(Quinta-Feira.)
Dul estava bem mais que feliz. Fazia tempos que não acordava com o humor tão bom, talvez conviver com aquele idiota não fosse tão ruim. Como não teria que trabalhar poderia acordar na hora que quisesse, saiu da cama depois das 10 horas, ainda de pijama, foi para o banheiro e fez sua higiene pessoal, prendeu os cabelos bagunçados em um coque alto e estava pronta pra tomar café.
Mas antes, tinha algo o que fazer. Alguns cuidados... Femininos.
Saiu do quarto mordendo o lábio inferior e desceu, passando para sala e depois para o cozinha, parou encarando o grande armário que ficava junto a parede. Soltou o ar com força em uma lufada só e andou até ele, abriu uma das várias portas, a do canto, e tudo que via era uma maleta branca grande de primeiros-socorros, onde guardava todo e quaisquer tipo de medicamento. Com cuidado, pegou e andou até a mesa, onde pousou a caixa, abrindo-a. Era realmente grande e tinha remédio para tudo, mas procurava um específico. Ainda se lembrava das palavras da Ninel: — Tudo bem Dul, sei que você não precisa agora, mas e se um dia precisar? Eu cuido de você como uma filha e é assim que eu cuido da Leah, então fique com isso. Melhor pecar pelo excesso, que pela falta! — sorriu e entregou a Dul a caixa com os remédios. Com o dedo indicador foi vendo passando por todas as fileiras de remédios, até avistar a caixinha que procurava, seu anticoncepcional. Fazia algum tempo que não tomava e se Ninel não cuidasse dos remédios da casa, trocando-os sempre que passava do prazo de validade ou acabasse, não teria nenhum remédio na casa. Precaução. Não pretendia fazer nada, pelo menos não ainda, mas acidentes acontecem, não?
Já sabia o esquema sobre como tomar e controlar, pegou a cartela da caixa e deixou em cima da mesa, fechou a caixa, voltou a guardar dentro do armário. Pegou um comprido da cartela e guardou-a no bolso do pijama. Não sabia pra que exatamente pijamas tinham bolsos, mas estavam sendo úteis nesse momento. Encheu um copo d'água na pia, jogou o comprimido na boca e bebeu a água, engolindo-o.
— Dul..? Você está bem? — escutou a voz, preocupada, de Fernando. Virou-se no mesmo momento e lá estava ele, fardado terminando de colocar a jaqueta.
— Sim, por que? — perguntou erguendo a sobrancelha ao beber a água toda.
— Você está tomando remédio. Está se sentindo mal, filha? Precisa que eu lhe leve ao médico? Aonde está doendo, fala pro papai. — disse realmente preocupado se aproximando, Dul quase riu.
— Pai, deixa de ser dramático, eu estou ótima!
— Dulce Maria , o que eu lhe disse sobre esconder doença? Você não estaria bebendo remédio a toa, pode dizer pro pai, filha! — pegou o seu queixo com uma das mãos, enquanto abrindo seu olho para conferir a coloração. Atitude típica de pais.
— Para, eu estou bem! — tirou suas mãos de seu rosto, sorriu. — Eu estou ótima, isso é apenas um comprido, hum... De mulher.
— Dul... — pegou suas mãos e lhe olhou nos olhos. — Você não está usando drogas, né?
— Pai!
— Seja sincera com o seu pai, querida, porque se tiver, saiba que não vou te recriminar. Nunca! Não é o que eu queria para a sua vida, mas saiba que sempre é possível superar nossos problemas, eu vou te apoiar e sairemos dessa juntos...
— Fernando...
— Você não está sozinha, Dul! Tem seus amigos, eu, Ninel, estaremos todos do seu lado. Podemos te levar em uma clínica de reabilitação, pode ser difícil, mas não vou te abandonar...
— Pai, cala a boca ok? — pediu interrompendo-o, ele estava surtando e sabia que estava falando sério. Fernando se calou na hora. — É bom saber que se eu fosse uma viciada, teria seu apoio...
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SURREAL DREAM
Fanfiction||CONCLUÍDA|| +16 Christopher Uckermann é um colunista free lance e escritor conhecido por sua fama de conquistador festeiro e por ter um dos livros mais esperados do ano. Mas em meio a tudo isso, o que podia ser uma coisa boa acaba se tornando um p...