ғᴏʀᴀsᴛᴇɪʀᴏs ɪᴅɪᴏᴛᴀs ᴇ ɴᴀᴛɪᴠᴀs ɪɴᴏᴄᴇɴᴛᴇs

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(Quarta-feira.)

Christopher acordou no dia seguinte mais cedo do que pretendia, acordar tarde é uma coisa que se faz quando se está viajando, mas acordou antes das dez. Pegou o notebook na mochila e o abriu encima da escrivaninha, sentou-se na cadeira junto a ela. E abriu um e-mail de Anahi.

De: Anahi Herrera (anahiherrera@hotmail.com)

Para: Christopher Uckermann (c.uckermann@hotmail.com)

Assunto: Onde diabos você está?

Você enlouqueceu de vez? Eu estou aqui em NY lutando para conseguir mais prazo para você, dando desculpas para a editora, dizendo que você dará pelo menos metade do livro em um mês e descubro que você está viajando, farreando. O que é isso? Porra, Christopher!

PS: Ótima mensagem na caixa postal, você conseguiu me fazer rir. E me deixar ainda mais irritada! Já decidiu se quer ser enterrado ou cremado? Porque eu vou matar você.

Ele terminou de ler rindo com a situação. Imaginando Anahi surtando ao escutar mensagem que tinha deixando na própria caixa postal para que sempre que alguém ligasse em sua casa escutasse. Ainda se lembrava de cada palavra - "Oi, aqui é Christopher Uckermann e no momento eu não posso atender. Na verdade eu estou viajando, deixe mensagem e eu ligo assim que voltar, em um mês. E se você for a Anahi, irmãzinha, saiba que eu estou escrevendo, mas bem longe de você e das suas pressões, faça sexo enquanto eu estiver fora porque ajuda a aliviar a tensão. É isso. Tchau."

De: Christopher Uckermann (c.uckermann@hotmail.com)

Para: Anahi Herrera
(anahiherrera@hotmail.com)

Assunto: Estou bem longe de você e feliz!

Se acalme ok? Eu estou bem, mas longe. Não estava conseguindo me concentrar ai em NY. Estou em uma cidade pequena e não estou farreando, estou me dedicando totalmente ao livro e vou passar esse mês escrevendo, fazendo o máximo para entregá-lo no prazo. Não se preocupe comigo e não se preocupe com o livro, vou acabá-lo. Até o mês que vem!

PS: Também adorei a mensagem e faça o que eu mandei ok? Sexo. Faça por nós dois já que estou em um momento de abstinência. Pegue seu marido e faça em todos os cantos do seu belo apartamento.

Sexo. Sexo. Sexo. Boa sorte!

Não tinha nenhum outro e-mail importante para responder, então fechou o notebook e o deixou ali. Andou até a mala pegou uma toalha de banho e tirou de dentro uma camisa de flanela xadrez azul, uma cueca na sacola que tinha separado-as e a calça jeans do dia anterior, tomou um banho razoavelmente demorado no banheiro. A água era morna e agradável, secou-se ali mesmo e colocou a roupa. Descalço voltou para o quarto e sentado na cama calçou o tênis, foi para a sacada. Estava o tempo nublado, de sempre, e um vento frio. Voltou para dentro e pegou na mala um casaco preto não muito grosso, apenas para proteger do vento frio. Ficou ali encarando a cidade. Algumas pessoas na rua, famílias, homens, mulheres, algumas crianças. Era a típica cidade pequena.

Seu estômago roncou. Fome.

Voltou para o quarto, colocou a carteira no bolso traseiro da calça e o celular no da frente então saiu do quarto lembrando-se de trancar a porta e as chaves no bolso. Desceu lentamente olhando para os lados na busca de alguém. Ninguém na sala. Andou na direção da cozinha e sentia o cheiro de fritura. Uma mulher cozinhando na frente do fogão. Ela era de altura mediana e magra, cabelos pretos e lisos; usava uma meia calça grossa xadrez vermelha, uma bota preta com detalhes vinho e um vestido preto.

— Bom dia! — falou hesitante. A menina virou-se sorrindo. Tinha um rosto gracioso. Devia ser a morena maníaca que Dulce havia comentado. Era bonita. Bendita cidade.

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