Capítulo 37

567 97 77
                                    

Justine concordou com a cabeça, e saltou pela janela. Naquela situação onde os tiros aumentavam cada vez mais, não havia muito tempo para raciocinar sobre o quão alta seria a queda, por isso ela só aceitou o fato e saltou sem pensar.
    Ela guardou a arma na cintura, e se aproximou da janela. Os três estavam lá embaixo olhando e esperando a última deles saltar. Elisabeth olhou para a floresta, depois para a quantidade de soldados mafiosos que havia no salão e supôs que poderiam ter ainda mais no de baixo. Coisa que Carnegie conseguia fácil dar conta, mas o problema ficaria maior se aqueles que estavam ali em cima decidisse percegui-los pela floresta. A francesa xingou mentalmente e lançou um olhar significativo na direção crimonosa, que nesse momento já sabia exatamente o que outra iria fazer e estava procurando uma forma de voltar. Carnegie negou com a cabeça, tentando dizer que aquilo era uma péssima idéia, mas bufou quando viu Becker apontar na direção dos dois jovens. Ela estava ali para proteger a filha de Black Rose, tinha ordens para trazê-la em segurança e agora estava num empace: fugir e tirar aqueles jovens do perigo ou voltar por Becker e com certeza arriscar a vida dos dois.
   As duas conversaram tanto pelo olhar que pareceu uma eternidade, quando só tinham alguns segundos. Rostova encarou as duas esferas azuis,  decididas e suplicantes, e bufou.

-Vamos. -murmura, puxando os dois pela mão.

-Não! Pula! -grita Justine. -Espera! Ela tem que pular! Não! Por favor!

-Me ajuda com ela. -diz Carnegie.

    Barion forçou Justine a começar a andar, praticamente arrantando a menina pelo gramado verde, enquanto ela lutava em voltar para a mansão e soltava gritos irritados por estar sendo obrigada à ir.

-Me solta! -resmunga.

    Eles já tinham entrado na floresta, e Carnegie atirava nos poucos homens que viram o trio fugir por ali.

-Nós precisamos sair daqui! -murmura Carnegie.

-Ela está lá!

-Foi escolha dela.

-Não vou ir sem e...

-Ela me pediu pra tirar vocês daqui. -murmura, séria. -Então vou tirar! Ou você vêm de bom grado, ou atiro na sua perna e o rapaz aí te carrega!

       A mulher tinha o coração acelerado como nunca tinha sentido antes, obviamente já havia estado em situações de perigo antes, mas essa era a primeira vez que desobedecia uma ordem direta de Black Rose. Tanto que não conseguia prever qual seria a reação de Reyza quando soubesse que ela tinha ficado para atrás.
   Na mansão, Elisabeth só saiu de trás do pilar quando viu e teve a certeza de que eles tinham conseguido entrar na floresta. Agora o serviço dela era ganhar, pra que Carnegie levasse eles o mais longe possível.
    Colocou as mãos atrás da cabeça em sinal de rendição e torceu pra que nenhum deles decidisse mata-la ali mesmo. Os homens já tinham parado de atirar, mas por receio de que aquela parada repentina fosse alguma espécie de truque, só sairam do lugar quando viram a mulher se render.

-Elisabeth! -murmura Kyan, entrando na sala como um rei.

     Era óbvio que aquele imbecil estaria ali, pronto para mata-la assim que fosse possível, e por isso Lizzie não levou nenhuma surpresa quando o japonês adentrou o local com as mãos no bolso do terno como se fosse dono do local, mas logo atrás dele ums figura já conhecida veio caminhando com passos lentos, provavelmente observando a bagunça feita.
  
-Desarmada, e na frente de muitas armas. -riu. -Acho que as suas vidas acabaram...

-Vai me matar? Como um covarde?

-Um covarde não calcula tanto como fiz. Planejei, compra-la no leilão e depois resolver as nossas questões, mas você se adiantou e poupou o meu bolso. Agora...de uma forma ou outra você morre...e não acredito que ninguém aqui me puniria por isso... -sorriu presunçoso.

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora