ᴍᴇɴɪɴᴏs ᴅᴀ ʀᴇsᴇʀᴠᴀ

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(Quinta-feira.)

Christopher acordou estranhamente animado no dia seguinte. Já tinha escrito três capítulos inteiros do livro, era uma ótima notícia. Foi ao banheiro e tomou um banho demorado, trocou de roupa e foi direto para frente do notebook com o intuito de escrever o quarto capítulo.

Cri, cri, cri, cri. Sem inspiração. Olá Grilos. Odeio Grilos.

Fechou o notebook irritado e desceu para tomar café. Maite estava deitada de bruços no sofá, deitada e murmurando algo que ele não conseguiu entender. Riu com a cena e foi para a cozinha, Zora estava lá e junto, conversando com ela, um menino de cabelos curtos e pretos. Ele não o conhecia, mas Christopher supôs ser o moreno com cara de drogado que Dulce tinha falado então se aproximou meio desconcertado.

— Bom dia, Christopher! – Zora o cumprimentou sorridente.

— Bom dia, Zora! — sorriu.

— Me deixe lhe apresentar, o Eddy que você ainda não conhece. Eddy esse é o novo morador Christopher. Christopher esse é o meu namorado Eddy.

— Prazer cara! — Eddy esticou a mão
e Christopher a apertou. Ele sorriu, Eddy tinha mesmo uma cara de drogado, nada demais, mas devia fumar com certeza.

— Prazer!

— ZORA! JÁ FEZ O MEU CAFÉ? — Maite gritou da sala.

— SE VIRA!

O café seguiu normalmente e dessa vez os quatro comeram, quase, a mesma coisa. Pão com queijo e/ou manteiga e café. Zora reclamou da pobreza, mas comeram tudo enquanto conversavam e faziam perguntas sobre a carreira e vida de Christopher em Nova York, ele respondia e ria com as reações.

— Cara, só me diz que droga você usou quando resolveu trocar Nova York por Forks. Essa deve ser das fortes e das boas, tenho que experimentar antes de morrer, de boa. — Maite disse e todos riram.

— Manhattan é legal, mas a calma da cidade pequena faz muito bem, acredite.

— Pode ser, mas lá é melhor e ponto.

— Sem querer ofender, lá é um pouco melhor sim. — Christopher confessou e riu.— E é por isso que estou aqui apenas passando uns dias e não de mudança.

— É!

Todos riram e terminaram o café da manhã. Christopher saiu sozinho e foi para a praia, em busca dela.

A praia estava vazia, não a viu em lugar nenhum, mas não queria perder a viajem. Ficou ali sentando por vários minutos, então resolveu andar em volta da praia. Já sabia que podia andar pela cidade sem se perder, era pequena e fácil memorizar os lugares. Na hora do almoço foi para o restaurante de Susan, era o único lugar que podia encontrá-la. Novamente lá tinham vários clientes, mas nada de vê-la. Pretendia comer do lado de fora, mas entrou e escolheu uma mesa dentro do restaurante para encontrá-la, olhou em todas as direções possíveis sem discrição, mas nada. Ficou decepcionado e olhou para o cardápio.

— Boa tarde, pronto para pedir? —uma voz desconhecida perguntou. Quem estava atendendo dessa vez era um rapaz jovem de no máximo 16 anos, moreno e magro, tinha os olhos pequenos, cabelos negros e parecia em alguns aspectos com Ninel. Devia ser parente, supôs Christopher.

— Er... Vou querer filé de frango com legumes e arroz branco e uma coca. — pediu sorrindo por impulso. Lembrava-a. O jovem garçom assentiu e foi buscar o pedido.

Christopher ficou sentado ali tamborilando os dedos na mesa procurando por Dulce em todos os rostos daquele restaurante, naquele momento ele percebeu o quanto o dia dele parecia mais nublado do que o normal sem o brilho do sorriso dela. Era estranho, ela nem conversava direito com ele e mesmo assim fazia falta.

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