Capítulo 40

665 86 97
                                    

Encontrar Oliver Castex foi uma missão muito mais fácil do que Elisabeth tinha imaginado. Ela conhecia alguns lugares que o homem gostava de frequentar quando ainda estava disfarçado no país, mas tinha que confessar que havia uma dúvida se ele realmente se arriscaria à ir lá. Ainda mais porque Black Rose estava claramente escondida.

-Confesso que cheguei a duvidar que você seria tão burro de voltar aqui...-murmura Lizzie, sentando de frente para o russo.

-E eu duvidei que você lembrasse desse lugar...-comenta surpreso, pausando o copo no ar para soltar um sorrisinho.

-Nós passavamos quase todas as noites nesse lugar. -revirou os olhos. -Admita que foi burrisse sua.

-É...-olhou ao redor, vendo as pessoas dançar alegremente com uma música alta e animada. -Lembro bem do meu papel de pai todas as noites. Você e o Allan adoravam fazer besteira.

-É...mal sabiamos nós que você era pior do que qualquer um dos dois. Difícil acreditar que o homem certinho da equipe era um soviético malvado disfarçado.

-Pensei que já tivesse superado esse tema. -ele deu um trago na bebida.

-Acha que é tão fácil assim?

-Então devo descartar que está aqui puramente para gozar da minha companhia?

-Se você deduziu isso tão rápido, imagino que a bebida ainda não tenha comido o seu cérebro. Que pena.

-Quer me embriagar para conseguir informações? Preciso lembra-la sobre onde nasci?

-Vocês soviéticos se gabam demais...-tomou o copo das mãos dele e bebeu o resto. -Esqueceu quem ganhava as competições de copo?

-Eu deixava você ganhar. -admite, sincero. -Fazia parte do disface. Todos os detalhes são importantes num personagem.

-"Personagem". -a palavra brincou nos seus lábios. -Sabe...as vezes é dificil saber quem realmente está na minha frente.

-Se parasse de me ver como o inimigo, poderia me conhecer. -Deu de ombros.

-Você é o inimigo. -friza.

Ele ficou em silêncio e bebericou mais um pouco do líquido.

-Vai me dizer porquê está aqui?

Uma garçonete interrompeu a pergunta tranzendo um prato cheio de batatas fritas, acompanhado de um molho vermelho que Elisabeth não soube distinguir se era pimenta ou ketchup, e depositou na mesa. Oliver agradeceu a mulher, e apontou para o prato com a cabeça como quem oferecia o alimento à uma "convidada". Becker não rejeitou, pegou o molho, colocou uma quantia generosa sobre a batata, cheirou e depois aproximou o alimento da boca do criminoso com um sorriso inocente no rosto:

-Aqui está o seu verdadeiro vício! Ketchup! Lembra? -enfiou a batata na boca dele.

Oliver mastigou e fez uma careta.

-Você colocou muito.

-É, eu sei... -suspirou, repetiu o mesmo processo e comeu da batata. -Agora que você comeu, e não desmaiou ou morreu na minha frente já posso comer...

-Isso foi um truque pra descobrir se estava tentando te envenenar? -indagou, rindo.

-Regra número um da sobrevivência: Não coma alimento de um estranho, antes do próprio estranho. -mastigou mais uma batata. -Mas pela forma que você está me olhando desde que cheguei, estava pensando mais num sedativo pra se aproveitar de mim.

-Vai me dizer porquê está aqui? -repete, cansado.

-Preciso de informações. -foi direta.

-Já falei tudo o que podia.

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora