SURREAL DREAM

ᴛᴇʀᴄ̧ᴀ-ғᴇɪʀᴀ

Uma semana. Esse era o tempo que Christopher estava em Forks. Em uma semana e já tinha escrito oito capítulos do livro. Parecia pouco, mas para ele era muito, afinal estava há tempos sem escrever nada. E com certeza era a cidade que estava ajudando. Ele escrevia basicamente tudo que vivia colocando um pouco de ficção e aos seus olhos estava ficando bom. Como não tinha um público alvo ainda podia escrever basicamente o que quisesse.

Nessa semana inteira já tinha feito amizade com todos os moradores e se acostumado ao ritmo da cidade pequena, mas claro que seu maior foco era a sua nativa, Dulce. Esse era seu enigma diário. Eles passavam o dia conversando no restaurante de Ninel, ele achava ter criado intimidade com ela, mas no dia seguinte ela o tratava como um estranho e tinha que começar tudo novamente. Como se realmente estivesse lutando contra qualquer tipo de envolvimento, para que não criassem laços, mas isso só o incentivava a continuar tentando se aproximar.

Na hora do almoço foi para o restaurante da Ninel, como sempre fazia. Tinha vários motivos - a comida espetacular que servia, ser o único restaurante da cidade e Dulce. Andou até lá usando seu jeans e camiseta de sempre. O restaurante estava com vários clientes e ele viu Dulce com uma expressão nervosa anotando os pedidos e pedindo paciência, ela entrou no restaurante para buscar os pedidos e ele a seguiu.

— Oi Dul! — disse sorrindo animado.

— Hoje não Uckermann, eu estou realmente atarefada.

— O que aconteceu?

— Ninel saiu, só tem eu para anotar os pedidos, entregar os pedidos pro pessoal da cozinha, levar os pedidos aos clientes, cobrar, tudo. Estou sozinha! — disse nervosa saindo da trás do balcão e indo para outra mesa anotar os pedidos.

Christopher a observou por alguns segundos, não estava com tanta fome que o impedisse de ajudá-la. Foi para trás do balcão para um dos aventais pendurado na parede, amarrou-o na cintura e pegou um bloquinho com caneta para anotar os pedidos. Ela encarou-o confusa.

— O que você está fazendo?

— Te ajudando, deixa de ser ingrata. O que eu devo fazer? Só anotar os pedidos? — perguntou sorrindo. Ela pareceu desconfiada, mas em alguns segundos quando percebeu que ele estava falando sério, um sorriso satisfeito brotou em seus lábios.

Explicou rapidamente o que ele tinha que fazer e assim começaram o trabalho. Ele a ajudaria a anotar os pedidos, deixá-los na cozinha e depois levar as comida as mesas. Christopher foi meio atrapalhado no começo, mas aprendeu rápido e logo anotava e levava os pedidos com rapidez. Dulce sorria ao vê-lo ajudar, parava às vezes apenas para observá-lo anotar os pedidos com muita simpatia, ria de algumas coisas como quando ele entregava o pedido a mesa errada, mas conseguia consertar e não deixar os clientes irritados apenas com seu carisma e sorriso ou quando tropeçava nos próprios pés, e então voltava ao trabalho. Como Christopher não sabia como manusear a máquina de cartões de crédito e nem a caixa registradora, apenas Dulce cobrava os pedidos enquanto ele continuava servindo as
mesas. Tiverem sossego apenas quando a hora do almoço acabou por volta das três horas da tarde. Ambos sentaram junto ao balcão, frente a frente.

— Uau, eu realmente não pensei que anotar e entregar pedidos pudesse cansar tanto. — Christopher reclamou mexendo no cabelo.

— É. — riu ela. — Eu faço isso diariamente então estou acostumada.

— Inclusive a Ninel sempre te deixa sozinha aqui?

— Não. Sempre que ela sai o Seth ou a Leah acaba ficando aqui para me ajudar ou então acabo implorando ajuda para um dos meninos da reserva, só que hoje todos sumiram e o restaurante resolveu encher de gente, tudo conspirou contra mim!

"Ou ao meu favor.” Christopher pensou, mas preferiu ficar em silêncio e apenas sorriu.

— Obrigada! Você não precisava fazer isso, mas fez e me ajudou muito, obrigada. Espero que possa te recompensar, mas nem sei como te agradecer!

— Eu sei como! — sorriu e esticou o braço colocando uma mecha do cabelo dela que tinha escapado do rabo de cavalo, atrás de sua orelha.

— Cuidado com o que vai propor Uckermann! — falou meio surpresa com o gesto, mas sorrindo.

— Uau, calma, eu estou cheio de boas intenções.

— A estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções. Diga logo!

— Primeiro eu aceitaria um prato de comida, vim aqui disposto a almoçar e acabei trabalhando, estou morrendo de fome. — sorriu. — E segundo, hum, eu quero sair com você!

— Uckermann...

— Ei, me escuta primeiro ok? Você foi criada na cidade, pode me mostrar um pouco dela. Quero conhecer algum lugar bonito de Forks, fica a sua escolha.

— Um passeio turístico?

— Isso. Sem segundas intenções. Um passeio turístico. Você só tem que me mostrar um lugar que você goste muito, topa? — ele esticou a mão para um aperto simbolizando um acordo.

— Hum... Você me ajudou hoje e ganhou mais um ponto com isso então... — hesitante ela apertou a mão
dele sorrindo, trocando olhares.— Se você fazer alguma besteira que faça eu me arrepender de aceitar esse acordo não volte a me procurar está bem? Se puder saia da cidade.

— Não farei nada, prometo! Agora que tal irmos comer? Estou com fome!

Eles pegaram a própria comida na cozinha e sentaram-se juntos em uma das mesas para almoçarem conversando e rindo. Depois de almoçarem Christopher ajudou Dulce a limpar as mesas e organizar as coisas.

— Está bem Christopher, você já me ajudou demais por hoje, já pode ir embora. — ela sorriu.

Ele assentiu vendo, lavou a mão e ambos saíram do restaurante. Ele parou virou-se para ela, não queria ir embora e ficar o pouco que seja longe dela, sorriu disfarçando o desânimo:

— Nos vemos amanhã?

— Sim. Depois do almoço eu vou te levar para um dos meus lugares favoritos de Forks, você vai gostar! Não se esqueça de colocar um tênis confortável.

— Aonde vamos?

— Surpresa! — ela sorriu e acenou animada, então voltou para dentro do restaurante,

Christopher ficou vendo-a entrar no restaurante e a porta se fechando atrás dela. Sorrindo igual um bobo ficou ali encarando o nada por vários segundos até voltar à realidade e mexer no cabelo. Colocou uma das mãos no bolso do jeans e voltou para casa, pensando em como passar o tempo até o almoço do dia seguinte, a hora que veria Dulce novamente. Em que finalmente sairia com ela. Não seria nada romântico, mas era um começo certo?

•••