- Bom, até que enfim você saiu da garagem, como queria - provoquei.
Não acredito que viva desse jeito. - Seokjin deu um risinho, apoiado em meus travesseiros de cetim cor-de-rosa.
No meu quarto. Mamãe tinha insistido para que ele se mudasse para dentro de casa até que sua perna ficasse boa. O gesso estava apoiado no cachorro-quente de pelúcia.
- É como viver num casulo fofo, feito de algodão-doce. – Ele - fez uma careta, - É rosa demais.
- Gosto de rosa, muito.
Seokjin fungou,
- Ao menos traços de ômega você tem. Mesmo o rosa sendo somente o primo patético e débil do vermelho.
- Bom, não é para sempre. Você vai voltar logo para seu calabouço escuro com as armas enferrujadas. – Olhei o quarto em volta. – Viu meu iPod?
- Refere-se a isso? Seokjin localizou o aparelho entre camadas de lençóis e o ergueu.
- É. - Estendi a mão. - Me dá.
- Ah, não posso ficar com ele? É tão chato ficar confinado aqui. E estou gostando de explorar suas preferências musicais.
Lá vamos nós.
- Por que não compra um?
- Mas o seu já tem Luisa Sonza - zombou ele.
- Não seja idiota, Gosto dela. Estou falando sério. - Um sorriso diabólico atravessou seu rosto.
- " Então desce, esfrego na sua cara, que a menina é braba!" Minha bunda, minha bunda, minha bunda! Quem não iria gostar disso?
Arranquei o iPod de sua mão e ele riu. Eu ri também,
- Se você não estivesse todo arrebentado...
- Faria o quê? – Ele agarrou meu pulso com uma velocidade espantosa para quem estava com as costelas partidas.
– Iria me bater até eu pedir clemência?
-Só nos seus sonhos.
É. As vezes. Nos sonhos. Quero dizer, eu não sonhava que batia nele. Mas ultimamente Seokjin vinha tendo mais participações especiais no meu sono. Em casamentos. Em cavernas escuras. À luz trêmula de velas. Ele me soltou, ficando sério.
- Eu nunca agradeci a você apropriadamente. - Ele se levantou um pouquinho, ajeitando- se, e se contraiu de dor como movimento. - Por ter cuidado de Fera, por ter ficado comigo. Você foi muito corajoso.
Mudei de posição também, tentando não esbarrar na perna dele. - Sinto muito por ela ter sido sacrificada.
Seokjin olhou pela janela, com a boca encurvada para baixo. - Você fez o que pôde. Mas acho que algumas coisas são perigosas demais para viver.
- Você tentou domá-la – acrescentei, sem jeito. - Funcionou durante um tempo. - Não era da natureza dela ser domada. No fim, todos somos fiéis à nossa natureza. À nossa criação.
Ficamos sentados em silêncio durante algum tempo e me perguntei no que Seokjin estaria pensando. Na égua ou nele mesmo?
- Parabéns pelo segundo lugar - disse ele. Acompanhei seu olhar até o quadro de cortiça na parede, onde eu havia pendurado a fita vermelha de vice-campeă ao lado de um punhado de outras azuis das competições de matemática que eu vencera.
Claro, Jackson Wang tinha ficado com a fita azul. Meu desempenho havia sido bom, mas não o suficiente.
- Você merecia a azul – confessei a Seokjin, sério.
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Timeless • [YoonJin]
Vampire|Concluída| Min Yoongi estava no último ano do ensino médio, tinha um crush que o correspondia, um melhor amigo no qual confiava muito. Tudo sairia como planejado. Tudo, se não fosse por Kim Seokjin, um intercambista romeno que se hospedou em sua ga...