XLIV

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Naquela noite Nathaniel me levou em casa, mas não entrou, me deu um beijo na bochecha e foi embora. Eu mal podia acreditar que havia dito sim, que aceitei viajar com ele, que o beijei, que fiz todas as coisas que minha mente dizia para não ter feito. Mas eu fiz e estava muito feliz por ter feito, ele se declarou para mim na frente de toda a Universidade, me escreveu músicas e se ajoelhou a meus pés, talvez ele mereça o benefício da dúvida.
Nós viajariamos na sexta, pois o prêmio valia para o fim de semana, eu estava nervosa por ficar sozinha com ele depois desse tempo sem contato, será que devo me entregar os momentos ou ter cautela? Enquanto arrumava as malas me lembrei que antes de eu ir embora, havíamos feito planos para viajar juntos para esquiar, incrível como a vida da voltas e nos coloca exatamente onde devemos estar. 

Na sexta feira bem cedo Nathaniel já me esperava em frente ao prédio, seu sorriso iluminava o rosto de uma orelha a outra, o clima todo dava a entender que seria nossa primeira viagem como um casal, e realmente seria.

- Tá pronta? - Ele sorriu ao me ver.

- Estou sim, e você? - Lhe dei um beijo na bochecha.

- Tá brincando? - Ele segurou minha cintura. - Eu não poderia estar mais feliz.

- Vamos nessa. - Sorri um pouco tímida.

Nath guardou minha bagagem na mala do carro junto com as mochilas dele e abriu a porta do carro para mim.

- Finalmente vamos fazer nossa viagem para esquiar. - Ele me olhou sorrindo.

- Você ainda se lembra.

- Eu nunca esqueci.

- Bem, então você vai precisar me ensinar a esquiar.

- Te ensino tudo que você quiser. - Ele sorriu, mas senti um tom sacana em sua voz.

Boa parte da viagem nos seguimos em silêncio, ouvindo músicas e comendo porcarias, quando chegamos no hotel não foi difícil fazer o registro, a única surpresa que tive foi o fato de ficarmos em um chalé afastado dos demais, quase como algo exclusivo.

- Gostei da distância. - Nathaniel sorriu.

- Quem pagou por esse prêmio? - Questionei.

- Eu não faço ideia. - Nathaniel deu de ombros.

- É muito bonito. - Eu disse assim que entramos no chalé. Havia uma sala com lareira, uma cozinha pequena e um quarto com banheiro. Tudo era rústico e feito de madeira, com janelas a prova de som.

- Você ta com fome? - Nathaniel perguntou da cozinha.

- Um pouco.

- Os armários estão abastecidos, vou fazer o almoço.

- Tudo bem, eu vou tomar um banho. - Avisei e fui para o quarto.

- Quer companhia?! - Ele gritou, mas eu não respondi. - Cedo demais?! - Ele perguntou.

- Sim! - Eu respondi.

Quando saí do banho, senti o cheiro de macarrão a bolonhesa, Nathaniel tinha posto uma mesa de centro na sala, com algumas almofadas e edredons, os pratos já estavam cheios e os copos de suco também.

- Vem, aproveita que ainda ta quente. - Nathaniel já estava sentado.

- O cheiro ta muito bom. - Me sentei ao seu lado.

- Espero que o sabor também. - Ele deu um risinho. - Você sabe que cozinhar não é bem o meu forte.

- Deixa eu provar. - Enrolei o macarrão no garfo e pus na boca enquanto o olhar atento do Nath me acompanhava.

Back to me - Nathaniel Onde histórias criam vida. Descubra agora