ғᴏɢᴜᴇɪʀᴀ

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(Quinta-feira).

O que algumas horas com Dulce não faziam com o humor de Christopher. O dia seguinte ele acordou extremamente animado e bem humorado, conseguira ficar na cama até a hora do almoço, trocou de roupa e foi para o restaurante de Ninel almoçar, como sempre fazia. Sair com ela novamente seria sua meta.

O restaurante de Ninel tinha os mesmo poucos clientes de sempre e Dulce servindo. Usava um vestido xadrez com uma rasteirinha nos pés e o habitual avental na cintura, os cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo deixando seu rosto em evidência, ela parecia mais iluminada. Sua pele branca, seus olhos marcantes e um sorriso animado. Christopher suspirou com a visão, parou de sonhar e entrou no restaurante. Ela por fim o viu e sorriu alguns segundos voltando a atender as mesas. Sentou-se em uma mesa e esperou que ela fosse ao seu encontro para anotar o pedido.

— Boa tarde, seja bem-vindo, já está pronto para pedir?— ela perguntou faceira sendo formal.

— Hum... Eu não sei, tem alguma sugestão?— ele entrou na brincadeira.

— Claro. Eu lhe aconselho um Entrecôte Avenida.

— Interessante, do que é feito?

— Simplesmente carne grelhada, batatas fritas, ovos estrelados, arroz branco!

— Ótimo! — fechou o cardápio encima da mesa e sorriu. — Vou querer um desses com coca. E vou querer também o telefone da bela garçonete que está me servindo.

— Já trago seu pedido e sinto muito, mas o telefone da bela garçonete que está te servindo não está disponível no cardápio. — ela sorriu e mexeu no cabelo dele, bagunçando-os — Só um minuto!

— Tudo bem, aceito a comida agora e o telefone depois, eu sou insistente.

— Eu acredito! — ela riu e andou na direção da cozinha.

Ele comeu o prato que ela tinha sugerido com coca-cola em vários minutos. Enquanto comia trocava olhares e sorrisos com ela que servia as outras mesas. Quando terminou, não pediu sobremesa, e foi até Ninel para pagar.

— E ai, como foi o passeio ontem, doçura? — ela perguntou sorrindo pegando o cartão de crédito.

— Foi legal. Ela foi bem agradável. E ela? — olhou disfarçadamente para Dulce que servia uma mesa e voltou a olhar Ninel. — Ela gostou?

— Ela nunca vai te dizer se sim, porque ela é cabeça dura demais, mas tenho certeza que ela gostou. Olha o sorriso no rosto dela, significa algo. Muitos podem dizer que sorriem simplesmente por sorrir, mas por menor e inconsciente que seja o motivo, todo sorriso significa algo! — Ninel sorriu.

— Espero que esse motivo seja eu!—  ele sorriu, guardou o cartão no bolso e pegou a mão de Ninel. — Ok doçura, estou indo, bom trabalho.

— Tchau doçura!

Christopher beijou a mão dela e saiu sorrindo. Dulce estava do lado de fora recolhendo uns pratos em umas mesas, ele não tinha como não falar com ela.

— E ai, quer ajuda novamente? — perguntou sorrindo.

— Não obrigada, vai embora! — sorriu.

— Um dia você ainda vai me querer por perto Dul e como eu não sou rancoroso vou aceitar e ficar perto. Pode ter certeza! — falou com seu sorriso convencido, Dulce gargalhou.

— Tả, eu vou esperar esse dia chegar e vou acenar para ele com um belo sorriso no rosto, forasteiro idiota! Tchau.

Com a mão no bolso continuou andando em direção a casa, no caminho viu dois dos "meninos da reserva” andando com lenha nos braços, achou estranho, mas não tinha intimidade nem cara para perguntar em que eles iam usá-las, então apenas voltou para casa. Chegando em casa comentou sutilmente com Maite que via televisão na sala e ela lhe contou o motivo sem hesitar:

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