Timeless • [YoonJin]

Como ser mordido pela primeira vez

Bem-vindo. - disse Seokjin abrindo a porta do seu quarto e recuando para que eu entrasse. - Apesar de já ter visto meus aposentos ainda assim é o meu primeiro convidado.

Evitei olhar em seus olhos - Pode não falar "disso"? Não tô nada pronto pra realidade. Jin fechou a porta atrás de nós.
- Vou respeitar sua vontade.

Porque sempre só eu que sentia constrangimento?. - O que você fez com esse lugar?

- Enquanto meus olhos se acostumavam à luz fraca, fui notando mais e mais detalhes no cômodo. - Uau! - O quarto, que já fora decorado com coisas de vó, tinha sido reformado ao estilo do que presumi ser um castelo romeno.

Uma colcha de veludo vermelho-sangue decorava a cama, um tapete persa elegantemente desgastado cobria parte do carpete bege remanescente e as paredes tinham sido pintadas de um cinza-azulado fechado. Cor de pedra.

Meu olhar parou de repente num suporte na parede com o que pareciam ser armas antigas. Coisas afiadas. Coisas pontudas.

- O que aconteceu com a coleção internacional de bonecos indigenas da mamãe?

- Eles foram repatriados.

Pela expressão irônica e satisfeita no rosto de Seokjin, tive a sensação de que o exilio dos bonecos era permanente. - Mamãe e papai vão matar você quando virem isso. Sabe disso?

- Impossivel. - Ele riu. - Além do mais, é tudo superficial. Pode ser revertido. Mas por que alguém preferiria aqueles cacarecos vagabundos a isso.. - Ele fez um gesto indicando o quarto ao redor, - E você, Yoongi? Gosta do que fiz?

Sim, muito - respondi, Odiava admitir mas parecia uma daquelas alas de shopping chiques que só de olhar você já se sente mal vestido.

- Como fez tudo isso sem que ninguém visse?

- Pode-se dizer que sou uma pessoa de hábitos noturnos.

À medida que minha perplexidade foi se esvaindo, a raiva contra Seokjin voltou à superficie. - Por falar em suas atividades noturnas, você estava acordado a noite? - questionei.
- Apareceu em meu quarto um exemplar. Jin encolheu os ombros.

- Combinamos de explicar depois o ocorrido. Então, presumo que com o tempo, você o considere útil.

- Há Há, beleza. entendi. Vou ler ele quando estiver na lua de mel.

- Muito engraçado. Eu não sabia que você fazia piadas.

- Sou uma pessoa engraçada - me defendi. - E, a propósito, eu não fico lindo corado.

Oh. - Riu maliciosamente. - Fica sim. Me arrependo amargamente de não ter tido um pintor para eternizar aquilo.

O sonho. Aquele maldito sonho em que eu me lembrava tão pouco, as poucas lembranças me faziam arrepiar por completo. Como se eu tivesse uma segunda personalidade.

- Aquilo? O que você sabe ?

- Você realmente quer saber? Sobre o "sonho"? fitando o chão afirmei.

- Você estava em êxtase. Por volta das quatro da manhã enquanto eu organizava meus livros de administração. Fiquei em estado de alerta, antes seu cheiro era suave, entretanto seu aroma nunca esteve tão forte como hoje. Pratiquei esvaziar a mente, dormir, ler, até assistir "tv" para não ir até seu quarto.

Foi em vão. - Seokjin olhou para mim, havia sinceridade ali.

- Antes que eu pudesse impedir você surgiu aqui na porta. A cor de seus olhos beiravam o cinza, foi impossível resistir. Eu apenas o abracei e - apontou para a cama. - Você estava com sono então te levei até a cama e nós nos beijamos, foi extraordinário. Mas foi evoluindo e para não infligir as tradições, paramos por ali. Assim que você adormeceu, a sua febre continuava alta, em receio a danos e mais alucinações, o levei até a banheira e limitei a apenas um banho. Após te vesti senti que o guia se fazia mais que necessário e segui para os seu quarto o resto já é de seu conhecimento. Está mais que claro que seu cio viria..