-Becker! Becker! -choraminga Rick.
Os médicos tratavam de empurrar a maca onde ele estava deitado com rapidez pelos corredores do hospital, e Lizzie acompanhava o ritmo com lágrimas nos olhos.
-Becker! Eu não te vejo! Cade você?! ele estava desesperado. -Onde estarmos?! Onde estamos?!
Ele tentou levantar da maca, mas foi impedido por um dos homens.
-A senhora não pode atravessar aquela porta com a gente. -murmura o médico, encarando Elisabeth. -Vamos cuidar dele, mas a próxima porta é área restrita.
Julie concordou à contra gosto, não estava em condições de protestar naquele momento. Os dois homens empurraram a maca do detetive com mais força, usaram o leito para afastar as duas portas sem trinco que havia no fim do corredor, e sumiram da vista dela.
A mulher colocou as duas mãos na cabeça, fechou os olhos e escorregou até o chão. O cheiro de fumaça e sangue ainda estavam presentes no seu corpo. Conseguia ouvir os gritos desesperados de Richard ressoando na sua mente como um sino, que deixou o seu coração ainda mais angustiado. Ela estava chorando, porque sentiu o desespero dele, a dor, e sabia que o acidente tinha sido grave.-Onde ele está?!-Mike, entrou naquele corredor.
Havia alguns bancos ali perto, e os familiares de outros pacientes olharam na direção da manada de pessoas que chegara. Ela ficou mais aliviada quando viu o pai dos gêmeos, sinal de que ele tinha sido encontrado. Vinha com o braço enfaixado e algumas escoriações no rosto, mas tudo indicava que estava bem.
Lizzie retirou a mão do rosto e soltou um suspiro profundo antes de responder:-Os médicos estão... -um nó fechou a sua garganta. -Tratando dele...
Justine abriu caminho entre o amontoado de pessoas e abraçou Elisabeth sem ao menos dizer uma palavra. Era a primeira vez que a agente demonstrava emoções daquela forma, na frente de todo mundo. Mesmo que tivesse se contendo ao máximo.
A mãe dos gêmeos começou a chorar nos braços do filho mais velho, Franklin tampou o rosto com as mãos para esconder a frustação, e Gabrielly recostou o corpo na parede, sem saber o que fazer. Uma lágrimas solitária percorreu o rosto da menina, e Justine alisou o rosto de Elisabeth, antes sair de onde estava para acolher a pequena Morgan nos seus braços.
-O que aconteceu com ele...?! -indaga Steven.Ele encarava Elisabeth com fúria contida.
-Houve um acidente...um corredor desabou e...
-E onde você estava?! -grita.
-Nós caimos!
-São uma equipe! Uma dupla! O que estava fazendo?! Por que não estavam juntos?!
-Pai...-intervém Michael.
-Ela deveria ter cuidado dele!-esbraveja. -É isso o que um parceiro faz! Meu filho está naquela sala! Porque você não cumpriu o seu papel!
Lizzie sentiu o seu coração doer, mas se pôs de pé com um gemido audível, deixando-se notar a mancha de sangue que ainda jorrava da ferida profunda na região das costelas, e encarou o homem com lágrimas contidas.
-Entendo a sua dor...-suspira, apertando seu próprio ferimento. -Mas não tente me culpar!
-Parem de discutir! -intervém Maria, chorosa, mas com certa força na fala.-Calem essa boca! Vocês estão num hospital! Não é hora de encontrar culpados!
-O médico! -exclama Justine, chamando a atenção de todos.
Um homem de jaleco branco saiu pela mesma porta que Richard tinha sido levado e passou os olhos pelo corredor até encontra-los.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Agent Becker 2
RandomElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? Depois de pedir demissão do emprego que passou tanto tempo tentando preservar, Elisabeth se vê livre para traçar novos rumos à sua vida...