Capítulo 11

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    Elisabeth suspirou profundamente enquanto se olhava no espelho do banheiro no restaurante que estavam,  gotas de água escorriam pelo seu rosto, e a sensação do liquido gelado contra a pele tinha conseguido trazer, mesmo que por alguns segundo, uma sensação de alívio. Ela estava tensa, Campbell e Frank tinham saido à algumas horas para conseguir o máximo de informações possiveis com a vizinhança, e sabia que quando eles voltassem uma decisão precisaria ser tomada.
  Michael tinha saido a pouco mais de uma hora, e nesse instante provavelmente já deveria estar prestes a saltar do prédio para as águas escuras da baia, e desde então Becker estava definitivamente no comando. Não gostava da idéia, mas aceitava porque sabia que era necessário. Na falta de Michael, ninguém do distrito se achou capaz para comandar, e deixar que Benn liderasse as duas equipes era uma burrice que poderia trazer consequências.
   Secou o rosto na barra da camisa preta, tomou mais um longo fôlego e finalmente se decidiu desempenhar o papel que tinha sido temporariamente eleita. Preferia não estar nessa situação, mas também não ficaria chorando e se achando incapaz de guiar aquela equipe. Entrou no modo sério de agente, e saiu do banheiro com a cabeça erguida, se surpreendendo com a presença dos dois membros da equipe que faltavam.

-Estavamos esperando você. -diz Campbell.

      Ela movimentou a cabeça, como se estivesse agradecendo e fez a pergunta que interessava:

-O que conseguiram?

-As coisas pioraram por aqui. -inicia Frank.

-As gangues foram tomadas, parece que houve uma briga entra elas e os prisioneiros, e agora quem lidera é um homem ainda mais maluco do que o antigo. -diz Campbell.

-Encontramos uma familia, e parece que o visinho delas era policial e foi tirado de casa à força. Ele era pai solteiro, e as filhas estão sob o cuidado dos visinhos. -fala Franklin.

-A comida está escassa. Os ladrões se acham simplesmente no direito de entrar na casa das pessoas e pegar o que eles quiserem. -continua o outro.

-E um morador de rua disse que ouviu alguns membros da gangue dizer que vão executar o restante dos policiais da cidade na praça em frente a delegacias no final da tarde.

-Nós fomos até lá dar um olhada. A delegacia está aberta pra qualquer um entrar, e presenciar a cena dos policiais sendo humilhados. -diz Campbell.

-Reconheceram o novo lider do album de prisioneiros?-indaga Benn.

-Eram muitos...praticamente impossível saber exatamente quem é ele. -lamenta Frank.

-Precisamos para-los...-diz Moore.

-Algum plano capitão? -indaga Rick.

-Podemos planejar um ataque, se a delegacia está mesmo aberta pra todos, não vai ser tão dificil. -diz Benn.

-Acha uma boa idéia entrar num lugar cheio de criminosos, atacar a "casa" deles e resgatar os policiais? -branda Allan. -Não pensaram que isso pode dar errado? Não podemos simplesmente fugir! E estamos numa cidade isolada! Quanto tempo você acha que eles vão demorar pra encontrar todos nós?

-Estamos em menor número...-concorda Campbell.

-Então o plano é deixar eles lá? -reclama Moore.

-Um resgate, ou qualquer outra coisa seria perigoso demais. -diz Allan.

-Não vai dizer nada, Becker? -indaga Benn.

      As duas equipes pararam a conversa para prestar atenção na mulher, que até agora somente acompanhava a discussão com olhos atentos. Ela bufou audivelmente, encarou Allan, como se com aquele olhar os dois pudessem se comunicar.

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora