-Você não vai.
A porta atrás de Elisabeth se fechou, e ela olhou sob os ombros para as figuras que tinham acabado de entrar naquela cabana. Continuou fazendo as malas, pouco se importando com as palavras de Oliver.
-Descidiu chamar por ajuda, Morgan?-debocha.
-Eu só contei que você estava indo. Eles decidiram intervir. -explica.
-Nós temos uma missão aqui, Becker. -diz Carnegie, na maior calma. -E um trato.
-Vocês tem. -enfatiza.
-Se você sair o time vai ficar desfalcado! Acha que ninguém vai desconfiar se Masha sumir? Ou for embora sem mais e nem menos? -murmura Oliver. -Tem pessoas aqui que dependem de nós! Ela estão sendo torturadas! Você não era assim! Pense bem no que pode acontecer com elaas! A Lizzie que conheci jamais deixaria alguém na mão assim!
Rick franziu a testa na direção dele, confuso pelas palavras. Desde quando os dois se conheciam?
-Você não me conhece!- Elisabeth jogou a roupa em cima da cama, explodindo sem aviso prévio. -Acha que dizer que pessoas estão sofrendo vai me fazer desistir de ir?! Só tem uma pessoa que precisando de mim, e ela está na América!
-Crianças...jovens...homens, e mulheres. Quer mesmo esse sangue nas suas mãos? -Carnegie cruzou os braços e se aproximou da Francesa. -Porque se você passar por aqueles portões a sentencia de morte deles será assinada.
-Não sou tão importante assim para o plano de vocês. Tenho certeza que conseguem se virar sozinhos e...
Sua frase foi interrompida por um soco abrupto que atingiu a face esquerda com força. Rostova abaixou o punho, mantendo a mesma expressão controlada de antes.
-Pessoas vão morrer aqui, então não finja que não se importa. Está cega de preocupação, então abra os olhos e vamos voltar ao trabalho!
Lizzie sentiu seu coração bater um pouco mais lento, como se o golpe tivesse realmente tirado ela de um surto de preocupação. A clareza voltou a tomar conta dela, e seu cérebro assumiu a postura racional que sempre teve, por mais que seu coração insistisse em salvar Justine do possível perigo, agora era o seu cérebro que estava no controle. Ela só tinha perdido o controle dessa forma uma vez, e nesse momento não conseguia ficar brava pelo soco, só agradecer por ser tirada tão rápido daquele estado irracional.
Seu coração estava apertado com a possibilidade de algo de mal acontecer à garota, mas também não conseguiria ficar tranquila em deixar todas aquelas pessoas na mão. Nesse âmbito Carnegie estava certa, ela se importava. Inspirou profundamente, passou a mão pelo rosto com pesar e encarou cada pessoa naquela cabana.-Vamos fazer isso...-o alivio antigiu todo mundo ali. -Mas a partir de agora, vamos fazer do meu modo. Preciso voltar rápido, o que significa que não vamos ficar nesse "lenga lenga" de familia feliz. Disfarces demoram demais.
-Vai sair atirando até achar o que procura? -ironiza Oliver.
-Conseguiu alguma informação? -indaga Rick, curioso.
-A ala sul é proibida. -diz Carnegie. -Tanto que o único guarda à ter acesso é o chefe deles. Bóris.
-Se ajuda de alguma coisa, falei com Benn essa manhã e ele conseguiu descobrir com os prisioneiros que existem pessoas não identificadas em uma das alas. Talvez seja essa que você está falando...e parece que existe um modo de chegar até lá por dentro da prisão, ele ficou de descobrir como, mas...-deixou no ar. -Vamos precisar de tempo.
-Não temos tempo. Pretendo sair daqui ainda hoje, e isso não mudou.
-Planejamos que a missão duraria no mínimo um mês, e você quer fazer em um dia? -reclama Rick, sem acreditar.
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Agent Becker 2
De TodoElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? Depois de pedir demissão do emprego que passou tanto tempo tentando preservar, Elisabeth se vê livre para traçar novos rumos à sua vida...