Como ter um admirador

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Viu como o cara estrangeiro estava secando você na aula de literatura inglesa? - berrou Jimin quando nos encontramos depois das aulas. – Ele é muito lindo e está a fim de você! E é da realeza. Apertei o pulso dele, tentando acalma-lo - Chim, antes de você comprar um presente para o nosso casamento "real", tenho que dizer uma coisa apavorante sobre esse cara supostamente muito lindo.

Meu amigo cruzou os braços, incrédulo. Dava para ver que Chim já tinha uma opinião formada sobre Kim Seokjin, baseada totalmente em ombros largos e boca carnuda.

-O que você poderia saber sobre ele que fosse apavorante? Nós acabamos de conhecer o garoto!

Suspirei e disse: - Na verdade eu o vi hoje cedo. Aquele cara, o Seokjin, estava no ponto de ônibus. Me encarando.

Só isso? – Chim revirou os olhos.
– Talvez ele venha para a escola de ônibus.

Não veio.

- Então ele perdeu o ônibus. – Ele deu de ombros. – Isso é idiota, mas não é apavorante.

- É mais esquisito do que isso - insisti. - Eu... eu acho que ele disse o meu nome com aquele título ridículo antigo. No momento em que o ônibus apareceu. Jimin pareceu confuso.

- Meu nome antigo - esclareci. Meu melhor amigo inspirou fundo.

- Certo, Isso pode ser meio esquisito.

- Ninguém sabe aquele nome. Ninguém.

Na verdade nem Jimin sabia muito sobre o meu passado. A história da minha adoção era um segredo bem guardado.

Se fosse revelado, as pessoas iam me achar uma aberração. Sem dúvida eu me sentia uma aberração toda vez que pensava na história.

Minha mãe adotiva, que era antropóloga, tỉnha ido estudar uma seita clandestina e exótica na região central da Romênia. Estava lá com meu pai para observar os rituais da seita, esperando escrever um de seus artigos reveladores sobre subgrupos culturais.

Mas as coisas se complicaram lá na Europa oriental. A seita era um pouco esquisita demais, um pouco fora do comum demais, e alguns aldeões romenos formaram uma conspiração, decididos a dar um fim àquele grupo.

À força. Pouco antes do ataque, meus pais biológicos me entregaram, ainda bebê, aos pesquisadores coreanos que estavam de visita, implorando que me levassem a Coreia do Sul, onde eu ficaria em segurança.

Eu odiava essa história. Odiava o fato de que meus pais biológicos eram pessoas ignorantes, supersticiosas, que foram iludidas a ponto de entrarem para uma seita.

Eu nem queria saber como eram os rituais. Sabia que tipo de coisas minha mãe estudava. Sacrificios de animais, culto às árvores, virgens jogadas em vulcões...

Talvez meus pais biológicos estivessem envolvidos em algum tipo de bizarrice sexual da realeza.
Talvez por isso tivessem sido assassinados. Quem sabia? Quem queria saber? Nunca pedi detalhes e meus pais adotivos não me forçaram a saber mais do Eu me sentia feliz em ser Min yoongi, coreano. Para mim, O príncipe Min Yoongi não existia.

Tem certeza de que ele sabia o seu nome? – perguntou Chim.

-Não – admiti.
– Mas achei ter ouvido.

-Ah, Gi .  Jimin suspirou. - Ninguém conhece esse nome. Você provavelmente imaginou a coisa toda. Ou então ele disse uma palavra que se parece com Min Yoongi...

Olhei atravessado para Chimmy. - Que palavra se parece com Príncipe Min YoonGi ?

- Sei lá. Que tal " Pi rin pi pim"?

Timeless • [YoonJin]Onde histórias criam vida. Descubra agora