-Lizzie...? -uma voz sussurrada chegou aos seus ouvidos.
Elisabeth soltou um grunhido em resposta, perdida entre o sono e a realidade do que estava acontecendo ao redor. Tudo o que mais precisava era tirar o sono que tinha atrasado, mas parece que Justine ainda tinha energia suficiente para não conseguir dormir.
-Ta dormindo? -indaga Tine, caltelosa.
-Sim. -resmunga.
-Então porque está me respondendo?
-Dorme Justine.
-Não consigo...
-Tenta fechar o olho, isso ajuda.
-Não podemos conversar um pouco?
Julie franziu a testa e abriu os olhos irritada, a menina queria conversar à essa hora da madrugada?
-Que horas são? 2:00?
-3:00.
-O que você tem? -bufou.
-Não sei...não consigo dormir...-suspirou.
-Ainda pensando no sequestro?
-E se eles tentarem de novo?
-Eles podem tentar. -Admite. -Mas garanto que não vão conseguir.
-Você trabalha e tem compromissos, não vai estar o dia todo comigo. Então não pode prometer algo que está além do seu controle.
-Sim...olha Justine...-arrumou a sua posição. -Antes não estava aqui, mas agora estou. Não vou deixar que isso ocorra de novo.
-Sabe quem fez isso?
-Não...-bufou.
-Desconfia?
Lizzie ficou em silêncio.
-Então me conta!
-Ainda é uma hipótese. -explica. -Não quero te preocupar sem motivos.
-Estamos falando do meu sequestro, acho que tenho o direito de saber.
-Você tem o direito de estudar, dormir, comer e se divertir. O resto eu cuido!
-Se não disser, vou descobrir sozinha.
-Você não vai fazer nada. -semicerrou os olhos. -Quem é a tutora aqui?
-Não é justo você esconder informações sobre a minha vida!
-Ta...-bufou. -Suspeito que é alguém que tem algo contra você, e não contra mim. Satisfeita?
-Alguém do barco?
-Sinceramente não sei...alguns foram presos, mas outros continuam soltos...qualquer um pode ter feito isso...
Um arrepio percorreu o corpo de Justine.
-Não quero voltar para o barco...
-Não vai. -afirma. -E esse barco nem existe mais.
-Eu...
-Você nunca contou nada sobre o que aconteceu no passado...-intervém com calma. -Não quero exigir nada agora...mas se quiser falar sobre o assunto...
-Não quero. -murmura.
-Tudo bem...então quando quiser estarei aqui.
-Obrigada por entender...-suspirou, e depois encarou Elisabeth.
O quarto estava meio escuro, mas ainda era possível enxergar alguns traços do rosto.
-Impressão minha, ou você voltou dessa viagem mais comunicativa?
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Agent Becker 2
RandomElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? Depois de pedir demissão do emprego que passou tanto tempo tentando preservar, Elisabeth se vê livre para traçar novos rumos à sua vida...