Elisabeth estava entediada, tão entediada ao ponto de ficar irritada. Isso acontece quando se passa dois dias como cobaia de médicos que não acreditavam em melhoras repentinas, e procuravam qualquer pista para explicar o que aconteceu. Mas a verdade é que não havia uma resposta certa, ou pelo menos eles nunca descobririam que tudo tinha acontecido graças ao soro maluco que Allan injetou nela.
Depois desse tempo, eles foram obrigados a libera-la, todavia quando pensou que tudo voltaria ao normal e que poderia ir em busca de Black Rose mais uma vez, se deparou com a notícia de que Jerry tinha lhe dado uma suspensão. Agora estava em casa, sem tem o que fazer e sob os olhos atentos dos seus colegas de trabalho que fizeram questão de ficar para ajudar. Eles revezavam, e estavam o tempo inteiro perguntando se ela precisava de alguma coisa. Ela entendia a preocupação, e até agradecia, mas não deixava de ser irritante ter provar o tempo inteiro que não estava sentindo nada.
O pior é que ainda nem tinha tido o prazer de dar um belo soco no rosto do cientista por tudo o que ele lhe fez passar, porque parte da suspensão parecia esconder informação dela.
Tinha acabado de sair do banheiro quando ouviu batidas na porta, e revirou os olhos.-Já disse que estou bem! -resmunga.
-Sou eu! -se identifica Richard.
Lizzie lembrou do seu próprio estado, e depois deu de ombros.
-Pode entrar...
-Atrapalho? -pergunta, tateando a bengala no chão até chegar ao final da cama.
Becker fechou a porta e negou com a cabeça. O ambiente ficou em silêncio, e Richard entendeu tudo:
-Se afirmou ou negou com a cabeça, devo lembrá-la que preciso de respostas mais...
-Desculpe. -intervém. -Esqueci...você não está incomodando. Estava tomando banho.
-Tomando banho? -cheirou o ambiente. -Usa algum sabonete de jasmin?
-Perfume. -corrige.
Lizzie retirou a toalha que estava cobrindo o seu corpo e jogou sobre a cama, andou até o móvel mais próximo em busca de uma peça de roupa confortável e começou a vasculhar as gavetas.
-Isso que caiu em cima da cama foi...? -passou as mãos pelo tecido até chegar a toalha. -Uh...você está...?
-Não. -mente.
-Você mente muito mal. Fazer isso na minha frente só porque não enxergo é maldade, sabia?
-Já disse que não estou sem roupa.
-Estou ouvindo você se vestir.
Ela riu.
-Vai me dizer o que veio fazer aqui?
-Tirar algumas dúvidas sobre o que realmente aconteceu naquele museu. Eu estava no controle dos comunicadores, lembra?
-Ouviu o que exatamente?
-Não estou te acusando. Pergunto porque estou cansado de ficar de fora das suas descobertas. Não existe ninguém na nossa equipe que deseje mais prender Black Rose do que eu. Então se realmente respeita a nossa parceria, espero que me conte o que já descobriu. Porque...pode parecer estranho, mas falar com você sempre me deixa a impressão de que não estou enxergando algo...-ele xingou. -Desculpe, é força do hábito...acho que não usava tanto essas expressões como agora. Meu cérebro parece gostar de debochar da minha cara.
-Descobri muita coisa...-admite.
-Vai me contar?
-Se me prometer que nada vai sair daqui...quero a sua palavra, porque ainda não descidi o que fazer com essas informações.
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Agent Becker 2
RandomElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? Depois de pedir demissão do emprego que passou tanto tempo tentando preservar, Elisabeth se vê livre para traçar novos rumos à sua vida...