Após deixar Ray na pizzaria, seguimos para minha casa. O silêncio do carro torna-se desconfortável e os olhares de esguelha que recebo de Chad, me tornam desconfortável.
— Então... — Tento quebrar a tensão. — Como vai sua namorada?
— Suzan? Terminamos.
— Oh! — Surpreendo-me. — Mas por quê? — Pergunto solicita e curiosa. Ele dá de ombros
antes de responder.— Ela não era quem eu queria realmente. E quando percebi isso, achei melhor terminar, para que ela não saísse mais magoada do que já iria obviamente.
— Sinto muito.
— Não sinta. — Ele ri. — Não há o porquê disso, fui eu quem terminou. Mas... conte-me mais sobre esse seu namorado. Hero, não é mesmo?
— Ah, Hero. — Sorrio com a lembrança. — Hero é... perfeito a sua maneira. Ele é... tudo aquilo que nunca sonhei, ele é mais do que poderia imaginar para mim. Eu o amo muito.
— Parece que sim. — Ele resmunga e eu franzo a testa diante seu tom. — Há quanto tempo estão juntos mesmo?
— Mais de três meses.
— E já estão morando juntos? — Surpreende-se.
— Quando você encontrar alguém que o faça sentir o mesmo que sinto por Hero, verá que tempo não significa nada. — Suspiro. — Podem dizer que foi uma decisão precipitada, mas não me arrependo. Eu o amo, quero estar sempre ao seu lado, e é isso que importa.
— Certo. — Ele encerra a conversa e fazemos o resto do trajeto em silêncio. Chad desce do carro para abrir a porta para mim, quando estaciona em frente à minha casa. Saindo, despeço-me com um sorriso e ele surpreende-me quando me abraça.
— Já está entregue. — Ele diz rindo quando me solta.
Afastamo-nos e eu subo em cima da calçada. Ele segue-me, olhando algo além de mim. Viro-me para ver o que há atrás, mas ele segura meu rosto, sela nossas bocas, rapidamente.
Ofego com a surpresa. Tudo acontece rapidamente, em um momento, ele estava beijando-me e em outro, ele está dentro do carro. Saindo rapidamente, ele canta pneus, deixando marcas no asfalto.
— Mas que merda foi essa. — Penso raivosa.
Balançando a cabeça, viro em direção à entrada. E travo no meio do caminho quando vejo Hero.
Droga.
— Hero. — Chamo-o e ele tira os olhos do lugar vazio onde antes estava o carro de Chad.
— Onde você esteve?
— Hero, eu... — Ele interrompe-me.
— Por que não avisou que iria sair? — Sua voz sai fria, mas quebra no final — Um maldito recado, Jo, a porra de uma ligação do caralho. Você desapareceu a tarde toda e parte da noite.
Você poderia ao menos ter me avisado.Troco meu peso entre os pés.
Constrangida e envergonhada.Droga, Chad, por que você foi fazer isso?
— Eu ia, é só que...
— Não diga nada. Você consegue imaginar o quanto sofri? Eu imaginei você morta. Sofri por antecipação. — Lágrimas saem de seus olhos.
Ando até ele e passo levemente meus dedos em seu rosto, enxugando-as. Segurando meu pulso, ele me afasta. Dor crava em meu peito como uma faca, por conta de sua rejeição.
— Não. — Ele sussurra. — Eu quase morro quando acordo e não te encontro e depois você some por horas a fio e chega acompanhada por aquele bastardo. — Respira fundo. — E ele a beijou. Ele... foda-se. — Ele grita, socando a parede. Assustada, eu sugo o ar, antes de tentar justificar-me mais uma vez.
— Hero... Chad e eu fomos...
— Não importa mais, Jo. — Ele vira, jogando o que me parece ser as chaves de sua moto no aparador. Corre em direção à escada. Eu fecho a porta atrás de mim antes de segui-lo.
— Hero, me escute. Desculpe por não avisar, eu só achei que...
