?
- Oi Sra Judy, tudo sim. Estou atrasada? Pergunto notando que esqueci o relógio em casa.
- Não querida. Queria saber como você está. Saiu ontem com as mãos sangrando e acompanhando Brian. Eu amo aquele menino, mas sei que ele não é fácil.
Eu fico olhando para essa doce senhora sem saber o que dizer. Não sei o quão íntima ela é de Brian e nem o quanto ele já contou para as pessoas que o cercam a respeito do nosso noivado.
- Eu estou bem, obrigada pela preocupação.
- Ele é um cavaleiro, mas é cínico em relação às mulheres. Ele está interessado em você, se me permite vou lhe dar um conselho de mãe.
- Claro.
- Acredite em mim quando eu digo que não há homem mais leal e correto em tudo em sua vida, mas eu não desejaria que ele olhasse para uma de minhas filhas como ele olhou para você ontem.
- Como ele me olhou?
- Sim, meu anjo. Com admiração e desejo. De novo não me entenda mal. Ficaria muito honrada se um homem com o caráter de Brian se aproximasse de uma das minhas filhas, mas se ele tivesse o mesmo comportamento com as mulheres que ele tem eu as manteria bem longe. Gosto de você Gio, por isso meu conselho, fique bem longe.
- Não sei se conseguirei me manter longe, Brian é controlador, não aceita uma negativa.
Ela sorri e me olha.
- Acho que ele nunca teve uma negativa para aceitar. Se não conseguir se manter longe, proteja seu coração criança, ou sairá machucada.
Com essas palavras ela deixa a sala e fico só com meus pensamentos.
Meu coração não está em jogo, ele foi despedaçado e não sobrou nada para ser machucado por outra pessoa.
Já meu corpo...
É outra história. Dois beijos e eu fiquei parecendo gelatina derretida. Nunca acreditei em partes de livros de romance em que a mocinha se derrete pelo ogrinho com um beijo, um toque, um sussurro.
Mas quando Brian me toca eu esqueço quem sou, pra onde vou. Seu sussurro na minha orelha me provocou arrepios onde eu nem imaginava que podia arrepiar.
O dia ocorre sem maiores transtornos além de uma xícara quebrada e um pouco de café no carpete da sala de reuniões.
Ao sair do escritório percebo olhar de alguns dos funcionário da empresa em mim.
O café foi resultado do susto que tomei no instante em que um dos executivos me passou o celular quando Brian pediu para falar comigo.
Não sei como ele descobriu que eu estava abastecendo a sala de reuniões, mas entrou em contato com um dos membros da diretoria e pediu que passasse o telefone para sua noiva.
A partir daí a fofoca correu pelos corredores da empresa como pólvora. Ao fim do dia, do porteiro ao diretor geral, todos sabiam que a nova copeira era também noiva do CEO.
- Gio amanhã cedo, assim que chegar, venha ao RH - me pede a senhora Mary.
- Certo. Pode adiantar o assunto?
- Apenas esclarecimentos quanto à sua nova função.
- Nova função?
- Sim, a partir de amanha, você será assistente da secretária executiva, a Sra Judy.
- Eu posso me recusar a assumir essa nova função?
Ela me dá um olhar que me diz que não e simplesmente diz.
- Sinto muito.
Eu já sei com quem deverei discutir essa nova função, meu amado noivo vai cair do cavalo quando eu chegar em sua casa, se bem que....
- Gio?
- Belle, posso dormir na sua casa? Preciso de um local para passar a noite ou vou acabar viúva antes mesmo de casar.
- Claro, mas está tudo bem?
- Se eu matar o Brian vai ficar perfeito.
- O que houve? Preciso amolar meu conjunto de facas e ajudar a esconder um corpo?
Eu solto uma gargalhada.
- Só você para melhorar meu dia, chegando aí conto tudo e decidimos juntas.
Saio do prédio em direção ao metrô, sem olhar para trás. Sei que Tim deve estar sem entender nada, mas não quero me explicar agora.
Só de uma noite livre de drama para pensar.

Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora