Capítulo 38

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-Lizzie...? -uma voz sussurrada chegou aos seus ouvidos.

     Elisabeth soltou um grunhido em resposta, perdida entre o sono e a realidade do que estava acontecendo ao redor. Tudo o que mais precisava era tirar o sono que tinha atrasado, mas parece que Justine ainda tinha energia suficiente para não conseguir dormir.

-Ta dormindo? -indaga Tine, caltelosa.

-Sim. -resmunga.

-Então porque está me respondendo?

-Dorme Justine.

-Não consigo...

-Tenta fechar o olho, isso ajuda.

-Não podemos conversar um pouco?

      Julie franziu a testa e abriu os olhos irritada, a menina queria conversar à essa hora da madrugada?

-Que horas são? 2:00?

-3:00.

-O que você tem? -bufou.

-Não sei...não consigo dormir...-suspirou.

-Ainda pensando no sequestro?

-E se eles tentarem de novo?

-Eles podem tentar. -Admite. -Mas garanto que não vão conseguir.

-Você trabalha e tem compromissos, não vai estar o dia todo comigo. Então não pode prometer algo que está além do seu controle.

-Sim...olha Justine...-arrumou a sua posição. -Antes não estava aqui, mas agora estou. Não vou deixar que isso ocorra de novo.

-Sabe quem fez isso?

-Não...-bufou.

-Desconfia?

    Lizzie ficou em silêncio.

-Então me conta!

-Ainda é uma hipótese. -explica. -Não quero te preocupar sem motivos.

-Estamos falando do meu sequestro, acho que tenho o direito de saber.

-Você tem o direito de estudar, dormir, comer e se divertir. O resto eu cuido!

-Se não disser, vou descobrir sozinha.

-Você não vai fazer nada. -semicerrou os olhos. -Quem é a tutora aqui?

-Não é justo você esconder informações sobre a minha vida!

-Ta...-bufou. -Suspeito que é alguém que tem algo contra você, e não contra mim. Satisfeita?

-Alguém do barco?

-Sinceramente não sei...alguns foram presos, mas outros continuam soltos...qualquer um pode ter feito isso...

     Um arrepio percorreu o corpo de Justine.

-Não quero voltar para o barco...

-Não vai. -afirma. -E esse barco nem existe mais.

-Eu...

-Você nunca contou nada sobre o que aconteceu no passado...-intervém com calma. -Não quero exigir nada agora...mas se quiser falar sobre o assunto...

-Não quero. -murmura.

-Tudo bem...então quando quiser estarei aqui.

-Obrigada por entender...-suspirou, e depois encarou Elisabeth.

    O quarto estava meio escuro, mas ainda era possível enxergar alguns traços do rosto.

-Impressão minha, ou você voltou dessa viagem mais comunicativa?

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora