Encontrar Oliver Castex foi uma missão muito mais fácil do que Elisabeth tinha imaginado. Ela conhecia alguns lugares que o homem gostava de frequentar quando ainda estava disfarçado no país, mas tinha que confessar que havia uma dúvida se ele realmente se arriscaria à ir lá. Ainda mais porque Black Rose estava claramente escondida.
-Confesso que cheguei a duvidar que você seria tão burro de voltar aqui...-murmura Lizzie, sentando de frente para o russo.
-E eu duvidei que você lembrasse desse lugar...-comenta surpreso, pausando o copo no ar para soltar um sorrisinho.
-Nós passavamos quase todas as noites nesse lugar. -revirou os olhos. -Admita que foi burrisse sua.
-É...-olhou ao redor, vendo as pessoas dançar alegremente com uma música alta e animada. -Lembro bem do meu papel de pai todas as noites. Você e o Allan adoravam fazer besteira.
-É...mal sabiamos nós que você era pior do que qualquer um dos dois. Difícil acreditar que o homem certinho da equipe era um soviético malvado disfarçado.
-Pensei que já tivesse superado esse tema. -ele deu um trago na bebida.
-Acha que é tão fácil assim?
-Então devo descartar que está aqui puramente para gozar da minha companhia?
-Se você deduziu isso tão rápido, imagino que a bebida ainda não tenha comido o seu cérebro. Que pena.
-Quer me embriagar para conseguir informações? Preciso lembra-la sobre onde nasci?
-Vocês soviéticos se gabam demais...-tomou o copo das mãos dele e bebeu o resto. -Esqueceu quem ganhava as competições de copo?
-Eu deixava você ganhar. -admite, sincero. -Fazia parte do disface. Todos os detalhes são importantes num personagem.
-"Personagem". -a palavra brincou nos seus lábios. -Sabe...as vezes é dificil saber quem realmente está na minha frente.
-Se parasse de me ver como o inimigo, poderia me conhecer. -Deu de ombros.
-Você é o inimigo. -friza.
Ele ficou em silêncio e bebericou mais um pouco do líquido.
-Vai me dizer porquê está aqui?
Uma garçonete interrompeu a pergunta tranzendo um prato cheio de batatas fritas, acompanhado de um molho vermelho que Elisabeth não soube distinguir se era pimenta ou ketchup, e depositou na mesa. Oliver agradeceu a mulher, e apontou para o prato com a cabeça como quem oferecia o alimento à uma "convidada". Becker não rejeitou, pegou o molho, colocou uma quantia generosa sobre a batata, cheirou e depois aproximou o alimento da boca do criminoso com um sorriso inocente no rosto:
-Aqui está o seu verdadeiro vício! Ketchup! Lembra? -enfiou a batata na boca dele.
Oliver mastigou e fez uma careta.
-Você colocou muito.
-É, eu sei... -suspirou, repetiu o mesmo processo e comeu da batata. -Agora que você comeu, e não desmaiou ou morreu na minha frente já posso comer...
-Isso foi um truque pra descobrir se estava tentando te envenenar? -indagou, rindo.
-Regra número um da sobrevivência: Não coma alimento de um estranho, antes do próprio estranho. -mastigou mais uma batata. -Mas pela forma que você está me olhando desde que cheguei, estava pensando mais num sedativo pra se aproveitar de mim.
-Vai me dizer porquê está aqui? -repete, cansado.
-Preciso de informações. -foi direta.
-Já falei tudo o que podia.
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Agent Becker 2
RandomElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? Depois de pedir demissão do emprego que passou tanto tempo tentando preservar, Elisabeth se vê livre para traçar novos rumos à sua vida...