Dias depois
Pov Rafaella
Faltavam alguns minutos para as oito da manhã e, cada vez mais, eu tinha a certeza de que me atrasaria.
O ônibus estava quebrado fazia um bom tempo e agora todos os passageiros teriam que esperar uma nova condução, visto que a empresa de transporte se encarregou de enviar outro veículo.
Algumas pessoas reclamavam, outras não davam a mínima e eu me desesperava internamente.
Hoje eu teria que acompanhar a capixaba numa reunião importante e teria que lhe entregar alguns relatórios após isso, porém, como eu ainda estava muito longe da empresa, resolvi lhe mandar uma mensagem alegando o atraso.
Obviamente, a advogada parecia ser mais compreensiva do que o normal e entendeu a situação, mas outros no escritório não veriam aquilo com bons olhos. Enfim, tudo o que eu não queria era dar margem para contestarem nossa relação profissional.
Após seu consentimento me tranquilizei mais com a situação e tornei a demonstrar paciência.
Horas depois, cheguei ao trabalho.
A bendita reunião já havia começado a bastante tempo e decidi não passar nem perto daquela sala. Eu preferiria correr atrás do prejuízo depois do que denunciar perante todos o meu enorme imprevisto. Isto é, se é que eles veriam isso como tal.
— Bom dia, Rafa. - veio até minha direção com uma cara super fechada.
— Bom dia. Está tudo bem?
— Não muito.
— Desculpa ter chegado tarde. - afirmei deduzindo ser este o motivo de seu descontentamento.
— Ah, tudo bem. Não estava sob seu controle.
— A reunião não foi boa?
— Foi estressante como sempre. - suspirou enquanto caminhava em direção a uma poltrona que havia no local, logo se esparramando sob a mesma — Eu odeio ter que ficar repetindo sempre as mesmas informações para as mesmas pessoas. É cansativo, sabe. O mercado de trabalho exige uma qualidade alta, só que parece que tem gente que sempre perde o ritmo. Daí acaba sobrando para mim cobrar atenção.
— Entendo. - eu não sabia ao certo o que dizer, por isso preferi escutá-la desabafar.
Desde que passamos a conviver juntas eu percebo o quanto é estressante para ela estar a frente de sua equipe sem nem se dar ao luxo de aproveitar tudo o que possui ou o que conquistou.
— Vou te passar as informações e quero um levantamento semestral com o índice de causas ganhas, índice de faturamento e outros gastos. - afirmou levando uma das mãos às têmporas e iniciando uma espécie de massagem no local.
— Tudo bem. - resolvi buscar em minha bolsa um remédio para dor de cabeça e lhe entreguei juntamente a um copo d'água, fazendo-a me agradecer.
— Acho que preciso de férias.
— Faz tempo. - fui em sua direção e sentei-me ao seu lado.
— Você me acha chata? Tipo, muito chata?
— Óbvio que não, se eu te achasse chata eu não teria aceitado namorar você.
— Esse é um bom ponto. - acenou com a cabeça em afirmação — É que os funcionários daqui me acham exigente. A Gabriela disse algo sobre isso uns dias atrás.
— Meu Deus, Gizelly, você ainda está pensando nisso?
— É que pode ser verdade. - deu de ombros.
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O TRATO - Girafa
FanfictionRafaella Kalimann é uma golpista que deixa suas involuntárias vítimas atormentadas quando percebem que foram usadas e roubadas de tudo, incluindo seus corações. Mas a dinâmica muda quando seus dois últimos alvos - Pedro e Alice - se juntam para ir a...