— Achou o que? — Para na porta de nosso quarto e vira-se para me olhar. — Achou que estava tudo bem sumir a tarde toda e não me avisar?
— Meu celular ficou sem bateria e...
— E não havia outra pessoa onde vocês estavam que tinha um maldito celular? Por acaso o tal de Chad não tinha a porra de um telefone para emprestar? Não havia telefones públicos por perto? Diga-me, Jo! Pois eu não entendo! — Ele grita. — Onde vocês estavam que não havia nenhum modo de me avisar?! O maldito motel não tinha telefone?
— Hero! — Exclamo assustada. — Não o trai. Você ofende-me ao falar assim.
— Oh, certo. Porque você simplesmente some por horas e volta com aquele imbecil e ele a beija antes de ir embora. Eu definitivamente não tenho motivos para pensar nisso. Desculpe-me, ok? — Ele ironiza, magoado e furioso.
— Olha, desculpe-me. Não foi assim. — Tento explicar. — Eu não imaginei que ao sair...
— Eu iria ficar preocupado? Eu te amo, porra. — Passa as mãos pelos cabelos. — Claro que eu fiquei preocupado quando você sumiu! Você é inocente, é nova em Berkeley, na verdade você é nova nesse mundo, praticamente.
— Já pedi desculpas. — Sussurro.
— Desculpas, não irão arrancar a dor que estou sentido no meu peito. Desculpas não irão me fazer esquecer que você sumiu para aparecer horas depois, acompanhada de um homem. — Fecha os olhos por um instante. — Ele a beijou.
— Eu sei que errei ao não avisá-lo. Eu tentei te ligar uma vez, mas meu celular descarregou antes que a chamada se completasse.
Culpa me consome.
— Como você se sentiria se fizesse amor comigo e dormisse confiante enrolada em meu corpo, para acordar e não me encontrar. Ligasse no meu celular e ele não chamasse, ligasse para meus
amigos e ninguém soubesse onde eu estava. Como se sentiria se ficasse esperando-me por horas a fio, sentado no maldito sofá, para desistir de aguardar a minha volta e sair a minha procura, somente para ver-me chegando com outra mulher e beijando-a ao despedir-me.— Eu... eu não iria gostar, eu iria odiá-lo, me sentiria usada.
— Exatamente.
Ele vira-se, entrando no quarto. Joga-se de barriga na cama e afunda o rosto nos travesseiros. O colchão afunda quando sento ao seu lado.
— Você me odeia? — Pergunto com a voz quebrada.
Angustiada e triste, lamento a maldita hora em que resolvi sair para fazer esse trabalho, e minha burrice que não me deixa aprender dirigir meu próprio carro.
— Nunca conseguiria. — Ele sussurra. Ganhando coragem, acaricio seus cabelos antes de beijar sua omoplata.
— Então me perdoe, eu juro que não fiz de propósito. E sobre o beijo...
— Eu sei, mas no momento, quero ficar sozinho. — Ele interrompe, desviando de meu toque, encolhendo-se em uma bolha no outro lado da cama.
— Hero.
Tampa seus ouvidos não querendo meu ouvir. Rodeando a cama, ajoelho-me a sua frente. Ele fecha os olhos como se minha visão o machucasse.
— Não faça isso, meu amor. — Digo chorosa.
— Só quero ficar sozinho, por favor.
— Ok. — Cedendo, levanto e saio do quarto.
Fechando a porta, eu escorrego até o chão e choro, arrependida por algo que não tive culpa.
Choro por conta desse amor sem medidas que, de tão grande, dói.
Choro principalmente pelo meu menino quebrado que está no quarto.
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You Are Mine, Love { Livro 1 Adaptação Herophine}
FanfictionSINOPSE O que acontece quando o cara babaca encontra o amor em uma menina inocente? Hero Fiennes Tiffin... Tatuado, musculoso e bad boy. A vida sempre foi uma cadela comigo. Tenho uma banda chamada Sin, que significa pecado, palavra que me define. G...