Capítulo 35 - Você está com ciúmes?

822 110 16
                                    

Voltei pra mais um att.

Boa leitura ❤

-x-

Pov Gizelly

(...)

— Então, como você deve saber, precisamos de alguém que seja adaptável com relação às normas da empresa, mas que também seja proativo, visto que prezamos pela eficiência no trabalho.

— Claro. - a mulher em minha frente exalava confiança enquanto prosseguíamos a entrevista. 

— Sua formação acadêmica é excelente e possui boas recomendações de outros escritórios nos quais trabalhou, além de ter uma taxa bem alta de casos ganhos.

— Obrigada.- sorriu.

— Porque quer trabalhar aqui? - fitei seus olhos. 

— Porque o escritório é de referência nacional no ramo da advocacia criminalista. Vocês possuem uma das melhores equipes de trabalho. Creio que trabalhar aqui seria uma forma enorme de crescimento profissional bem como pessoal.   

— Na sua visão, existe alguma premissa básica na relação entre advogado/cliente? - eu odiava perguntas clichês em entrevistas de emprego, porém eu precisava saber dos ideais da “mulher quase perfeita” antes de contratá-la. 

— Embora o exercício da advocacia tenha se tornado bastante moderno, princípios como honestidade, confiança e segurança são essenciais nessa relação. 

Eu sabia que em ocasiões assim as pessoas nunca mencionam defeitos e coisas que passam uma imagem negativa, porém as respostas da advogada pareciam prontas demais, boas demais e eu me sentia incomodada com tal atitude.

Até então eu não tinha certeza se ela era uma pessoal normal, com altos e baixos, mas que amava a profissão ou uma espécie de robô. 

Em casos de contratações, a avaliação final sempre era minha e, se ela realmente quisesse ser empregada, ela teria que me mostrar alguma espécie de fragilidade real. 

Afinal, demorei muito para conquistar o que tenho e preciso de pessoas reais ao meu lado para que eu possa continuar tal feito. 

— Nestes anos de profissão, houve algum momento crítico em que foi preciso você superar barreiras? - me mostrei interessada. 
 
— Acho que a superação deve ser meta pessoal de todo ser humano e precisamos estar preparados para tudo. 

— Você entendeu a pergunta? - questionei e a mulher pareceu pensar demais antes de enfim me responder.

— Entendi sim. Bom… eu sempre me dediquei demais ao trabalho, às vezes até sacrificando meu tempo de coisas importantes. Dois anos atrás passei por um processo de separação e luta pela guarda do meu filho. Então tive que me adaptar à mudança de rotina e confesso que até diminuir o ritmo no trabalho para dar prioridades a outras coisas, como a criação dele. - bingo! Ela talvez não fosse tão engessada assim. 

Creio que valeria a pena. 

— Hoje você se divide entre cuidar dele e trabalhar?

— Sim. 

— Quantos anos ele tem? - eu geralmente não perguntaria algo do tipo, mas a curiosidade me venceu.

— Quatro anos. 

— Em seu currículo diz que você fala inglês. Do you want to continue this interview in this language? (Deseja continuar a entrevista neste idioma?) - arrisquei, pois eu mal sabia o português e algo me dizia que ela tinha o mesmo nível de fluência que eu: que era quase zero. 

O TRATO - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora