A tarde tinha sido produtiva.
Depois de se despedirem, os dois saíram da garagem juntos. Christopher com o braço sobre o ombro de sua nativa, enquanto ela o abraçava pela cintura. Ela só o deixou fazer isso porque ele tinha limpado as mãos com sabão e tirado a camiseta branca suja de graxa, ainda apenas com a de xadrez com os botões fechados.
Iam entrando quando Dul parou e virou-se para Christopher, encostou-se na picape.
— Você está me olhando assim a tarde toda? — perguntou curta e objetiva.
— Assim como?
— Assim. — respondeu com a voz baixa, quase num sussurro. Estava com... Medo? Mas não sabia do quê. Tocou os lábios do forasteiro com os dedos suavemente. — Seus lábios dizem: Olá! — subiu a mão, acariciando sua bochecha até tocar seu olho, Christopher fechou-os ao sentir o toque suave, assim que ela tirou a mão, abriu-os. — Mas seus olhos dizem: Adeus.
— Por que você está dizendo isso?
— Não sei. O dia tá mais nublado que o normal, mas não choveu, o clima está tão... Morto. E você está me olhando assim. É uma sexta-feira, não está... Normal. — ela falou meio confusa e colocou os cabelos pra trás com os dedos, sem tirar os olhos dos deles. — E você está me olhando do mesmo jeito que a Blanca me olhou no dia... Em que foi embora. — sua voz quase sumiu nas últimas palavras.
Christopher a abraçou. E sentiu uma vontade súbita de chorar. Mas controlou-a e apenas apertou aquela nativa em seus braços, sentindo o seu calor contra seu corpo e o cheiro de xampu de morango invadir suas narinas. Beijou seus cabelos.
— Deve ser paranóia de gente abandonada. — Dul tentou fazer piada e deu um riso nervoso. — Só... Para de me olhar assim ok?
— Está bem. Eu... Eu sinto muito. — Christopher disse sinceramente. E sabia no momento em que disse àquelas palavras que não pedia desculpas apenas pelo olhar. Pegou o rosto dela entre as mãos e beijou-a suavemente.
— Tudo bem. — sorriu.
— Dul, você sabe que é especial pra mim não é? Mais do que qualquer pessoa que tenha entrado na minha vida e que tudo que vivemos tem sido tão... Fantasticamente estranho pra mim, que...
— Por que está falando isso? — interrompeu.
— Dul, eu te...
Ela o interrompeu novamente, mas dessa vez o beijando. Colou seus lábios com força assim que percebeu o que ele estava prestes a dizer. Queria ouvir, mas ao mesmo tempo não. No momento em que ele dissesse aquilo, sabia que tudo ficaria oficial demais e se acabasse aquelas palavras iriam ecoar em sua cabeça, abrindo uma ferida ainda maior. Não, obrigada.
— O que... — Christopher não sabia o que tinha acontecido. O beijo tinha sido bom, mas por que ela o interrompera?
— Não estraga tudo dizendo essa... Frase. Por favor.
— Mas eu sinto.
— Não. — sussurrou. — Por favor, não.
Christopher apenas assentiu. Mordendo o lábio inferior, Dul entrou no carro e abriu para que ele entrasse, dirigindo de volta pra casa dele.
Não demorou muito a chegar, mas não queria ir embora. Queria ficar mais com seu forasteiro. E foi como se ele lesse sua mente, pois logo que abriu a porta, virou-se para ela e disse:
— Não quer subir comigo? Vou só tomar um banho rápido e podemos comer alguma, sei lá. Só... Ah, não me faça implorar vai, por favor. — ele falou com os dedos entrelaçados nos próprios cabelos, ela riu.
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SURREAL DREAM
Fanfiction||CONCLUÍDA|| +16 Christopher Uckermann é um colunista free lance e escritor conhecido por sua fama de conquistador festeiro e por ter um dos livros mais esperados do ano. Mas em meio a tudo isso, o que podia ser uma coisa boa acaba se tornando um p...