Capítulo 9 - Dúvidas

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Após ter ouvido por horas a esteria de Alice, Pedro realmente estava convencido de que a sorte, o destino ou Deus os havia ajudado.

Eles ainda possuíam muitas dúvidas pois não sabiam se a advogada era apenas uma amiga de Rafaella ou se era seu novo alvo como tinham presuposto.

Porém o que sabiam era que aquela foto das duas mulheres dentro do sedan preto seria o pontapé inicial para se aproximarem da mulher que os prejudicou.

Ele ainda tinha desejo de estar frente a frente com sua ex enquanto Alice apenas queria alertar Gizelly do risco que corria. 

A advogada era alguém muito influente em sua área de trabalho e possuía muito renome. Por isso algumas vezes saíam matérias sobre a mesma em sites famosos bem como páginas de fofoca.

Embora fosse reservada e respeitasse bastante sua privacidade, muitos gostariam de saber quem era a morena de olhos claros que a acompanhava durante aquele dia no restaurante. 

Bastou uma pesquisa rápida no Google e Pedro já havia encontrado o endereço do escritório de Gizelly.

O plano seria marcar uma reunião com a mesma como um possível cliente para que ele e Alice tentassem abrir os olhos da mulher.

Como ambos eram de famílias influentes e possuíam carreiras de sucesso, fizeram uso destas vantagens para reservar um horário com a advogada. 

Algumas horas depois 

Gizelly vestia uma saia preta justa ao corpo que se estendia um pouco acima do joelho juntamente com uma blusa vermelha de cetim regada de botões perfeitamente alinhados.

Ela caminhava em passos lentos em cima de seu scarpin preto a fim de se dirigir à sua sala pessoal.

A tarde estava tranquila e tudo estava na mais divina ordem. Rafaella havia trocado mensagens com ela avisando que havia chegado em casa a algumas horas e confirmou o quanto havia gostado de terem passado a noite juntas.

Faltaria apenas atender um último cliente para ser liberada e poder retornar ao seu lar para descansar. 

Pouco tempo depois, Pedro e Alice já adentravam na sala e se acomodavam nas confortáveis poltronas de couro em frente à imponente advogada.  

Minutos depois 

— Vocês acham que eu nasci ontem? Porque eu acreditaria nisso?
- perguntou incrédula.

— Porque a gente não te deve nada. Não tem pra quê mentirmos. - o homem gesticulava impaciente. 

— Gizelly, eu sei que pode parecer uma grande loucura mas você precisa acreditar na gente. Eu também sei que isso é pedir muito porque você realmente não faz ideia de quem sejamos e aparecemos aqui sem nem te avisar do que se travava e você… - Alice falava rápido e sem parar.

Gizelly deduziu que era porque aparentemente a mulher em sua frente estava nervosa demais. 

— Vocês sabem que não se pode acusar alguém sem provas. Muitos menos acusar de algo extremamente grave assim. 

— Mas nós temos provas. - disse Pedro em desespero. 

— Não, nós não temos, cara. - Alice o corrigiu. 

— Infelizmente não posso comprar essa história toda. 

— Que se dane! - o moreno levantou rapidamente e saiu da sala. 

— Gizelly, nós só viemos tentar te alertar. Eu respeito sua decisão mas voltarei a entrar em contato com você. Espero que você perceba antes que seja tarde. - Alice também se despediu e saiu da sala. 

A capixaba se sentiu assustada e ao mesmo tempo feita de boba.

Como que duas pessoas que não conhecia se passavam por clientes se encaminhando até seu ambiente de trabalho com o intuito de lhe dar conselhos sobre seu relacionamento amoroso?

Tudo bem que algum paparazzi flagrou ela e a mineira em seu carro mais cedo, porém ninguém ao certo sabia da relação que ambas tinham.

Como eles poderiam afirmar que estavam como que namorando?

E que história era aquela de roubo?

Um roubo quase milionário por parte de Rafaella?

A mulher que havia dormido em seus braços depois de ter estado frágil e quase inconsolável por horas?

O tempo dela custava caro, literalmente falando e ela estava disposta a não passar mais por situações como a daquele trote mal contado.  

— Bruna, você poderia vir até aqui? - chamou sua assistente que trabalhava na sala ao lado da sua. 

— Deseja alguma coisa? - perguntou a loira. 

— Sim. Quero que descubra nome, sobrenome, até mesmo a identificação usada por aqueles dois ao passarem pela portaria e peça para alguém os investigar. Quero saber o histórico completo da vida de ambos. E que tudo isso ocorra em sigilo absoluto. 

— Tudo bem. Mais alguma coisa? - questionou enquanto a advogada que já estava na porta pronta para sair do escritório para subitamente. 

— Sim. - respondeu pensativa. — Busque também por Rafaella Kalimann. - falou firme deixando a sala.

O TRATO - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora