ᴘʀᴀɪᴀ

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(Sábado)

Acorda! É sábado! — Christopher cantarolou animado. — Acorda, acorda, acorda!

Hum... Eu te odeio tanto... — Dul resmungou sem abrir os olhos. — Cala a boca.

— Não Dul, acorda e vamos levantar para curtir o nosso sábado. Sabia que já passou do meio dia? Está tarde. — Christopher informou.

Ele ainda estava deitado e olhando para o teto, enquanto Dul estava de costas para ele com o rosto amassado contra o travesseiro. Ambos ainda cobertos com o edredom. Christopher se sentia bem melhor, o que era de se esperar, sabia que seu corpo era fresco e dava esses repentinos dias doentes sempre e isso piorava durante viagens, era curioso e inútil.

Christopher começou a se mexer na cama propositalmente, mexia os braços, o tronco, as pernas e bateu em Dul diversas vezes.

— Eu não consigo ficar confortável, isso é ridículo. Preciso levantar, vamos Dul.

— Fica quieto. — ela mandou.

— Por quê? Dul, vamos passar um lindo dia juntos e está um tempo meio bom, o que é milagre em Forks. E eu estou me sentindo bem melhor, vou te compensar, vamos vai, acorda e...

— Cala a boca! Ou eu vou rasgar a sua garganta e arrancar as suas cordas vocais, e ai vou te fazer engolir pela bunda. Cala a boca, idiota! — Dul ameaçou, mas sem abrir os olhos ou virar-se.

Christopher se desculpou e ficou de costas para ela, mas não pretendia desistir tão fácil:

I believe I can fly... I believe I can touch the sky... — cantou e depois cantou sussurrando: — think about it every night and day... — então fez uma extremamente aguda e cantou quase gritando: — Spread my wings and fly away!

Dul se irritou completamente e virou-se abruptamente, ergueu o joelho atrás dele para dar impulso e o empurrou com força, Christopher caiu direto no chão. Ela foi para o lado da cama onde ele estava antes e o fuzilou com os olhos, que a encarava confuso e rindo.

— Uau, quer saber? Esse chão não é nenhum pouco confortável, mas aposto que se você estivesse aqui seria melhor, quer vim pra cá? — piscou maliciosamente.

Ela bufou e pegou o travesseiro da cama, ficou em pé e bateu nele várias e várias vezes com força usando-o como arma. Christopher se defendia com os braços, gemendo e rindo da situação. Dul jogou na cara dele e andou até a porta.

— Vou tomar banho e me arrumar no quarto da Mai, pra você deixar de ser idiota. Tchau. — saiu do quarto e bateu a porta com violência.

Ele ficou rindo. E o pior, não estava com raiva ou se sentindo frustrado. Teria sido legal tomar banho com ela, mas tinha sido muito bom irritá-la um pouco logo de manhã, e passaria o resto do dia com ela. Ficou em pé e foi para o banheiro, ia tomar banho e encontrar com ela na cozinha para tomarem café.

Eles se encontraram na cozinha vários minutos depois. Christopher já estava sentado em um banco alto da ilha da cozinha, de jeans e camisa de flanela xadrez, e viu Dul se aproximar com uma roupa da Mai, um short marronzinho curto, uma camiseta cinza com um desenho chamativo na frente, all star e um cardigan preto aberto que cobria até o seu bumbum.

— Bom dia, nativa! — Ele cumprimentou sorridente e em troca recebeu o olhar mal humorado dela. — Você fica tão linda mal humorada.

— Linda até eu pegar uma faca e furar seus olhos né? — perguntou irônica, fazendo-o gargalhar.

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