Capítulo 5

924 101 173
                                    

     Becker caminhava pelos corredores da base do distrito 2 com passadas decididas, imaginando varias teorias sobre o assunto que Jerry queria falar com ela, e só conseguiu chegar numa conclusão: ele tinha descoberto sobre a sua parte "Austen" nas veias.
     Ela seguiu exatamente as instruções de Franklin sobre como chegar até a sala do capitão, e não precisou de mais nenhuma informação para conseguir achar o local. O nome dele estava gravado na porta.
   Bateu, esperou alguns segundos, e então adentrou a sala. Um homem negro de meia idade estava sentado atrás de uma mesa espaçosa, digitando freneticamente numa máquina de datilografar. Demorou algum tempo até ele perceber a presença dela, e erguer o rosto das folhas para a mulher parada perto da porta.

-Bati, ninguém disse nada e...

-Você descidiu entrar. -completa, cruzando os braços e apoiando o tronco do corpo na cadeira. -Sente-se, por favor.

      Lizzie descidiu seguir as instruções dele, e sentou na cadeira.

-Escuta, vou direto ao ponto. -suspirou. -Você é uma mulher. Devo admitir que essa história é nova até pra mim, mas aparentemente você tem ótimas referências e vi com os meus próprios olhos o que você fez no seu teste. Derrubou aqueles homens, mal tocando neles e, é exatamente por isso que está aqui. Você ganhou o meu respeito...mas ainda não ganhou a minha confiança, até porquê não fez questão alguma de explicar alguns fatos do seu passado à sua equipe. Filha de um general...que derrepente apareceu nos Estados Unidos com um nome totalmente diferente, não pensou que isso fosse importante contar?

-Meu passado corresponde a mim. Você investigou, e então sabe sobre ele. Não existe motivo pra mim sair espalnhando nada por aí.

-É aí que você se engana. Sabe por que Gray, Michael e Richad são uma ótima equipe? Porque existe confiança entre eles. Eles sabem que se acontecem qualquer coisa, podem confiar na integridade do colega e ter plena certeza de que a equipe nunca deixaria um membro para atrás.
É com isso que eles trabalham! Confiança! Agora me diga, senhorita Austen, como podemos confiar em uma pessoa que não conhecemos? Porque até onde as minhas fontes sabem, a sua origem só foi de conhecimento da sua antiga equipe porque vocês cruzaram com o seu pai.

-Então, pra vocês sou confiável se abrir a minha vida e contar todos os meus segredos? -ironiza.

-É confiável se descidir confiar na gente. Porque o passado, é quem define uma pessoa...seja para o bem, ou seja para o mal...

-E qual destes é o meu caso? -desafia.

-Uma mulher que trabalha para o governo como agente? -riu. -Você se encaixa na primeira opção. Sei disso porque já estive no seu lugar, sei como é as pessoas nunca confiarem em você, nunca valorizarem o que você faz, e sempre te menosprezarem. É por isso que entendo a sua relutância. Olhe pra mim! Sou negro! Um negro que trabalha para o governo, e que supervisiona uma equipe de agentes brancos. Sabe quantas vezes questionaram a minha capacidade? Não espere o mesmo tratamento de mim, você é capaz, mas só vai permamecer nessa equipe se for confiável. E isso só o tempo dirá...entendido?

     Ela concordou com a cabeça.

-E quanto à sua verdadeira identidade...o resto da equipe não sabe. Não contei porque acho que é seu papel fazer isso. - finaliza.

          Julie se pôs de pé, imaginando que esse era o fim da conversa.

-Elisabeth? -chama, sério.

-Hum?

-Não use ironias comigo. -murmura. -E bem vinda à equipe...

(...)

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora