Como não ser protetor

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Amanhã vou deixar você mais sozinho - sobre ajudá-lo a se adaptar - alertei Seokjin, que estava me seguindo na fila do almoço, rescusando tudo o que lhe era oferecido.

- Já sabe como as coisas funcionam, mas qualquer dúvida você pode me chamar

- Ah, sim - disse ele, sorrindo e depois empurrando a bandeja com um dos dedos, como se fosse um objeto tóxico.

- Enfileire as pessoas como gado num curral, apresente comida feita para gado e obrigue-as a consumi-la encurvadas, ombro a ombro, em mesas que parecem comedouros para gado.

- Pega logo qualquer coisa, Jin - gemi, escolhendo um sanduíche, - Esse de carne moida não é ruim.

Seokjin segurou minha mão e seus dedos no meu pulso eram fortes e frios.

- Yoongi, isso é carne? Mas seus pais proibem..

O que mamãe e papai não sabem sobre a escola não vai fazer mal a eles - expliquei, afastando sua mão da minha e empurrando a bandeja.

Esfreguei o pulso, esquentando-o. - Então, por favorzinho, não conte nada.

- Que ato insubordinado e rebelde de sua parte! - Seokjin sorriu, com apreciação na voz. - Aprovo totalmente.

-Grandes coisas... - O encarei

Para mim é sim- SeokJin deixou passar o sanduíche de carne moida mas pegou algumas batatas fritas.

- Cartofi. Pelo menos isso nós temos na Romênia.

- Aliás, onde você arrumou essa bebida? - perguntei, apontando para a sua bandeja, onde havia um enorme copo de plástico com a logomarca AÇAÍ MADE IN BRAZIL .- A gente não tem permissão para sair da escola, sabia?

- Ah, os terrores da detenção. Comentou irônico. Observei o canudinho grosso. Um líquido vermelho, espesso, foi sugado. Ele engoliu com satisfação.

- Não o bastante para me afastar dos prazeres de um "Açaí "
Acho que estou viciado.

- Você deveria jogar isso fora - falei, estendendo a mão para o copo. - Sério, se for pego...

Seokjin suspirou, levantando o copo para beber. Antes que eu pudesse jogá-lo fora ele puxou a bebida antes que eu pudesse tocar nela.

- Acho melhor não. E aconselho você a não derramar isso. Olhei para o seu rosto, sem saber o que ele queria dizer. Os olhos negros eram maliciosos.

Sem graças só continuei com um:
- Anda - , pegando um pouco de gelatina de limão.

- Estamos segurando a fila. Vamos pagar, se não quiser mais nada. Levamos as bandejas para a caixa e, enquanto eu enfiava a mão nos bolsos,

Seokjin pegou sua carteira e a abriu. -Por minha conta.
Olhei em choque, tentando o parar. - Encontrei alguns wons embolados no bolso, mas Jin foi mais rápido.

Entregou uma nota de 20mil wons à mulher do bandejão. - Fique com o troco. - Ele sorriu para ela, dobrando a carteira e pegando as duas bandeijas. - Mas. - Ela começou a protestar. - Ele ainda não está acostumado com nosso dinheiro - expliquei, me virando para Jin. - Nosso almoço só custou, tipo, 6 mil wons. Seokjin franziu a testa.

- Yoongi, você acha que não estou familiarizado com o valor de várias moedas do mundo, em especial o won coreano ? Eu moro na Romênia, não numa bolha.

A mulher do bandejão ainda estava segurando o troco, insegura. - Eu dou a ele mais tarde - falei, aceitando o dinheiro.

- Olhe, ali está Park Jimin, acenando um tanto histericamente para nós - observou Seokjin, carregando nossas bandejas.

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