'ᴀᴄᴏʀᴅᴏ'

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(Terça-Feira.)

Dul acordou no dia seguinte cedo demais, na verdade não tinha dormido bem. Tinha ficando se revirando na cama por horas, sem encontrar uma posição confortável ou o sono, até adormecer e mesmo assim sem parar de pensar no que havia acontecido antes. Sentou na cama mexendo nos cabelos bagunçados, com o joelhos junto ao peito, assim ficou sentada por alguns segundos até ir pro banheiro do quarto fazer sua higiene matinal. Despiu-se rapidamente e entrou em baixo do chuveiro, a água morna caindo sobre sua cabeça e seu corpo, fechou os olhos. Christopher. Era só o que conseguia lembrar. O beijo.

Ela por fim se calou e se aproximou ainda mais. Ergueu uma das mãos lentamente alcançando o rosto dele, acariciou lentamente sentindo a leve e macia camada de barba sob seus dedos e olhos tão conectados ao dele que tudo que acontecesse ao redor de ambos passaria despercebido. A diferença de altura em nada atrapalhou, ela ficou um pouco na ponta dos pés e ele abaixou a cabeça, aproximando seus rostos, primeiro os narizes se roçaram, até seus lábios se tocaram pela primeira vez, ele lhe beijou apenas o lábio inferior.

— Eu vou me arrepender tanto disso. — Dul sussurrou ainda com os olhos fechados, segurando o rosto do Christopher entre as mãos e sentindo as mãos dele em sua cintura. E então puxou seu rosto para perto e colou seus lábios aos dele outra vez.

Foi tão lento que parecia ter durado uma eternidade, ele afastou o lábio levemente e voltou a colá-los com mais vontade. Sem sininhos tocando, anjinhos cantando, fogos de artifício e chuvas de balões em formato de coração. Mas era tão mágico quanto, mas sem todo o conto de fadas da Disney, apenas os dois, a luz do luar e o barulho das ondas. O estômago de Dul se revirava e a boca de uma pessoa nunca foi tão macia quanto a de Christopher. Os lábios dele se pressionaram contra os dela até que ela cedeu espaço os abrindo para que sua língua conseguisse adentrar naquela boca, então ela sentiu seu hálito quente e delicioso. Foi o suficiente. Ela se desligou do mundo e se ligou totalmente ao Christopher. E a aquele momento.

Suas bocas se encaixavam e se movimentavam em sincronia, suas línguas dançavam se acariciando como feitas uma para a outra, o beijo perfeito. Dul afastou suas bocas dando-lhe dois selinhos, ficou com os olhos fechados com medo que fosse tudo um sonho e ele não tivesse mesmo ali, que nada daquilo estivesse acontecendo.

— Dul? — Christopher a chamou baixo, ainda segurando por sua cintura.

— Eu tenho que ir. — ela disse rapidamente ao perceber que era real e que tinham se beijado. Soltou o rosto de Christopher e andou para trás, se desvencilhando dele.

— Mas o que...

— Tchau, boa noite. — Dul disse meio nervosa e saiu andando, deixando-o parado ali sem entender nada, se afastou. Quando estava um pouco distante, parou e virou-se para ele, sorriu e acenou. — Feliz duas semanas em Forks!

E então foi em direção ao seu carro para voltar pra casa.

Dul voltou a realidade piscando forte e resmungando o quanto Christopher era um lindo forasteiro idiotamente idiota. Terminou de tomar seu banho e pegou a toalha branca pendurada colocou a envolta dos seios cobrindo seu corpo e prendeu. Escovou os dentes na pia e depois penteou os cabelos molhados. Se vestiu rapidamente – colocando uma calça jeans e uma camiseta baby look simples, calçou o all star de sempre. Desceu para a cozinha, onde Fernando terminava seu café da manhã na mesa lendo jornal.

— Bom dia pai! — ela disse baixo apenas por educação indo para a geladeira, não estava com vontade de conversar ou responder a interrogatórios.

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