Olá! Desculpem pela demora. Prometo não demorar mais tanto assim e obrigada pelas 800 visualizações, é importante pra mim.
Postei sem revisar, se tiver algum erro podem me corrigir através dos comentários.
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Boa leitura!
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– Ele vai morder o Jackson – contei para Dorin.
– Não, não, não – discordou ele, e polvilhou canela em seu cappuccino. – De jeito nenhum. Não acho que nosso garoto vá fazer isso.
– Dorin, eu vi o namorado dele, Jackson, no banheiro da escola. Ele disse que Seokjin está fazendo coisas estranhas no pescoço dele. Com a boca. E ele estava com arranhões. Dorin pousou a xícara, com os olhos enrugados se nublando.
–Arranhões grandes?
–Não sei. Não estava perto o suficiente para ver. Isso importa?
–Na verdade, não, eu acho. Desde que ele não afunde os dentes lá, não é? – Dorin dobrouos dedos como duas presas e os cravou no ar. – Esse tipo de coisa seria má notícia.
–Para Seokjin ou para Jackson?
–Para o garoto é difícil saber. Bem, se ele não sugar esse tal de Jackson até ele ficar seco, senão matá-lo no ato, bom, então ele seria um morto-vivo. E isso é algo que alguns garotos realmente lamentam quando fazem por impulso. Não é uma coisa que deva ser apressada. Além disso, os garotos que não têm linhagem de vampiro, como você tem, são os que ficam malignos depois de uns 100 anos. Não gostam de beber sangue. Não conseguem abraçar o estilo de vida. Preferiam ter se casado com um homem comum e formado uma família normal. Vivem reclamando, arrumando encrenca. A gente passa só uns minutos perto deles e dá vontade de cravar uma estaca no coração. Seokjin poderia se arrepender muito, depois de alguns milênios, caso cedesse a um momento de paixão.
– Está dizendo que eles se casariam se ele o mordesse?
Odiei a inveja, o pecado de proporções bíblicas que me consumia. Senti uma pontada nas gengivas e cocei o queixo.– Dói, não é? – perguntou Dorin.
Esfreguei com mais força.– É tão óbvio assim?
– Só para quem conhece os sinais. Mas, confie em mim, é uma coisa boa. Se suas presas não doessem, aí o jovem vampiro deveria se preocupar.
– Eu sei. Li o livro.
– Seokjin lhe deu um exemplar de Crescendo como morto-vivo? – Dorin riu. – É um clássico!
–É, ajudou muito – concordei. – Mas quanto a Seokjin e Jackson...
– Ah, sim. Se Seokjin fizesse a coisa honrada, como se espera dele, os dois se casariam.Não se pode simplesmente morder um humano que não suspeita de nada e se safar. Isso não se faz.
A dor voltou rugindo e minhas gengivas latejaram.
– Não acredito que Seokjin iria se ligar a ele por toda a eternidade.
Dorin balançou a cabeça, evitando meu olhar e jogando mais canela em sua xícara.
– Não, ele não faria isso.
– Mas você acabou de dizer que ele faria a coisa honrada...
– Honra coisa nenhuma. Se Seokjin violar o pacto, não importará quem ele morda. Vasile não admitirá a insubordinação. A razão pela qual os vampiros sobreviveram esse tempo todo é a justiça implacável. Algo como violar um tratado entre clãs seria motivo para destruição imediata.
O ciúme foi banido pelo medo.
– O quê?
– Destruição. Com D maiúsculo.
Eu sabia que eles iriam castigá-lo duramente. Até mesmo Seokjin tinha medo do que eles fariam. Mas eu nunca havia pensado que fossem destruí-lo.
– Mas ele é o príncipe herdeiro...
– E os príncipes são dispensáveis. Ainda não são reis.
Minha voz pareceu presa na garganta.
– Quanto tempo Vasile vai dar para que ele obedeça?
– Ele já está por um fio – admitiu Dorin. – Vasile está decidido a fazer Seokjin obedecer,mas não vai esperar para sempre. – Meu tio fez uma mímica de cravar no peito algo que supus que seria uma estaca, em seguida fingiu acender um fósforo. – E depois... puf!
De repente o ar quente da cafeteria ficou úmido e gelado.
– É assim mesmo que acontece? Com uma estaca?
– É o jeito mais seguro. – Dorin confirmou a afirmativa anterior de Seokjin. – Comprovado pelo tempo.
Visualizei Vasile enfiando uma estaca no coração de Seokjin, de baixo para cima, logo abaixo das costelas tantas vezes quebradas. Foi quase como se sentisse a madeira afiada rasgar minha carne. Cheguei a apertar o peito. Será que ocorrera o mesmo com meus pais, em seus momentos derradeiros?
– O que vai acontecer com ele depois?
– perguntei, tentando livrar meu cérebro daquelas imagens horríveis.– Como assim?
– Tipo... com a alma dele.
– Ah, isso. A alma dele pertence ao clã. Não é a noção típica de céu e inferno a que oshumanos estão acostumados. A alma de um vampiro é diferente. O clã dá e o clã tira. Bom, às vezes turbas furiosas é que tiram. – Dorin deu de ombros.
A ideia de um Universo sem Jin era insuportável demais. Mas eu me sentia impotente.
– Ele continua se recusando a honrar o pacto, mesmo eu tendo dito que o amava. Que quero me casar com ele.
Dorin se animou.– Você o ama de verdade, não é? Pode admitir para mim.
– Amo – respondi.
–Então não deixe que ele morda Jackson , nem que isso signifique ficar grudado nele 24 horas por dia – aconselhou Dorin, tomando um gole de sua bebida. – Porque, no segundo em que ele o morder, o relógio marcará a meia-noite para Kim Seokjin. Isso eu garanto.
Seokjin destruído.Um Universo sem ele. Eu não conseguia imaginar. E ao mesmo tempo não tinha ideia de como impedir a catástrofe.
Durante toda aquela noite me revirei na cama ao me lembrar de como me senti quando pensei que Seokjin tinha morrido. Aquele vento frio rasgando meu peito oco, me abrindo como uma estaca.
Se ele não honrasse o pacto, isso não iria destruir somente a ele. Iria destruir a mim também
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Timeless • [YoonJin]
Vampire|Concluída| Min Yoongi estava no último ano do ensino médio, tinha um crush que o correspondia, um melhor amigo no qual confiava muito. Tudo sairia como planejado. Tudo, se não fosse por Kim Seokjin, um intercambista romeno que se hospedou em sua ga...