Capítulo 42

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-Becker! Becker! -choraminga Rick.

      Os médicos tratavam de empurrar a maca onde ele estava deitado com rapidez pelos corredores do hospital, e Lizzie acompanhava o ritmo com lágrimas nos olhos.

-Becker! Eu não te vejo! Cade você?! ele estava desesperado. -Onde estarmos?! Onde estamos?!

     Ele tentou levantar da maca, mas foi impedido por um dos homens.

-A senhora não pode atravessar aquela porta com a gente. -murmura o médico, encarando Elisabeth. -Vamos cuidar dele, mas a próxima porta é área restrita.

      Julie concordou à contra gosto, não  estava em condições de protestar naquele momento. Os dois homens empurraram a maca do detetive com mais força, usaram o leito para afastar as duas portas sem trinco que havia no fim do corredor, e sumiram da vista dela.
     A mulher colocou as duas mãos na cabeça, fechou os olhos e escorregou até o chão. O cheiro de fumaça e sangue ainda estavam presentes no seu corpo. Conseguia ouvir os gritos desesperados de Richard ressoando na sua mente como um sino, que deixou o seu coração ainda mais angustiado. Ela estava chorando, porque sentiu o desespero dele, a dor, e sabia que o acidente tinha sido grave.

-Onde ele está?!-Mike, entrou naquele corredor.

     Havia alguns bancos ali perto, e os familiares de outros pacientes olharam na direção da manada de pessoas que chegara. Ela ficou mais aliviada quando viu o pai dos gêmeos, sinal de que ele tinha sido encontrado. Vinha com o braço enfaixado e algumas escoriações no rosto, mas tudo indicava que estava bem.
     Lizzie retirou a mão do rosto e soltou um suspiro profundo antes de responder:

-Os médicos estão... -um nó fechou a sua garganta. -Tratando dele...

     Justine abriu caminho entre o amontoado de pessoas e abraçou Elisabeth sem ao menos dizer uma palavra. Era a primeira vez que a agente demonstrava emoções daquela forma, na frente de todo mundo. Mesmo que tivesse se contendo ao máximo.
    A mãe dos gêmeos começou a chorar nos braços do filho mais velho, Franklin tampou o rosto com as mãos para esconder a frustação, e Gabrielly recostou o corpo na parede, sem saber o que fazer. Uma lágrimas solitária percorreu o rosto da menina, e Justine alisou o rosto de Elisabeth, antes sair de onde estava para acolher a pequena Morgan nos seus braços.
    
-O que aconteceu com ele...?! -indaga Steven.

     Ele encarava Elisabeth com fúria contida.

-Houve um acidente...um corredor desabou e...

-E onde você estava?! -grita.

-Nós caimos!

-São uma equipe! Uma dupla! O que estava fazendo?! Por que não estavam juntos?!

-Pai...-intervém Michael.

-Ela deveria ter cuidado dele!-esbraveja. -É isso o que um parceiro faz! Meu filho está naquela sala! Porque você não cumpriu o seu papel!

      Lizzie sentiu o seu coração doer, mas se pôs de pé com um gemido audível, deixando-se notar a mancha de sangue que ainda jorrava da ferida profunda na região das costelas, e encarou o homem com lágrimas contidas.

-Entendo a sua dor...-suspira, apertando seu próprio ferimento. -Mas não tente me culpar!

-Parem de discutir! -intervém Maria, chorosa, mas com certa força na fala.-Calem essa boca! Vocês estão num hospital! Não é hora de encontrar culpados!

-O médico! -exclama Justine, chamando a atenção de todos.

    Um homem de jaleco branco saiu pela mesma porta que Richard tinha sido levado e passou os olhos pelo corredor até encontra-los.

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora