CAPÍTULO 15

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Guardo minha Harley em um canto escuro, o bairro aqui é da pesada e não quero correr o risco de acontecer algo com minha moto. Ao redor tudo está silencioso, se eu não soubesse que aqui é o lugar, nunca suspeitaria o que acontece dentro do prédio abandonado. Entro por uma porta escondida nos fundos e sigo para o subsolo. À medida que me aproximo, posso escutar os gritos da galera, em sua maioria, universitários entediados. Passo por eles e avisto Buck, um loiro na casa dos 30 anos, alto e musculoso. Ele acena quando me vê.

— Hero, quanto tempo. Acredito que veio lutar, certo? — Pergunta-me.

— Sim. Tem algo para mim?

— Sempre tenho algo para você, meu amigo. — Diz dando-me tapinhas nas costas. — Veja, aquele é Monck. — Aponta para um homem três vezes maior do que eu. — Se você quiser, ele é seu. Mas já vou logo avisando, não será uma tarefa fácil, ele ainda não lutou essa noite, não está cansado. E em outras noites nunca perdeu.

— Eu topo. — Não hesito ao responder.

— Tudo bem, já sabe as regras, você é responsabilizado por si mesmo caso algo aconteça. Se você ganhar, leva 40 por cento do dinheiro das apostas, se você perder, não me pagará nada e eu dou o lucro para o seu adversário, no caso, o ganhador.

— Fechado. Irei me aquecer e trocar de roupa. — Aviso.

— Sim, faça isso. A luta será em 30 minutos, o tempo para eu lhe anunciar e os otários presentes fazerem as apostas. — Diz e sai.

Dirijo-me a uma pequena sala no corredor, tiro minhas roupas e coloco um short. Aqueço-me pelos próximos minutos e só paro quando Buck vem me chamar. Anunciando que a luta irá começar.

Dirigindo-me para o meio do círculo formado por pessoas. Posiciono-me em frente ao Monck e nos cumprimentamos com um meneio de cabeça.

As pessoas ao redor gritam para mim, mas estou concentrado. Penso em Jo e o que ela acharia se me visse agora, com certeza não iria gostar nada, ficaria decepcionada, esse pensamento angustia-me e trato de dissipá-lo, pois é hora do show, ou melhor, da luta.

Quando Buck toca o sino, dando o sinal para começarmos, eu permaneço no meu lugar, esperando o primeiro movimento partir de Monck.

Ele aproxima-se rapidamente e investe contra meu rosto, mas desvio, ele continua a tentar acerta-me e eu continuo a desviar de seus socos no meu rosto e estômago. Ele não dá trégua, investe em mim sem descanso.

Percebo que ele é muito impetuoso, está muito preocupado em atacar seu adversário e se esquece de se defender, eu usarei isso a meu favor. Ele tenta me dar mais um soco no estômago, eu desvio novamente, dessa vez revidando com um soco em seu rosto, que vira violentamente para o lado com o impacto.

Observo o sangue jorrar de seu nariz.

Ele me lança um olhar mortal e ataca.

Não o deixo me acertar, invisto contra seu rosto e consigo desviar dos próximos socos que tenta me dar, mas, em um golpe despercebido, ele me leva ao chão com uma rasteira, fazendo com que eu perca o foco por alguns instantes quando vou para o chão, ele cai por cima de mim e soca meu rosto várias vezes, aproveitando-se de ter me derrubado.

Ele me imobiliza e seus socos deixam-me desnorteado. Penso em Jo nos braços daquele babaca. Lembro-me de quando ele tocou suas costas. Penso nele olhando para ela, sorrindo para ela!

Passando a manhã toda com ela!

Com a minha garota!

Porra!

Meus olhos ficam vidrados, o cara em cima de mim transforma-se no imbecil que ousou aproximar-se de Jo. De uma forma inexplicável inverto nossas posições, começo a socar seu rosto da forma que queria fazer com o otário que a abraçou.

You Are Mine, Love { Livro 1 Adaptação Herophine}Onde histórias criam vida. Descubra agora