Estava escuro quando cheguei em casa, montando Bela. Haviamos seguido um caminho alternativo, atravessando milharais vazios e evitando as estradas ao máximo, quase como se eu estivesse com medo de ser seguido.
Não quis pegar carona para casa com nenhuma das pessoas que tinham oferecido, como Jackson ou os líderes do Clube da Juventude.
Principalmente eles, cujas perguntas eu já havia respondido pelo menos 50 vezes. Eles pegariam no meu pé e perguntariam por que nenhum dos hospitais da região parecia saber nada sobre um garoto ferido por um cavalo.
E depois iam querer falar com meus pais e então entrariam na nossa casa e descobririam Kim Seokjin quase morto - ou morto de fato – no nosso sofá, com meu pai tentando ressuscitá-lo usando ervas medicinais e chás.
Esporeei Bela um pouco mais ao pensar nisso. Será que Seokjin podia mesmo estar morto? Como eu me sentiria nesse caso? Será que lamentaria? Sofreria? A culpa me mordia. Será que eu me sentiria aliviado de algum modo?
E eu estava mais preocupado com Seokjin ou com o papel dos meus pais nesse desastre?
Todas essas perguntas se reviravam na minha mente enquanto eu ia para casa a passo de égua quando precisava de um jato.
Nossa cavalgada parecia ridiculamente vagarosa. Einstein havia explicado essa sensação, não é?
Relatividade.
Nossa percepção do tempo depende da velocidade com que queremos que ele passe.
Tempo. Relatividade. Ciência.
Tentei me concentrar nesses conceitos em vez de me voltar para preocupações inúteis, mas a imagem do sangue na camisa de Seokjin teimava em reaparecer. O sangue que jorrava de sua boca. O sangue vermelho, vermelho.
Quando cheguei ao final de nossa estradinha, Bela estava num galope imprudente e larguei as rédeas, deslizando da sela ao ver a Kombi dos meus pais parada na frente da casa.
Havia outro carro, um sedā desconhecido mas igualmente decrépito. A casa estava toda às escuras, com exceção de algumas luzes fracas lá dentro.
Abandonei a pobre Bela, apesar de saber que deveria colocá-la em sua baia, subi correndo os degraus e entrei.
Mamãe! – berrei a plenos pulmões, batendo a porta atrás de mim. Minha mãe surgiu vindo da sala de jantar, pedindo silêncio com um dedo nos lábios.
- Yoongi, por favor. Fale baixo.
-O que aconteceu? Como ele está?
Fui em direção à sala de jantar, mas mamãe segurou meu braço.
- Não, Yoongi. Agora, não.
Examinei o rosto dela.
- Mamãe?
- É grave, mas temos motivo para acreditar que ele vai se recuperar. Está recebendo bons cuidados. Os melhores que podemos dar, com segurança – acrescentou, enigmática.
- Como assim, "com segurança"? – indaguei. Cuidados com segurança eram dados nos hospitais. – E de quem é aquele carro lá fora?
- Nós chamamos o Dr. Zsoldos.
- Não, mamãe! Não o Dr. Zsoldos.
O charlatão húngaro maluco que havia perdido a licença médica por usar controversos "remédios" tradicionais de seu pais, na Coreia do Sul , onde as pessoas tinham o bom senso de acreditar na medicina de verdade.
Eu deveria ter reconhecido o carro. Muito depois de o restante do condado ter boicotado o velho Zsoldos, ele e meus pais continuaram amigos, juntando-se ao redor da mesa da cozinha e conversando até altas horas da noite sobre os idiotas que não confiavam em "terapias alternativas".
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Timeless • [YoonJin]
Vampire|Concluída| Min Yoongi estava no último ano do ensino médio, tinha um crush que o correspondia, um melhor amigo no qual confiava muito. Tudo sairia como planejado. Tudo, se não fosse por Kim Seokjin, um intercambista romeno que se hospedou em sua ga...