XXIII

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Na manhã seguinte acordei com Rosalya jogada em cima de mim, ela conversava e ria com Kim, sem se preocupar em estar me matando sufocada.

- Rosa, será que você pode sair de cima de mim? - Fiz careta pra ela.

- Ai, desculpa. - Ela sentou do lado vago na cama.

- Acorda menina que a Rosalya já me contou o babado de ontem. - Kim se sentou na minha cama também.

- Vocês não me deixam nem acordar direito.

- Com esses chupões que você ta no pescoço, imagino que a madrugada tenha sido muito boa. - Kim me lançou um olhar malicioso.

- Ai meninas! - Tapei meu rosto com o travesseiro.

- Vai garota, conta o que aconteceu depois que eu subi. - Rosalya me chacoalhou.

- Afinal, o que você tava fazendo lá em baixo, Rosa?

- Eu tinha descido pra beber água quando ouvi vocês dois quase derrubando a porta, Deus não poderia ter sido mais generoso comigo. - Ela bateu palminhas.

- Que vexame. - Passei a mão no rosto envergonhada.

- Deixa de enrolar, conta logo pra gente. - Kim segurou minha mão.

- Nós transamos no banheiro lá de baixo. - Falei de uma vez.

- NÃO CREIO! - Kimberly gritou.

- Fala baixo! - Arregalei os olhos pra ela.

- Eu sabia!!! - Rosalya começou a pular no quarto.

- Mas, eai, foi bom? - Kim se acalmou.

- Ai meninas, foi sim! - Me animei.

- O melhor sexo é o da reconciliação. - Rosalya assentiu freneticamente com a cabeça.

- Eu nem sei como vou olhar pra cara dele agora de manhã. - Suspirei.

- Primeiro nos precisamos dar uma disfarçada nessas marcas. - Rosa me puxou da cama e me pôs na frente do espelho.

- Minha nossa. - Me assustei ao ver várias marcas de chupão em meu pescoço, seios e barriga.

- Se decermos seu short, vamos ver mais disso? - Kim me olhou e riu.

- Eu acho que sim. - Acabei rindo também.

- Menina, a madrugada foi loooonga. - Rosalya deu um tapa em minha bunda.

- Ai meninas, por favor, não falem disso na frente dos meninos.

- Relaxa amiga, isso não sai desse quarto.

As meninas me ajudaram a disfarçar as marcas visíveis, mas com certeza hoje não seria um dia para usar biquíni. Descemos para o café da manhã e todos já estavam na mesa, menos Nathaniel. Castiel me olhou estranho mas não disse nada, todos tomaram café e decidiram ir para o mar, mas como eu não poderia pôr um biquíni hoje, fiquei em casa cuidando da louça e do almoço.

Estava distraída lavando os pratos quando senti braços fortes rodearam minha cintura e alguém deu um beijo em meu pescoço.

- Bom dia linda. - Nathaniel me virou de frente para ele.

- Bom dia. - Sorri para ele e lhe abracei.

- Dormiu bem? - Ele pôs meu cabelo atrás da orelha.

- Sim, e você?

- Teria sido melhor se você tivesse dormido ao meu lado. - Ele se inclinou e me deu um beijo.

- Tá com fome? - Perguntei quando ele me soltou.

- Um pouco. - Ele maneou a cabeça.

- Deixei comida pra você dentro do microondas. - Lhe dei um selinho e voltei a lavar os pratos.

Nathaniel sentou-se no balcão da cozinha e começou a comer, mesmo de costas senti seu olhar queimar em mim.

- Você não vai à praia? - Ele se levantou e pegou a bucha de pratos da minha mão.

- Hoje não. - Me afastei um pouco para que ele pudesse terminar de lavar os pratos.

- Por quê não? - Percebi ele se fazendo de sonso.

- Estou cheia de marcas roxas no corpo. - Revirei os olhos.

- Você caiu de algum lugar? - Ele riu.

- Cai, mas pelo visto você também. - Cheguei mais perto e vi sua nuca e ombros cheios de marcas roxas e arranhões.

- Pode-se dizer que sim. - Ele jogou espuma em mim. - Mas eu cairia de novo muitas vezes.

- Nathaniel. - O olhei assustada.

- O quê? - Ele ficou nervoso também.

- Não usamos camisinha Nathaniel, eu sou muito nova pra ser mãe! - Me desesperei.

- Calma! - Ele começou a rir.

- Não ri seu idiota.

- Olha, vamos fazer assim. - Ele me acalmou. - Vamos até a cidade com a desculpa de que falta algo para fazer o almoço. Ai passamos na farmácia e eu compro uma pílula pra você e camisinhas.

- Tudo bem. - Suspirei aliviada.

- Vamos nos aprontar e ir. - Ele me deu um beijo e saiu.

Tudo bem, meu surto passou, vamos a cidade, vou tomar a pílula e vai ficar tudo bem. Mas que idiota transar sem camisinha, e se eu pego uma doença? Ária burra! Nathaniel voltou e nós fomos para a cidade, ele entrou na farmácia e saiu com uma pílula do dia seguinte e uma sacola cheia de camisinhas. Decidi não comentar nada sobre a quantidade de camisinhas, afinal, se ele quiser usar todas eu não vou reclamar. Compramos algumas verduras e voltamos logo para a casa, quando chegamos o pessoal ainda estava na praia, não nos viram sair e nem chegar.

Passamos o resto da manhã cuidando do almoço, devo admitir que foi muito bom voltar a ter esses momentos com ele, nós costumávamos cozinhar juntos no apartamento dele, quase todos os dias na verdade. Eu fazia o jantar para ele logo no início de sua mudança, por que ele não se dava bem na cozinha. Quase queimamos o arroz por que esquecemos do tempo nos beijando, mas no final tudo deu certo. Após o almoço, todos foram para o terraço e ficaram jogando conversa fora, entrei para beber água e Castiel veio atrás de mim.

- O que aconteceu entre você e o imbecil? - Ele me perguntou quando chegamos na cozinha.

- Como assim, gato? - Me fiz de desentendida.

- Não banca a sonsa, eu te conheço.

- Nós transamos.

- Quê?! - Ele arregalou os olhos e falou um pouco alto demais.

- Fala baixo! - Tapei a boca dele.

- Como assim? Quando isso aconteceu? Como isso aconteceu? - Ele parou e me encarou.

- Eu imagino que você saiba como se faz sexo. - Ele me olhou entediado. - Aconteceu ontem de madrugada.

- Menina, você é ligeira. - Ele começou a rir. - Pelo menos saiu da seca.

- Deixa de ser idiota. - Lhe dei um tapa.

- E esses chupões ai? Meu Deeeeus. - Ele fez um escândalo e levantou minha blusa. - Eita que Nathaniel virou homem! - Ele saiu rindo.

Voltei para perto de nossos amigos e percebi Nathaniel meio estranho, não dei muita atenção por quê não aconteceu nada demais no dia de hoje, muito pelo contrário, passei o dia quase todo com ele.

Back to me - Nathaniel Onde histórias criam vida. Descubra agora