Capítulo 5 - Ímpeto

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Os batimentos cardíacos de Gizelly estavam acelerados como em muito tempo não se encontravam; seu corpo suava e seus pulmões trabalhavam em um ritmo muito rápido.

Ela estava ofegante e com um claro sinal de cansaço. A boca extremamente seca e suas pupilas dilatadas refletiam seu desespero. Por Deus! Porque voltar a fazer atividade física era tão difícil?

Faziam alguns meses que havia parado de se exercitar e voltar a movimentar o corpo era um teste de perseverança. No som ambiente tocava algum pop aleatório e a mesma não via a hora de descer daquela esteira mesmo que só fizessem pouco mais de 20 minutos que estava ali.  

Durante a semana, Rafaella não manteve mais contato com a advogada. Duda, sua melhor amiga, deduziu que a mineira havia se assustado por causa do gato. Ela ficou sabendo que o bichano não deu trégua na noite que passaram juntas. Gizelly, porém, não sabia ao certo se esse era o motivo mas decidiu não se estressar com isso e muito menos envolver demais Rafaella em seus pensamentos.   

Rafaella, por outro lado, havia discutido com o primo mais uma vez com relação ao plano e deixou claro para o homem sua insatisfação em seduzir Gizelly.

Não que ela não fosse rica, gata e gostosa, mas ela a fazia se sentir insegura. A mineira sempre gostou de estar no controle das coisas, por isso brigava tanto com Erick.

Além disso, com seus supostos “relacionamentos” não era diferente. Ela atraía olhares, guiava as conversas, tomava as atitudes, fisgava as vítimas. Porém, com Gizelly era diferente. As coisas simplesmente saiam do seu controle. Tipo o gato. O quão aleatório foi aquilo? Rafaella não sabia o que esperar e isso a assustava. 

—Deseja mais alguma coisa, senhorita? - fora tirada de seus pensamentos por um de seus funcionários que trazia um copo de suco de laranja enquanto a mesma tomava sol perto da piscina de sua casa. 

— Não, obrigado. - respondeu simpática antes de beber o líquido. 

Ao seu lado, seu celular acabara de vibrar. Era um notificação de Vitor, seu ex colega insistente. Obviamente ela não abriu o aplicativo de mensagem, apenas visualizou pela barra de notificações.

Decidiu por fim criar novas redes sociais, pois se realmente insistiria naquele estúpido plano, teria que parecer o mais real possível. Não que ela não fosse uma pessoa real mas o novo perfil teria que convencer Gizelly junto com as mentiras que futuramente ela inventaria para a advogada.  

Ao abrir o perfil da capixaba, meio que ficou hipnotizada com sua beleza. Ela realmente era linda. Clicou rapidamente em uma foto onde a outra estava em um espaço aberto, talvez uma praia. Encostada em algum lugar, Rafaella também não soube dizer.

A mulher vestia um short jeans curto juntamente com uma camisa branca quase totalmente aberta se não fosse por um único botão. O decote sutil mas muito presente e o olhar firme fixo em quem a olhava embelezava a foto e dava um ar sensual à cena.

Ao redor de seu pescoço haviam vários colares e em seu punho, pulseiras também no mesmo estilo das outras jóias. Tudo ali parecia combinar perfeitamente. Sem pensar duas vezes, enviou uma solicitação para seguir. 

Ao anoitecer, o sol desapareceu e a mineira decidiu voltar para o interior da mansão a fim de comer alguma coisa. Nesse meio tempo, Gizelly já saíra do banho após seus exercícios quando visualizou o pedido de amizade e resolveu aceitar. Ouviu a campainha tocar. Provavelmente era Duda. 

— Ora, ora, até que enfim a Sininho chegou. - disse sabendo que a amiga não gostava do apelido. 

— Eu nem entrei e você já começou a me irritar. - disse revirando os olhos enquanto caminhava até o sofá mais perto. 

—  Você sabe que é minha fadinha preferida. - tentou abraçar a amiga mas a outra desviou e estirou-lhe a língua. Gizelly riu.

— Que filme vamos ver hoje?

— Um filme chamado a boazuda me seguiu no insta.

— Mentira! - falou incrédula enquanto a amiga lhe entregava o celular confirmando a história. — cara, ela tá tão na sua. 

— Eu pensei que ela não ia mais querer me ver. Me surpreendi. - disse pegando o controle da enorme televisão.  

— Agora é só esperar pra ver no que dá.

— E a sua peça de teatro, como vai? - falou mudando de assunto, pois estava curiosa em saber como estava o andamento do trabalho da amiga, que era atriz e diretora. 

Ambas seguiram conversando até que decidiram assistir o filme escolhido. Como combinado, Duda dormiria na casa de Gizelly e mataria um pouco da saudade que estava da amiga. Fazia algum tempo que elas não se viam pessoalmente devido às suas rotinas corridas. 

Após algumas taças de vinho, a atriz resolveu pegar o celular de Gizelly e enviar uma mensagem para Rafaella escondido da amiga.

Após algumas taças de vinho, a atriz resolveu pegar o celular de Gizelly e enviar uma mensagem para Rafaella escondido da amiga

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— Eduarda, o que você tá fazendo com meu celular? - a advogada perguntou enquanto a amiga bêbada ria sozinha.

O TRATO - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora