ᴊᴀɴᴛᴀʀ

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— Sério? Você é a carona do Christopher? — Maite perguntou e gargalhou quando Fernando assentiu. — Essa eu quero ver. — Maite rindo e foi até o pé da escada gritar: — CHRISTOPHER, SUA CARONA CHEGOU, VEM LOGO!

Christopher deu uma última olhada no espelho, vestiu o suéter fechando os botões do meio, pegou o que levaria – carteira, celular e as chaves –, então estava realmente pronto. Saiu do quarto e foi para a escada. Descia tranquilamente e ficou curioso ao ver o policia, que não conhecia, na sala conversando com Mai; Eddy e Zoraida lhe encarava com um olhares divertidos como se controlasse o riso.

— Quem é a carona? — Christopher perguntou erguendo a sobrancelha.

— Ele. — Mai apontou sorrindo.

— Dul chamou um policial pra me levar? Sério? — ele quase riu.

— Prazer, sou Fernando. Fernando Espinosa, pai da Dul! — esticou o braço, oferecendo a mão para apertar a de Christopher.

Seu coração parou. Ele tinha certeza que seu coração tinha parado por alguns segundos e seus olhos se arregalaram ao escutar, os três que assistiam a cena (Maite, Zoraida e Eddy) gargalharam, até Fernando riu. Christopher apertou a mão dele hesitante. Então esse é o Chefe Espinosa, além de pai da Dul, policial? Respira Christopher, respira!

— Então vamos? Dul já deve estar nos esperando para o jantar! — Fernando disse divertido.

Billy Ray Cyrus – I want my mullet back.

Os dois foram juntos para a viatura de Fernando após se despedir de todos, entraram em silêncio e partiram. Fernando logo ligou o rádio do carro e o Country antigo ecoou pelo carro. Eles foram em silêncio a viagem toda, o único barulho era as músicas antigas, Charlie cantava a música e sem tirar as mãos do volante, batia os dedos nele no ritmo. Faltava pouco para chegar a casa dos Espinosa, Christopher percebeu. E ele mesmo gostando de músicas mais atuais, conhecia a que começou a tocar, como não conhecer? O grande sucesso de Billy Ray Cyrus, I want my mullet back. Christopher estava rígido em seu banco, com medo de respirar ou fazer qualquer besteira. Estava tão nervoso, que para se distrair, começou a cantarolar a música que tocava.

— Oh, então você conhece Billy Ray? — Fernando perguntou sério e abaixou um pouco o volume.

— É, sim senhor! — Christopher respondeu olhando pra frente.

— Bom, então você tem bom gosto musical. E então... Christofir...

— Christopher, senhor. — corrigiu.

— O que?

— Meu nome é Christopher, senhor.

— Claro, como eu ia dizendo, Christofir... Você usa drogas?

— Oh, não...

— Tem filhos?

— Não...

— É alcoólatra?

— Não, senhor.

— Tem passagem na policia?

— Eu...

— Não minta para mim Christofir, eu posso baixar toda a sua ficha policial em um piscar de olhos e saberei toda sua vida. Sabe Christofir, eu realmente amo a minha filha e não quero ela com algum assassino ou estuprador, então é bom você ser sincero. — Fernando disse sério, encarando Christopher, que engoliu seco. — Eu ando armado rapazinho e tenho permissão para atirar, então seja sincero comigo!

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