Pov Rafaella
Sabe quando você acorda, mas sua mente não lhe obedece? Eu estava em uma situação parecida a esta já por alguns minutos.
Após beber todas ontem juntamente a Duda, só me restavam alguns flashes de memórias em sinal de recordação. A dor de cabeça era insuportável e eu me questionava se a capixaba de fato havia chegado em meu apartamento, visto que o lugar ao meu lado na cama estava vazio.
Em contrapartida, era notório o alto roncar da menor, que estava no quarto ao lado e deixava mais do que claro sua presença por ali.
Resolvi levantar ainda que lentamente e abrir as cortinas, o que me fez levar as mãos aos olhos com a luz forte do sol em decorrência do incômodo gerado. Eu era uma pessoa matutina, contudo hoje não era especificamente o dia certo para isso.
Lembrei que, por ser fim de semana, eu não precisaria ir para o estágio, o que me deu a oportunidade de curtir melhor minha ressaca.
Fui ao banheiro, escovei os dentes e caminhei até a sala me jogando no sofá e ligando a televisão. Só depois me dei conta de que não era tão cedo do dia quanto eu imaginava. Por Deus! O processo de reorganização mental exigia um esforço que eu nem sabia se estava disposta a fazer.
— Até que enfim, né? - eu disse quando a capixaba passou pela porta com algumas sacolas.
— Eu quem devia dizer isso. Você sabe que horas são?
— Mais de doze? - dei de ombros.
— Exato.
— Foi na padaria?
— No supermercado. Você anda comendo o quê por aqui? Vento? - perguntou enquanto já tirava as compras e as punha na mesa.
— Eu ia fazer isso amanhã - me justifiquei.
— O quê? Comer vento? Bastante saudável.
— Fazer compras.
— Hum… sei. A Eduarda ainda tá dormindo?
— Tá.
— Já era pra você ter acordado ela, Rafaella.
— Gizelly, ela não é minha filha não - reclamei — Deixa ela dormir.
— A gente vai pra casa da Bia.
— Desde quando?
— Desde ontem quando ela ligou convidando.
— Melhores amigas. - constatei e ela riu.
— Vou chamar ela. - disse e logo saiu em direção ao quarto.
De longe pude ouvir minha namorada reclamar com a menor afirmando ser duas da tarde e dizendo que iria abrir a janela para a atriz poder ver a luz do sol. Era alguma coisa sobre absorver vitamina D ao mesmo tempo em que questionava se a outra iria dormir o dia todo.
— Tá bom… você parece minha mãe… que saco! - a atriz apareceu na sala reclamando.
— Tá vendo, eu avisei - proferi convencida.
— Tô nem aí. Vou bem deixar de ir comer de graça pra ficar aqui enfurnada o dia todo olhando a cara de vocês.
— Onde a gente vai? - a menor perguntou já se sentando à mesa.
— Casa da Bianca.
— É festa? Porque eu nem me recuperei de ontem, Titchela. - fez bico.
— Eu não sei ao certo, mas ela chamou nós três. Vocês até falaram com ela na hora que ela ligou. - serviu café em sua xícara e logo me juntei a elas.
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O TRATO - Girafa
FanfictionRafaella Kalimann é uma golpista que deixa suas involuntárias vítimas atormentadas quando percebem que foram usadas e roubadas de tudo, incluindo seus corações. Mas a dinâmica muda quando seus dois últimos alvos - Pedro e Alice - se juntam para ir a...