CAPÍTULO 58

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Quando recebi o resultado do meu exame de sangue e o médico havia me dito que estava esperando um bebê, um sentimento de pânico e desespero tinha me tomado momentaneamente.

Eu não esperava por isso. Como isso pode acontecer?

Eu sabia a forma, mas não entedia tudo realmente. Achava que Hero estava cuidando desse assunto no nosso relacionamento, já que eu obviamente não sabia como fazê-lo direito. Por outro lado, havia os sintomas, eu sabia que tinha algo de errado comigo, só não sabia o que.

A falta dos meus períodos poderia ter sido um grande sinal. Mas ele sempre fora desregulado. Chegava a ficar meses sem ter minhas regras, então, quando isso aconteceu, não suspeitei de uma gravidez.

Ficar grávida aos 19 anos nunca foi um sonho. Eu não pensava sobre filhos, pelo menos não por hora. E também não sabia o que Hero pensava sobre isso. Só namorávamos a alguns meses, quase seis e nunca tínhamos conversado sobre o assunto. Mas, por fim, após a onda de pânico e desespero, veio o amor.

Eu já amava esse bebê. Como isso era possível? Era impressionante como poderia amar algo, alguém, cuja existência eu não tinha conhecimento até a poucos minutos.

Ray havia me apoiado. Estava comigo quando recebi a notícia. E me prometeu que tudo ficaria bem. Não que eu precisasse de tal promessa.

Eu era jovem, tinha muito pela frente. Provavelmente teria que trancar a faculdade por conta da gravidez, mas eu não estava preocupada com o futuro. Eu sabia que tudo iria ficar bem.

Era cedo para formar uma família?

Sim.

Éramos novos para sermos pais?

Sim.

Mas já estava feito. E após o pânico inicial, eu não conseguia ficar triste. Nunca estive realmente, só estava um pouco assustada. Era impressionante como eu me sentia ao saber que seria mãe.

O médico me disse que não são todas as que aceitam a gravidez assim tão fácil. Elas faziam ocasionalmente, mas não ao saberem da notícia. Pelo menos não aquelas que se encontravam em uma situação como a minha.

Jovem e com uma gravidez inesperada.

E quando voltava do hospital, decidi fazer uma surpresa para Hero. Queria contar para ele em uma data especial. Queria que esse momento fosse especial. Por isso, o faria no natal.

Eu não sabia como ele iria reagir, mas não estava com medo sobre isso. Ele sempre me amou tão bem, tão profundo. Eu nunca duvidei do seu amor nem um dia da minha vida. E tinha a certeza que ele iria amar o fruto desse amor.

Assim como eu já fazia.

Os dias que antecederam o natal foram bastante apreensivos para mim. Eu não conseguia conter minha ansiedade. Queria gritar aos quatro ventos que estava grávida. Eu amava isso, era impressionante. Acho que havia encontrado minha vocação. Ser mãe. Eu definitivamente amaria isso, já o fazia.

Mas não pude evitar chorar no banheiro quando lembrei que minha mãe não estaria presente para acompanhar isso, para conhecer meu filho, seu neto.

O natal logo chegou.

Hero não conseguiria imaginar o quanto eu havia ficado feliz quando ele montou a árvore para mim. Isso foi tão especial que não havia palavras o bastante para descrever.

O natal para mim era uma data mágica e especial. Era também, a lembrança mais nítida que tinha da minha mãe. Pois foi o nosso último programa como uma família feliz. E ele estava fazendo do natal desse ano, o mais feliz de todos.

You Are Mine, Love { Livro 1 Adaptação Herophine}Onde histórias criam vida. Descubra agora