ʀᴇssᴀᴄᴀ ᴇ ᴄᴏɴᴠᴇʀsᴀ

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(Domingo)

Christopher acordou sentindo um vento em seu rosto, tentou abrir os olhos, mas uma luz incomodou. Virou a o rosto para o outro lado e abriu os olhos, acostumou-se com a claridade do quarto e percebeu que a luz em seu rosto vinha da janela, do fraco sol no céu de Forks somado a luz acesa do quarto. Sentou-se na cama e percebeu estar apenas de cueca. Sempre acordava meio desnorteado depois de uma noite de baladas, mas dessa vez era diferente, conseguia se lembrar de cada segundo com Dul na boate e isso o fez sorrir. Mas não do jeito presunçoso e arrogante que sorria quando via mulheres lindas em sua cama, mas um sorriso sincero de felicidade por ter passado aqueles momentos com ela. Era uma sensação estranha, mas muito bem vinda.

Pegou o celular ao lado, encima da mesinha de cabeceira, para ver as horas. Uma hora da tarde. Nem ele tinha percebido que dormira tanto. Levantou-se cambaleante e foi para o banheiro – tomou um banho gelado para acordar totalmente, fez sua higiene matinal, colocou uma roupa mais confortável e só. Calçou um chinelo de dedo e saiu do quarto sem fazer barulho. Passou pelo quarto de Zoraida onde a porta estava aberta e ela dormindo com Eddy abraçados na cama, ele sentiu um pouco de inveja (não por Zoraida, ela era atraente, mas ele respeitava mulheres comprometidas e os dois formavam um lindo casal, mas inveja por ele poder passar a noite, abraçado e não apenas sexualmente falando, com a mulher que amava), passou pelo da Maite e abriu a porta sem fazer barulhos, ela estava dormindo esparramada na cama, como se tivesse se jogado na cama e do jeito que caiu dormiu. Ele riu, fechou a porta e desceu para sala. Ia passando direto para a cozinha quando escutou alguém murmurando algo. Atrás do sofá se inclinou para ver e lá Dul dormia.

Ele sorriu ao vê-la dormindo. Teve que dar a volta para ver seu rosto. Era uma máscara serena e tranqüila, seus lábios entreabertos. Um braço embaixo de sua cabeça junto ao travesseiro e o outro tocando no chão. O sofá parecia pequeno para ela, mas Dul se encaixou ali perfeitamente. Só então se lembrou que ele a tinha colocado ali. Juntou os fatos em sua cabeça – ela adormecera no carro, quando chegaram ele a pegou no colo, queria levá-la para o quarto dele enquanto ele dormia no sofá, sem problema, mas ela resmungou mesmo quase adormecida que ele a deixou no sofá mesmo. Ao que parece o pessoal de Forks não eram acostumados com baladas e bebidas quanto ele. Sorrindo ele tocou o rosto dela, acariciou lentamente com as pontas dos dedos. Ela murmurou algo que o assustou, puxou a mão rapidamente, mas viu que ela ainda dormia. Sorriu novamente e acariciou uma última vez.

Andou até a cozinha para pegar pra comer, preparou um café rápido na cafeteira elétrica. Colocou em uma xícara branca e deu um gole, quase cuspiu de tão amargo que estava. Açúcar. Pela primeira vez sentiu falta de algo de Manhattan, da Starbucks. Colocou açúcar e um pouco de leite no café, até que ficou no ponto. Deixou encima da mesa e subiu rápida e silenciosamente para o quarto, pegou o notebook e desceu, com o café em uma mão e o notebok em outra se sentou na poltrona em frente ao sofá que Dul dormia. Era uma visão tão linda, podia ficar ali por horas. Deu um gole grande no café, deixou a xícara encima da mesinha de centro e com o notebook na perna começou a digitar mais algumas páginas do livro. Ficava tão surpreso pela rapidez que as coisas saiam, trocando olhares entre a tela e o rosto de Dul, perdeu a noção do tempo e terminou outros dois capítulos. Somando agora 15 capítulos prontos. Voltou a encarar Dul e para sua surpresa ela estava acordada, com os olhos pequenos abertos e rosto amassado. Extremamente fofa.

— Acordou Bela Adormecida! — comentou com humor. Ela sorriu coçando o olho.

— Já estou acordada há alguns segundos, você que estava tão entretido no computador que não percebeu. Está no bate papo com alguma gatinha de Nova York? — perguntou com humor.

— Por que está com ciúmes, Dul? Saiba que só há você em minha vida. — respondeu e lhe mandou beijo, ela gargalhou e sentou-se lentamente. — E não é bate papo, sou escritor, lembra? Estou escrevendo meu livro.

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