A equipe caminhava lado a lado pelo acampamento que o exército tinha feito aos limites da barreira de minas terrestres dos russos, um pouco perdidos pela movimentação de soldados correndo para todas as direções, eles apressaram os passos até a tenda principal que um dos homens tinha sinalizado.
Eles adentraram o local e perceberam que o interior daquele grande barraca talvez fosse o único lugar tranquilo que encontrariam dali pra frente. Clarke e Peterson discutiam em torno da mesa redonda colocada no centro, quando viram o grupo de pessoas entrar, eles reconheceram imediatamente dois rostos entre os visitantes. O general deixou o diretor da OSCU para atrás e se aproximou dos recém chegados.-Vocês devem ser a equipe que Jerry enviou, estou certo? -questiona Clarke, profissional.
-Sim, senhor. -responde Mike.
-Estão atrasados. -murmura Clarke.
Elisabeth sorriu de lado, tendo consciência que o homem odiava atrasos.
-A minha equipe já está embarcando no avião. -diz Peterson. -Aconselho que apresem os passos até a pista improvisada se quiserem chegar à tempo.
-Perai? Avião? -indaga Lizzie, surpresa. -Que plano péssimo é esse?
Todo mundo ficou em silêncio, surpresos pela audácia da garota em questionar os planos de dois oficiais experientes. O diretor da OSCU mal podia acreditar que Elisabeth agora trabalhava para a oposição, ele tinha conseguido disfarçar a surpresa, mas ouvir ela questionar os planos que tinha feito com a maior cara de pau, como se ele não fosse nada conseguia fazer o seu sangue ferver. Afinal, como ela conseguiu ser aceita por Jerry? Pelo distrito? Ele sabia o quanto eles eram criteriosos nas suas escolhas, e começou a imaginar que Elisabeth tinha entrado por caminhos não tão lícitos para garantir um lugar na equipe.
Aparentemente Clarke era o único acostumado com o jeito da mulher, e também foi a pessoa que decidiu responde-la, antes que a furia de Peterson fosse liberada.-Era a melhor solução. -responde o general.
-E a mais suicida. -complementa.
- Deveriamos ter esperado a sua mente brilhante chegar, senhorita Becker.-ironiza Peterson. -Por que acha que tem o direito de questionar um plano inteiro dos seus superiores?
-Porque somos nós quem vamos arriscar a vida, enquanto vocês esquentam a bunda sentados atrás de uma mesa. -murmura.
-Não seja por isso, se acha tão difícil "arriscar a sua vida"...-friza, irritado. -Vai ficar aqui e ajudar na papelada.
Lizzie riu escandalosa, deixando o rosto do homem ainda mais vermelho. Frank colocou a mão no ombro dela, pendindo silenciosamente que ela não xingasse o indivíduo prepotente a sua frente.
-Se você tivesse alguma autoridade sobre mim, a sua palavra poderia valer alguma coisa. Mas já que nós dois sabemos que isso não acontece...-deixou no ar, ignorou Peterson, e encarou Clarke. -Onde fica a pista?
Rick soltou uma risadinha nazalada, e levou um cutucão do irmão.
-Siga reto pelo caminho das barracas azuis, no final do percurso. -responde Clarke, insatisfeito.
Ele entendia o jeito de Elisabeth, mas também sabia que depois que ela saisse dali seria ele à lidar com o mal humor de Peterson, e a vontade do sujeito de acabar com a carreira dela.
O grupo desidiu correr para fora dali, antes que a raiva que Peterson segurava voltasse a ser despejada sobre eles, e seguiram o rumo das barracas indicadas. Mike atrasou os passos para ficar ao lado de Elisabeth, e sussurrou sério:-Não faça mais isso.
-Se está falando do Peterson, ele mereceu.
-Sim, mereceu. Mas continua sendo o seu superior, então obedeça a cadeia de comando porque se você disser algo errado os resultados disso caem sobre mim. Sou o lider da equipe e tenho que responder por vocês, por isso daqui pra frente só desafie um superior quando estiver fora do horário de trabalho. Entendeu?
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Agent Becker 2
RandomElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? Depois de pedir demissão do emprego que passou tanto tempo tentando preservar, Elisabeth se vê livre para traçar novos rumos à sua vida...