Capítulo 11/Parte 1 - Respostas

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A manhã seguinte chegou e com ela as responsabilidades. A advogada teria pela frente mais um dia de trabalho enquanto a mineira apenas prolongaria o feriado.

As duas mulheres tomavam um café da manhã reforçado em meio a risadas quando o celular da mais alta tocou.

Mesmo do outro lado da mesa Gizelly conseguiu ver o nome "Vitor" surgir reluzente pelo visor.

Ela não sabia quem era.

Afinal estavam se conhecendo a pouco tempo mas pela forma desconfiada em que Rafaella rapidamente descartou a ligação e puxou um assunto aleatório, ela percebeu que talvez fosse alguém que ela não quisesse que Gizelly conhecesse.

Ela achou estranho a atitude da mulher mas resolveu não contestar.

Do outro lado da cidade, Pedro e Alice tentavam prosseguir suas vidas normalmente.

O moreno tentava se convencer de que esqueceria de uma vez por todas a ideia de enfrentar sua ex namorada.

Alice ainda praguejava por sentir a falta da mulher todos os dias mas tinha a consciência tranquila de que havia feito o correto ao alertar Gizelly dos possíveis riscos de continuar com aquela espécie de namoro.

Como sempre, Rafaella negou a carona da advogada até sua casa e a convenceu de que pedir um Uber seria melhor, pois não queria que a mulher se atrasasse para o trabalho.

(...)

- Bom dia, Gizelly. - disse ao entrar na sala.

- Bom dia, Bruna. O que temos pra hoje?

- Bom, agora pela manhã você tem que fazer uma visita ao presídio feminino para contatar aquela cliente vítima de violência doméstica. Na hora do almoco, está marcada uma reunião com outros possíveis clientes. Não se preocupe, o restaurante é o de sempre. Ah, e aqui estão os relatórios confidenciais que você me pediu para fazer. São 3 no total, né?

- Isso. - disse ao receber os papéis.

Pov Gizelly

Sim, os relatórios da investigação sobre Rafaella haviam ficado prontos.

Meu Deus!

Eu deveria ligar para o setor de RH e pedir para que aumentassem o salário da minha secretária só pela rapidez.

Eu estava receosa só de me imaginar abrindo aquela pasta e lendo o que eu não queria.

Olhei no relógio e vi que ainda teria tempo até ir ao presídio. Seria a oportunidade ideal para criar a coragem necessária e consumir o conteúdo daquelas folhas.

Porque era tão difícil fazer aquilo?

(...)

Minutos depois

- Bruna, faça uma ligação urgente para Letícia Bortolotti e agende uma reunião para hoje mesmo. - cuspi as palavras em cima da mulher enquanto saía de minha sala enfurecida.

Minutos depois

Meu Maserati Quattroporte preto voava pelas ruas enquanto sentia meu sangue ferver.

Parecia que eu estava descontando toda a minha frustração naquele acelerador.

Me senti enganada, traída e feita de palhaça.

Alheia a tudo ao meu redor, lembrei de quando comprei aquele veículo. Não sei porquê isso me veio à cabeça.

Nunca havia ligado para o preço ou marca, só queria sair dali com um carro funcional o mais rápido possível enquanto o esguio vendedor testava minha paciência a cada nova frase e sorriso.

O TRATO - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora