CAPÍTULO 38

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Há quatro dias Hero não sai do quarto.

Há quatro dias que ele mal se alimenta.

Há quatro dias que choro incansavelmente, diante do estado do meu amor.

Tentei conversar com ele, fazê-lo entender que não tive culpa sobre o beijo. Que errei e errei feio em não avisá-lo sobre minha saída, sobre onde estava naquele dia, mas se ele me ouve, finge não escutar.

Coloco o prato com o bolo de carne que tinha levado para ele na pia e como, em outras vezes a comida permanece intocada, exceto por um belisco ou dois.

Durante todos esses dias, liguei para seus amigos para que pudessem ajudar-me quanto a Hero. Perguntei se ele já tinha estado assim e eles disseram que sim.
Agora, olhando o grande corpo dele jogado em um bolo na cama, tenho vontade de abraçá-lo, dizer que tudo ficará bem, mas sei que seria rejeitada.
Apesar disso, acaricio seus cabelos, pois qualquer reação é melhor que a sua indiferença.

- Meu amor. Hero, fala comigo.

Ele fecha os olhos com força e eu seguro as lágrimas que caem pelos meus olhos. O celular começa a tocar distante, apesar de estar em meu bolso, suspirando, eu o atendo. Verificando no visor, vejo que é Blake.

- Alô.

- Jo, ele saiu do quarto?

- Não, Blake, ainda está lá. - Levanto da cama e saio do quarto, fechando a porta atrás de mim. - Eu não sei o que fazer, Blake. Ele está deitado na cama faz quatro dias. Quatro dias que não come, na verdade o faz somente uma vez no dia, como uma resposta automática ao ver que está no fim de suas energias. Não faz suas higienes ou reage a qualquer coisa. As únicas palavras que ele me diz são: quero ficar sozinho. - Suspiro, desabafando. - Esse não é o Hero que eu conheci, eu não estou sabendo lidar com isso sozinha.

- Eu sei que é difícil, pequena. Mas ele irá sair dessa, já saiu antes. Ele tem essas crises depressivas às vezes, só aguarde. Se precisar de alguma coisa, saiba que estamos aqui.

O som insistente da campainha interrompe a conversa.

- Blake, depois eu te ligo. Tem alguém na porta. - Digo fungando, ele despede-se e eu desligo.

Ando em direção à porta e rodo a maçaneta para abri-la. Ray, do outro lado, cumprimenta-me com um sorriso triste.

- Oh, Jo. - Diz antes de me abraçar.

Deixo-me ser confortada por esse abraço que tanto precisava.

- Entre, Ray. Sente-se no sofá, sinta-se em casa. Aceita alguma coisa? Um café, refrigerante, água... - Digo quando nos afastamos.

- Não, querida, estou bem obrigada. Estava preocupada, você não tem ido para a universidade. E depois que recebi sua mensagem, percebi que poderia ajudá-la.

Ela tinha me ligado após a mensagem, preocupada por eu estar faltando todos esses dias à universidade. E me senti segura em desabafar sobre Hero com ela, minha única amiga.

- Obrigada, um ombro amigo é sempre bom...

- Sim, sim, claro. Sempre é. Mas, além disso, posso ajudá-la de outra maneira. Sabe, quando fiz o college, tinha como concentração a psicologia, meus pais queriam que assim fosse. Afinal, elessão terapeutas e queria que eu seguisse seus caminhos. Quando acabei o college, ingressei nomestrado para poder exercer como terapeuta, eu tentei duro, mas aquele curso não é pra mim. Alémdisso, apesar ser antiético, meus pais costumavam discutir os seus casos em casa, comparando quemtinha o paciente mais problemático. Além de obrigar-me a assistir programas sobre comportamentohumano.

You Are Mine, Love { Livro 1 Adaptação Herophine}Onde histórias criam vida. Descubra agora