CAPÍTULO 28

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Toda vez que penso em Josephine, uma palavra vem em minha mente.

Minha.

Certo, pode parecer doentio. Mas é assim que me sinto sobre ela. Minha e somente minha. Nunca tive algo que pudesse chamar de meu, nunca pude dizer para alguém, ei olhe lá aquela é minha mãe, aquela é minha irmã, ou esse é meu carrinho.

E não o usei por escolha própria e sim por obrigação. Nunca pude usar esse pronome e agora que possuo o direito de utilizá-lo, não o economizarei.

Carrego em minha mão um quadro de um metro de altura por um de comprimento. Nele, Jo é a obra de arte. Sorrio lembrando-me de quão linda ela está nele. Seus cabelos loiros, espalhados pelo travesseiro, a linha de sua coluna, sexy, terminando com duas covinhas acima de suas nádegas, que é ocultada atrás de um fino lençol branco. Seu rosto escondido parcialmente no travesseiro, sendo apoiado em cima de sua mão. Sua boca, rosa convidativa, entreaberta.

Quando tirei sua foto e mandei ampliá-la em uma moldura branca, tinha em mente colocá-la em meu quarto para que quando acordasse, ela pudesse ser a primeira coisa que eu olhasse.
Mas para minha felicidade, meus planos foram frustrados. E agora tenho a obra viva em minha cama para, não somente olhar, mas tocar também.

Pensando em um novo destino para o quadro, aproximo-me da entrada da casa. Mas paro no caminho, meu coração pulando, meu corpo gelado se perguntado para onde foi todo o meu sangue. Uma música calma e lenta toca na sala, e uma voz se faz presente.

— Isso... muito bem... boa garota, você aprende rápido. Não perca o foco, mantenha sua bunda assim... mexa esse quadril, assim, suave, para baixo e para cima. — A voz masculina preenche meus ouvidos.

Não, Deus. Por favor, não!

Jogando o quadro na grama verde, caminho apressadamente para porta. Abro-a bruscamente, fazendo-a bater na parede com um som alto.

— Aí. — Jo geme, quando cai no chão em um baque surdo. — O que aconteceu? Ficou maluco?

Em roupas de ginásticas, uma calça legging rosa e um top branco, Jo, sentada em uma esteira, esfrega seu traseiro na lateral. Meus olhos altivos vagueiam por toda a sala. Procurando o dono da voz. Caminho até ela e pergunto furioso.

— Cadê ele, Jo?

— Ele quem? Você está esperando alguém?

— O homem que estava com você.

— Homem? — Franze o cenho em confusão.

— Isso! Não se faça de desentendida.

— Mas... estou sozinha, Hero. Do que você está falando?

Caminho até a cozinha e volto pelo corredor até nosso quarto. Abro as portas dos armários, do banheiro e de todos os lugares que encontro pela frente. Volto para a sala e vejo a janela aberta. Pergunto-me se o bastardo fugiu por ela. Soco a parede repetidas vezes.

— Por Deus, Hero, você está acabando com sua mão! Pare, por favor. — Jo diz segurando meus braços em uma tentativa falha de me parar.

— Por que, Jo? Por que! — Grito a última palavra, assustando-a.

As lágrimas escorrendo por meu rosto, quando encosto minha testa na parede. Meus ombros tremem, subindo e descendo, quando o sentimento de traição corre por minhas veias.

Dor.

Dor crua esmaga meu coração de uma forma que nunca imaginei possível. Por que não fui o suficiente para ela?

Por que não sou o suficiente para ninguém?

É pedir muito tê-la somente para mim?

— Hero. — Jo chora abraçada em minhas costas. — Fale comigo. — Diz com a voz rouca e abafada.

You Are Mine, Love { Livro 1 Adaptação Herophine}Onde histórias criam vida. Descubra agora