ᴄᴀsᴀ ᴅᴀ ᴅᴜʟ

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(Quinta-Feira)

Dul terminou seu longo banho depois das nove horas. Não tinha demorado tanto assim, apenas tinha acordado tarde. O lado bom de ter ido ao Fernando em Seattle para que ele fizesse exames médicos e físicos que a policia exigia constantemente? Ela teria o dia inteiro de folga. Fernando também estava de folga, então ficaria no restaurante com Ninel em seu lugar. Seria engraçado ver Fernando sendo"garçonete" por um dia, era uma cena que Dul iria querer ver se não tivesse outros planos, estava com saudades de seu forasteiro. Iria passar o dia inteiro com ele. Ou ele passaria o dia com ela, já que seria na casa dela.

Colocou uma calça jeans e um moletom preto com capuz e dois bolsos na frente. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo bagunçado, seu all star preto e desceu pra cozinha, onde Fernando tomava café.

— Bom dia pai, pronto pro seu dia de garçonete? — zombou indo até a geladeira pra pegar suco.

— Garçom, por favor. — deu um gole no café que tomava sentado a mesa. Já tinha colocado na mesa ovos e bacon, torradas e geléia para os dois. — Você vai também pro restaurante?

— Não, vou ficar em casa. — sorriu, sentou a mesa e colocou a jarra de suco sobre ela, serviu um copo para si e deu um longo gole.

— Não sei por que, mas não acredito. Vai trazer o Christopher pra te fazer companhia?

— Na verdade vou. E você já tinha que estar no restaurante ou então vai ouvir uma palestra da Ninel sobre como cumprir horários. — disse zombeteira. Fernando viu as horas no relógio de pulso que usava, ficou em pé num pulo, estava atrasado.

— Juízo com o Christopher. E lembre-se que eu vou voltar pra casa, hein? Tchau amor, até depois. — se aproximou e beijou a cabeça da filha.

— Tchau pai, boa sorte lá.

Dul tirou a mesa e lavou a louça que tinham sujado, guardou tudo e organizou a cozinha; deu uma organizada na sala, tirando os sapatos do meio da casa e arrumou a mesinha de centro; depois subiu pro quarto de Fernando, arrumou tudo (era definitivamente o cômodo mais bagunçado da casa), descartou limpar o banheiro dele e então foi arrumar o próprio quarto. Esse trabalho durou pouco mais de uma hora e meia, quase duas.

Colocou o celular no bolso do moletom e pegou as chaves da picape, fechou a porta e entrou nela. Hora de ir buscar meu forasteiro.

Foi com o rádio ligado e cantando junto. Antes de ir, passou na casa de Derick e pegou emprestado seu violão, colocou na caçamba da picape em baixo da lona e voltou para a casa da Zoraida, onde Christopher estava. Buzinou três vezes e desceu do carro, ficando recostada nele.

Christopher escutou o barulho, curioso saiu da frente do notebook onde escrevia e andou até a janela, sorriu ao vê-la lá parada. Dul sorriu e acenou. Confuso, ele a mandou esperar, salvou o arquivo do livro rapidamente e desceu correndo. A casa já estava vazia, então saiu porta a fora rapidamente, apenas de jeans e camiseta.

Nativa! — exclamou animado, como sentia falta daquela nativa. Um dia sem ela, pareciam anos.

— Ei forasteiro, sentiu minha falta? — sorriu faceira.

— Você não sabe o quanto. — sorriu e tomou o rosto dela entre as mãos, beijando-a lentamente. Sua língua adentrou sua boca carinhosamente e lá foram se entrelaçando.

— Também senti a sua. — Dul falou entre o beijo, lhe dando vários selinhos. — Vamos lá pra casa comigo?

— E seu pai? O restaurante? — perguntou lhe encarando confuso, Dul lhe deu outro selinho.

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