Capítulo 24 - Foi só um susto

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Pov Rafaella 

Hoje parecia ser um dia tranquilo. 

Eu estava relativamente bem com o que ocorrera ontem. Não me refiro ao quase flagra de Fernanda no escritório mas ao fato de eu ter retomado minhas aulas na faculdade na última noite. 

No fim das contas, foi bom Gizelly ter me liberado bem mais cedo pois pude me preparar com antecedência para o retorno. 

A turma não era a mesma, isso era óbvio. Alguns professores haviam mudado, outros ainda estavam lá. Parecia que eu estava retomando uma paixão antiga que havia sido esquecida por mim mesma. Em pouco tempo estaria formada como sempre quis e meus pais sempre sonharam. 

Dessa vez não tive problema em chegar cedo ao trabalho. Logo descia do carro que parou no estacionamento do prédio comercial. Rapidamente paguei ao motorista e me encaminhei em direção ao elevador do prédio. 

Pov Pedro

Eu ainda não conseguia engolir o fato de Rafaella conseguir escapar de toda a situação sem nenhum arranhão. 

Ela não fazia ideia de tudo o que me fez passar. Projetar um futuro junto com ela, quase pedí-la em casamento e depois ter que me justificar para todos os que conhecia, inclusive os familiares, afirmando não saber mais seu paradeiro, pois o relacionamento perfeito havia acabado. 

Sem contar no fato de ter sido roubado sem nem poder dizer nada a ninguém. Quem iria acreditar nessa palhaçada? Tive me reerguer sozinho e estava decidido a tirar a limpo essa história. 

Assim que a vi descer do carro corri em sua direção e pus minhas mãos contra suas costas, a empurrando fortemente contra a parede mais próxima.  

— Você achou mesmo que ia escapar dessa? - a virei em minha direção e pude ver o choque em seu semblante ao me encarar.

Seus olhos arregalados e sua respiração entrecortada indicavam seu desespero ao me reencontrar depois de tanto tempo. 

Ela não foi capaz de dizer uma palavra mas o que eu mais queria era uma confissão de sua parte.

Ela não era inocente. 

— Eu não vou permitir que saia impune, Rafaella. Confessa que tentou me prejudicar. - gritei enquanto segurei firme em seus braços como que a chacoalhando a fim de fazê-la ter medo. Afinal, ela teria que admitir. 

Eu sabia que seria perigoso ter tal atitude em plena luz do dia e ainda mais num prédio super movimentado como aquele mas a sorte estava ao meu favor e, como era bem cedo, não havia mais ninguém ali. 

— Pedro, me solta. - ela pediu assustada. 

— Ah, agora você sabe meu nome. Espero que saiba também do que sou capaz de fazer com você. - segurei forte em seus pulsos enquanto percebi alguém se aproximar rapidamente. 

— E O QUE VOCÊ É CAPAZ DE FAZER COM ELA, SEU FILHO DA PUTA? - eu estava de costas mas pela voz eu sabia que era a advogada e logo senti um golpe sendo deferido contra minha nuca e cabeça. Era algum pedaço de madeira que foi quebrado assim que entrou em forte impacto contra minha pele. 

Quando me virei pude sentir uma forte pressão no local e eu sabia que havia cortado a região pois sentia o sangue escorrer.

Acabei largando Rafaella, que saiu gritando por ajuda e logo seguranças vieram em minha direção, me impedindo de partir para cima de Gizelly. 

Enquanto eu era levado para longe do local, ainda conseguia ouvir a advogada dizer repetidas vezes que se eu mexesse com a mineira, teria que lidar diretamente com ela e era bom que eu não pagasse para ver. 

O TRATO - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora