Capítulo 55 - Medo de quê?

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Pov Rafaella

Sabe quando você acorda, mas sua mente não lhe obedece? Eu estava em uma situação parecida a esta já por alguns minutos. 

Após beber todas ontem juntamente a Duda, só me restavam alguns flashes de memórias em sinal de recordação. A dor de cabeça era insuportável e eu me questionava se a capixaba de fato havia chegado em meu apartamento, visto que o lugar ao meu lado na cama estava vazio.

Em contrapartida, era notório o alto roncar da menor, que estava no quarto ao lado e deixava mais do que claro sua presença por ali. 

Resolvi levantar ainda que lentamente e abrir as cortinas, o que me fez levar as mãos aos olhos  com a luz forte do sol em decorrência do incômodo gerado. Eu era uma pessoa matutina, contudo hoje não era especificamente o dia certo para isso. 

Lembrei que, por ser fim de semana, eu não precisaria ir para o estágio, o que me deu a oportunidade de curtir melhor minha ressaca. 

Fui ao banheiro, escovei os dentes e caminhei até a sala me jogando no sofá e ligando a televisão. Só depois me dei conta de que não era tão cedo do dia quanto eu imaginava. Por Deus! O processo de reorganização mental exigia um esforço que eu nem sabia se estava disposta a fazer. 

— Até que enfim, né? - eu disse quando a capixaba passou pela porta com algumas sacolas.

— Eu quem devia dizer isso. Você sabe que horas são?

— Mais de doze? - dei de ombros.

— Exato. 

— Foi na padaria?

— No supermercado. Você anda comendo o quê por aqui? Vento? - perguntou enquanto já tirava as compras e as punha na mesa. 

— Eu ia fazer isso amanhã - me justifiquei.

— O quê? Comer vento? Bastante saudável. 

— Fazer compras. 

— Hum… sei. A Eduarda ainda tá dormindo?

— Tá. 

— Já era pra você ter acordado ela, Rafaella. 

— Gizelly, ela não é minha filha não - reclamei — Deixa ela dormir.

— A gente vai pra casa da Bia. 

— Desde quando? 

— Desde ontem quando ela ligou convidando. 

— Melhores amigas. - constatei e ela riu. 

— Vou chamar ela. - disse e logo saiu em direção ao quarto. 

De longe pude ouvir minha namorada reclamar com a menor afirmando ser duas da tarde e dizendo que iria abrir a janela para a atriz poder ver a luz do sol. Era alguma coisa sobre absorver vitamina D ao mesmo tempo em que questionava se a outra iria dormir o dia todo. 

— Tá bom… você parece minha mãe… que saco! - a atriz apareceu na sala reclamando. 

— Tá vendo, eu avisei - proferi convencida. 

— Tô nem aí. Vou bem deixar de ir comer de graça pra ficar aqui enfurnada o dia todo olhando a cara de vocês. 

— Onde a gente vai? - a menor perguntou já se sentando à mesa.

— Casa da Bianca.

— É festa? Porque eu nem me recuperei de ontem, Titchela. - fez bico.  

— Eu não sei ao certo, mas ela chamou nós três. Vocês até falaram com ela na hora que ela ligou. - serviu café em sua xícara e logo me juntei a elas. 

O TRATO - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora