ғᴏʀᴀsᴛᴇɪʀᴀ ɪᴅɪᴏᴛᴀ ᴇ ɴᴀᴛɪᴠᴏ ɪɴᴏᴄᴇɴᴛᴇ

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— Oi Christopher. — Dul falou com um sorriso nervoso nos lábios.

Era estranho estar ali o vendo novamente. Todos os olhos estavam em mim, olhos horrorizados, confusos e surpresos, mas nada me importava, eu só tinha olhos para ele. E foi exatamente assim que eu cheguei a essa confusão. Depois de muita dificuldade, uma longa viagem, eu estava perto dele novamente.

Christopher falou alguma coisa, mas estava realmente muito longe e ela não conseguiu ouvir. Então ele ergueu o microfone e falou nele:

— o q-que você faz aqui? — perguntou confuso e ainda esperando acordar de um sonho.

— Eu só... — ela pensou no que falar enquanto andava, tentando se aproximar. — A gente pode conversar? É realmente estranho falar nesse microfone.

Deu uma risada nervosa, mesmo entre lágrimas. Christopher abafou o risinho e desceu do palco com o microfone na mão. Olhou para o lado e viu Anahi e Poncho juntos (confusos, assim como ele), mas voltou a olhar para Dul e andar em sua direção.

Até que pararam frente a frente. A uma distância de um braço. Talvez um lugar mais reservado e íntimo fosse melhor, mas ali eles não conseguiam notar a presença de ninguém, voltaram a ficar na bolha dos dois.

Eram apenas os dois no meio de uma multidão.

— Eu devo ser a última pessoa que você queria estar vendo, né?

— Você sabe que isso não é verdade. Dul...

— Christopher, me perdoa, por favor, me perdoa! — falou interrompendo-o e novamente as lágrimas foram se formando em seus olhos. — Eu errei. E céus, como eu me arrependo disso.

— Você não tem pelo que me pedir perdão, você também sabe disso.

— Sim, eu tenho! Você foi tipo, a melhor coisa que já me aconteceu em anos e eu tive a capacidade de estragar tudo. Se você soubesse o quanto me arrependo. Eu estraguei tudo por medo, insegurança, covardia, por vários sentimentos. Eu pensei que... Eu pensei que se isso ia terminar, se eu terminasse tudo e "saísse por cima", ia conseguir superar tudo que vivemos mais rápido, mas não foi assim. Só me faz sentir aquele maldito gosto do arrependimento todos os dias, da hora que acordo até a hora que vou dormir. — falou sinceramente e repetiu as últimas palavras que ele tinha dito na entrevista ao Good Morning America.

— Você viu as entrevistas. — falou com um tom monótono.

— Vi todas. E li o seu livro, ele está fantástico. E agora eu ouvi tudo que você disse, eu só queria voltar no tempo e desfazer toda aquela merda que eu fiz ao te deixar ir. Christopher, se eu tivesse uma segunda chance, eu nunca, nunca, te deixaria ir novamente. Porque sem você tudo pareceu sem sentido algum. Sem você tudo ficou... Cinza. — ela piscou, deixando grossas lágrimas descer por seu rosto, então voltou a encará-lo. — Eu não estava no preto total, como fiquei com James, só cinza. Não estava morta, porque eu vivia na base das nossas memórias e do seu eco. Sabe o quanto é horrível passar o dia inteiro servindo mesas, na esperança que você passe pela porta e encha meu dia com a sua idiotice de forasteiro? — perguntou com um sorriso trêmulo.

Christopher soltou uma risadinha. Escutava todas suas palavras com atenção, lhe olhando nos olhos. Ainda era difícil acreditar ser verdade. Seus olhos começaram a marejar.

— No começo eu pensei que você seria só mais um forasteiro que tentaria me levar pra cama e deixei bem claro pra mim que não devia me envolver, já tinham me ferido quando eu me deixei levar, não queria que acontecesse de novo, eu era tão presa ao passado, mas desde o começo você se mostrou diferente. Você foi tão paciente comigo, tão cuidadoso, tão carinhoso, tão você... Mesmo com seus momentos irritantemente idiota, mas acho isso, em você, nunca foi defeito, só deixava tudo ainda mais interessante. Interessante suficiente para me interessar, eu estava me deixando envolver e não queria acabar fodida no fim, como sempre acontecia. Você foi tão incrível comigo e no fim, eu acabei fodendo com tudo. Tentando não me machucar, acabei machucando a você. — ela parou e engoliu seco, respirou fundo e continuou: — Me perdoa, por favor.

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