XLVII

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Depois de nossa guerra de bolas de neve, nós voltamos para o chalé com os narizes congelados. Nathaniel correu direto para a lareira e acendeu o fogo, depois foi atrás de mim na cozinha para começarmos a fazer a lasanha. Uma hora depois, com muita sujeira pra limpar, a lasanha finalmente estava no forno e meu estômago já roncava de fome.

- Meu Deus, sua comida devia ser considerada um evento. - Nathaniel falou assim que terminou dia primeira fatia de lasanha. Ele era louco por massas.

- Não exagere.

- Eu tô falando muito sério, isso aqui não é desse mundo. - Ele apontou para a travessa de lasanha.

- Meu Deus, vai lamber a panela?

- Eu poderia. - Ele deu mais uma garfada. - