Elisabeth saiu do banco da mesma forma que entrou, com a típica postura de mulher rica e mimada, evitando dizer adeus à qualquer funcionário pra que o seu rosto não fosse mais gravado do que já foi. Caminhou pelas ruas da cidade de Londres com passadas mais tranquilas, temendo andar rápido demais e fazer com que a bomba que estava dentro da pasta explodisse em suas mãos. Ela tinha um plano, e esse plano incluía encontrar um lugar calmo e tranquilo para tentar desativar aquela coisa, afinal não poderia levar uma coisa tão perigosa ao apartamento que tinha alugado e arriscar derrubar um prédio inteiro. O ideal seria encontrar um lugar deserto, mas como não havia muitos desses locais naquela cidade, escolheu a primeira padaria longe do banco e vazia o suficiente para não ser responsável por um massacre, caso aquilo explodisse.
Sentou na última mesa, aquela mais afastada de tudo e de todos, e depositou a mala sobre a mesa. A atendente logo veio fazer o seu pedido, e ela descidiu que já estava na hora de colocar algo no seu estômago, mesmo que não fosse realmente um almoço e pediu por um pedaço de bolo.-Como se destrói uma bomba? -resmunga. -Allan...vou te matar...
Abriu o documento com as informações, e vasculhou em busca de alguma instrução à ser seguida.
-Muito sábio explicar como construiu, mas não como se destrói. -sussurra, fechando o arquivo.
-Senhorita, aqui está o seu bolo e...- depositou sobre a mesa o que ela tinha pedido, ao lado de uma xícara de café.
-Eu não pedi café...-Lizzie franziu a testa.
-É...eu sei...me desculpe, mas...aquele cavalheiro alí perto da porta, pediu que lhe enviasse isso por conta dele.
-Mas quê...-Lizzie ergueu o olhar, olhando na direção que a garçonete apontava.
Seu coração quase errou uma batida. Ele estava de costas, mas aquelas costas eram inconfundíveis.
-Pode pedir que ele venha até aqui? E diga que não gosto de café...
-Claro! Posso levar a xícara?
-Não, pode deixar aqui.
-Mas à senhorita disse que...
-Não costumo desperdíçar as coisas.-explicou.
-Ah, sim...claro...com licença...
As mãos de Elisabeth começaram a suar quando a mulher caminhou até o sujeito que ainda estava parado próximo a porta e cochichou muito perto do rosto dele. Seu coração parecia querer sair do peito, havia uma empolgação dentro de si que fazia ele bater cada vez mais rápido, mas também havia o seu lado racional tratando de lembra-la de que aquilo poderia não ser um bom sinal.
O sujeito virou na direção dela e caminhou com cautela e seriedade no rosto, até parar exatamente ao lado de Elisabeth, à essa altura um pequeno sorriso conseguiu tomar o rosto dele.-Confesso que cheguei a ficar decepcionado quando a garçonete disse que a senhorita não gostava de Café.
-Quer me fazer companhia, cavalheiro?
-Claro...-ele apoiou a mão na mesa e sentou. -Se não for atrevimento da minha parte, gostaria de perguntar qual perfume está usando...?
-Sim, é bem atrevido da sua parte. -sorriu-Mas se quer mesmo saber, já me disseram que cheira a Jasmins... -deu de ombros.
Ela fechou a mala e colocou tudo de lado.
-Então cavalheiro, pode me dizer com quais intenções me enviou uma xícara de café?
-É uma xícara de café...-deu de ombros. -Foi um gesto solidário.
-Solidário? -riu.
-Solidariedade à uma mulher que não bebe isso à muito tempo. Deve ser difícil desapegar dos vícios.
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Agent Becker 2
RandomElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? Depois de pedir demissão do emprego que passou tanto tempo tentando preservar, Elisabeth se vê livre para traçar novos rumos à sua vida...