Capítulo 6

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Elisabeth bateu na porta de madeira com certa força, torcendo pra que Allan não tivesse mudado de endereço desde a última vez que os dois tinham se visto. O cientista era tão cheio da grana, que tinha mania de migrar de uma casa à outra porque simplesmente já estava cansado da decoração. Mas o principal motivo sempre vinha do estilo de vida dele, festa e experiências malucas que explodem não são bem vistas pelos vizinhos, e na maioria das vezes ele era obrigado à se mudar. Ou isso, ou a prisão.
Ela cruzou os braços abaixo do peito e mudou o peso do corpo para a perna direita, impaciente pela demora. Essa era pelo menos a quarta vez que Lizzie batia naquela porta e ninguém atendia, e estava quase virando as costas para sair dali quando ouviu o som da porta ser destrancada do outro lado. Não sabia como, mas algo dentro dela dizia que Allan sabia quem era e já tinha ouvido desde o primeiro toque. O rosto do cientista apareceu pela fresta da porta, espiando a forma que Elisabeth rodava os olhos.

-Posso ajuda-la, senhorita?

-Abre logo essa porta, Matte. -resmunga.

-Passa meses sem dar notícias, e agora quer entrar na minha casa? -indaga, abrindo a porta. -E se você estivesse com problemas?

-Se estivesse, você saberia.

-Você já fez isso antes, e nós conversamos sobre essa mania de sumir sem dar notícias.

-E o que eu disse?

-Você disse que não faria de novo.

-Disse que "tentaria". -corrijo. -Tentei, mas não consegui.

-E diz isso na maior cara de pau?

Ela revirou os olhos.

-Para de drama Allan, você neme está magoado.

-Austen, respeita o meu drama. -ele desfez a carranca como se nunca tivesse dito nada e deu passagem. -Quer um cafezinho?

-Quente?

-Óbvio!

O cientista caminhou até a garrafa térmica de café, num formato estranho que ele mesmo tinha projetado, e serviu uma xícara para a amiga.

-E então? Vai me dizer o motivo da visita? Imagino que o meu rostinho bonito não tenha sido a sua única inspiração pra ressurgir do buraco que negro que estava se escondendo.

-Carnegie. -murmura, indo direto ao assunto. -Você trabalha para a OSCU, o que tem à me dizer sobre ela?

-Bom...até onde sei, Peterson só conseguiu rastrear os movimentos dela até a Itália. Depois disso perdeu os rastros dela. -ele bebeu um pouco do próprio café. -E então, eles acharam melhor concentrar os esforços em destruir as bases secrestas da Maré, aquelas que a gente descobriu e esqueceram totalmente da russa irritante.

-Itália? -enrrugou a testa.

-Na minha opinião ela nunca saiu do país.

-Por que diz isso?

-Ah, porque conversei com ela. -responde, comos e aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.

-Espera ai, você e a Carnegie conversaram? Vocês dois? Duas pessoas que se odeiam? E por que não disse isso pra mim?! Pra OSCU? Você é maluco?!

-Ei! Uma pergunta de cada vez! -murmura. -Pra começar, já tinha saído da OSCU e você nem atendia as minhas chamadas. Depois, ela só passou alguns dias aqui porque...

-Hospedou ela? A mesma mulher que tentou nos matar?

-Ela colocou uma arma na minha cabeça, esperava que fizesse o que? Sou novo demais pra morrer! Além disso, não foi nenhum sacrifício ver ela andando de camisola pela casa. -sorriu malicioso. -Pena que ela é chata demais...

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora