O TRATO - Girafa

Capítulo 51 - Eu te desarmei?

Oii. Passando só pra desejar boa leitura pra vocês ❤

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Pov Gizelly

Rafa estava a alguns minutos no telefone com Letícia.

A advogada estava deixando-a a par de tudo o que estava acontecendo no caso movido por Pedro e Alice. Minha namorada, como boa ouvinte, prestava atenção a tudo e fazia algumas perguntas. 

Ao meu ver, eu não saberia dizer ao certo se ela estava preocupada com o primo ou com ter que prestar mais declarações perante outro juiz.

Por diversas vezes me imaginei estando em seu lugar e a conclusão que eu cheguei foi que eu não teria a calma que a mesma tem para enfrentar situações como aquela. 

O caminho era óbvio: eu não teria sangue frio e explodiria em agressividade cada vez que eu tivesse que encarar Erick, sua mãe ou até mesmo Pedro. 

Rafaella conseguia respirar fundo e manter a sanidade sempre que era necessário enquanto eu, com enorme facilidade, perderia a cabeça e só após o feito tentaria me acalmar. 

Eu sempre confiei no trabalho de Letícia e, embora a resolução daquilo não fosse em caráter pessoal tal qual anteriormente foi para mim, eu tinha fé que tudo correria bem. Afinal, ela era muito boa no que fazia. Não era atoa que muitas vezes precisei da sua ajuda com alguns clientes importantes. 

— Era a Letícia. - informou após desligar a ligação. 

— Eu percebi pelo teor da conversa. - dei de ombros.

— Ela disse que eles já tem uma data e que eu vou ter que testemunhar. - afirmou logo sentando ao meu lado no sofá. 

— A gente já esperava por isso, né? 

— Sim, mas eu tô com medo. De novo. - suspirou. 

— Não tem porque ter medo. Você já enfrentou algo pior. Dessa vez será mais fácil e a ação que você ganhou vai servir de base para a condenação dele. Pode ter certeza disso. 

— E se me julgarem como cúmplice? 

— Ninguém vai fazer isso. Vai ser algo rápido. Você vai ser chamada, vai dar sua versão, responder algumas perguntas e irão te liberar. 

— Tem certeza? - fitou meus olhos. 

— Absoluta. Não se preocupe. 

— Aff. Eu só queria me livrar disso logo. - deixou seus ombros caírem e se escorou em mim. 

— Você vai! Até já tem dia e hora marcados. - eu disse de forma positiva. 

Ao contrário da mineira, eu amava o fato de que as coisas estavam sendo resolvidas judicialmente, mesmo que requeresse dela alguns sacrifícios. 

Eu sabia que nem sempre quando se sofre alguma injustiça, as devidas providências são tomadas. Na maioria das vezes, as pessoas ficam desamparadas e tendo que lidar com os transtornos que alguém as causou. 

Então, mesmo que ela tivesse medo, receio ou algo do tipo, eu estava feliz pelo bandido estar recebendo tudo o que merecia. 

— Ela também falou isso. 

— O quê? - perguntei ao ser tirada de meus pensamentos. 

— A Letícia. Ela disse que eu não precisava ficar preocupada porque ia ser algo breve e que eles tinham tudo pra ganhar. 

— Eu disse. - afirmei convencida e a vi sorrir. — Vai ser quando mesmo? 

— Daqui a três semanas.