Capítulo 52

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Elisabeth abriu os olhos com lentidão, somente depois de vários minutos e ter sentido ser arrastada até um local que ainda não tinha corrido o risco de verificar com os próprios olhos. Mas ouvindo tudo o que estava acontecendo a sua volta, não foi difícil concluir que todos tinham acreditado na sua pequena cena dramática de desmaio. Incrivelmente, apesar de sentir algumas dores no corpo ela parecia bem até demais, levando em conta o estado que sabia que qualquer um deveria estar naquela situação. No entanto, mesmo que isso fosse bom, também estava começando a incomoda-la. Tinha certeza de ter atingido o tempo que determinou com os mafiosos, conhecia o estado do seu desempenho físico, ainda que tivesse muito treinamento, somado à sua quase morte e os efeitos que deveria sentir, a pouca dor que estava sentindo não era normal. E também não era burra em acreditar que foi sorte, habilidade, ou qualquer outra desculpa esfarrapada. Seu mente rápida logo chegou a resposta mais óbvia: o soro.
Dessa forma, o plano de tirar Allan das mãos dos agentes do governo tinha passado à ser urgente. Precisava de respostas, e a única pessoa que poderia dar era ele.

-Julie! - o general apareceu no seu campo de visão.

As rugas na testa dele demonstravam que claramente estava preocupado.

-Você está bem?!

Ela ainda conseguiu dar umas inspecionada na sala antes de levantar do local macio no qual estava e sorrir um pouco, só para acalma-lo.

-Estou ótima, general.

O rosto dele passou de preocupado, à confuso, e por fim a feição de entendimento e irritação.

-Fingiu aquele desmaio?

-Estamos sozinhos aqui, general. Mas acho melhor tomar cuidado com as palavras, ainda estamos no covil do inimigo e nesse lugar, as paredes tem ouvidos. -repreende.

-Está brincando comigo, Julie?! Sabe a minha preocupação? Você estava caída naquele Ring! Não acordava! Cheguei a pensar que...

-Estou ótima. Não está vendo? -interrompeu.

-A próxima vez que for tentar algo tão imprudente, me mantenha informado!

-Não sou um dos seus soldados, general.

-Eu sei, porque nenhum deles ousaria falar comigo nesse tom.

-Awn! Isso é um elogio? -ironiza.

-Não.

-Ótimo, acho que voltamos ao normal, não é?

Aneurin bufou. Até pouco tempo atrás eles conseguiram ter uma conversa civilizada, e agora estavam brigando de novo. A verdade é que ele amava aquela teimosa, e não sabia como expressar isso, provavelmente os dois eram péssimos demais nessa questão e sempre acabavam brigando no final.

-Está mesmo bem? -tentou se acalmar.

-Dores no corpo. Mas nada que uma boa noite de sono não tire.

-É o que você vai fazer, depois que sairmos daqui.

-Se quer realmente conseguir carona pra sua casa, acho bom parar de tentar mandar em mim.

-O carro é meu.

-Mas eu tenho as chaves.

Ela tirou a mão do bolso do casaco verde dele, de onde o general nem sabia que estava e chacoalhou a chave prateada diante dos olhos dele.

-Excelente truque. Agora entendo como roubava as chaves dos meus tanques. Influência daqueles seus amigos trombadinhas, não é mesmo? Sábia decisão proibir aquelas amizades.

Becker revirou os olhos.

-Vamos sair logo daqui. -bufou, e se pôs de pé. -Ainda estamos no hotel...-analisou. -Talvez em alguns dos quartos?

Agent Becker 2Onde histórias criam vida. Descubra agora