Capítulo 7

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A equipe caminhava lado a lado pelo acampamento que o exército tinha feito aos limites da barreira de minas terrestres dos russos, um pouco perdidos pela movimentação de soldados correndo para todas as direções, eles apressaram os passos até a tenda principal que um dos homens tinha sinalizado.
     Eles adentraram o local e perceberam que o interior daquele grande barraca talvez fosse o único lugar tranquilo que encontrariam dali pra frente. Clarke e Peterson discutiam em torno da mesa redonda colocada no centro, quando viram o grupo de pessoas entrar, eles reconheceram imediatamente dois rostos entre os visitantes. O general deixou o diretor da OSCU para atrás e se aproximou dos recém chegados.

-Vocês devem ser a equipe que Jerry enviou, estou certo? -questiona Clarke, profissional.

-Sim, senhor. -responde Mike.

-Estão atrasados. -murmura Clarke.

    Elisabeth sorriu de lado, tendo consciência que o homem odiava atrasos.

-A minha equipe já está embarcando no avião. -diz Peterson. -Aconselho que apresem os passos até a pista improvisada se quiserem chegar à tempo.

-Perai? Avião? -indaga Lizzie, surpresa. -Que plano péssimo é esse?

       Todo mundo ficou em silêncio, surpresos pela audácia da garota em questionar os planos de dois oficiais experientes. O diretor da OSCU mal podia acreditar que Elisabeth agora trabalhava para a oposição, ele tinha conseguido disfarçar a surpresa, mas ouvir ela questionar os planos que tinha feito com a maior cara de pau, como se ele não fosse nada conseguia fazer o seu sangue ferver. Afinal, como ela conseguiu ser aceita por Jerry? Pelo distrito? Ele sabia o quanto eles eram criteriosos nas suas escolhas, e começou a imaginar que Elisabeth tinha entrado por caminhos não tão lícitos para garantir um lugar na equipe.
Aparentemente Clarke era o único acostumado com o jeito da mulher, e também foi a pessoa que decidiu responde-la, antes que a furia de Peterson fosse liberada.

-Era a melhor solução. -responde o general.

-E a mais suicida. -complementa.

- Deveriamos ter esperado a sua mente brilhante chegar, senhorita Becker.-ironiza Peterson. -Por que acha que tem o direito de questionar um plano inteiro dos seus superiores?

-Porque somos nós quem vamos arriscar a vida, enquanto vocês esquentam a bunda sentados atrás de uma mesa. -murmura.

-Não seja por isso, se acha tão difícil "arriscar a sua vida"...-friza, irritado. -Vai ficar aqui e ajudar na papelada.

      Lizzie riu escandalosa, deixando o rosto do homem ainda mais vermelho. Frank colocou a mão no ombro dela, pendindo silenciosamente que ela não xingasse o indivíduo prepotente a sua frente.

-Se você tivesse alguma autoridade sobre mim, a sua palavra poderia valer alguma coisa. Mas já que nós dois sabemos que isso não acontece...-deixou no ar, ignorou Peterson, e encarou Clarke. -Onde fica a pista?

      Rick soltou uma risadinha nazalada, e levou um cutucão do irmão.

-Siga reto pelo caminho das barracas azuis, no final do percurso. -responde Clarke, insatisfeito.

      Ele entendia o jeito de Elisabeth, mas também sabia que depois que ela saisse dali seria ele à lidar com o mal humor de Peterson, e a vontade do sujeito de acabar com a carreira dela.
    O grupo desidiu correr para fora dali, antes que a raiva que Peterson segurava voltasse a ser despejada sobre eles, e seguiram o rumo das barracas indicadas. Mike atrasou os passos para ficar ao lado de Elisabeth, e sussurrou sério:

-Não faça mais isso.

-Se está falando do Peterson, ele mereceu.

-Sim, mereceu. Mas continua sendo o seu superior, então obedeça a cadeia de comando porque se você disser algo errado os resultados disso caem sobre mim. Sou o lider da equipe e tenho que responder por vocês, por isso daqui pra frente só desafie um superior quando estiver fora do horário de trabalho. Entendeu?

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora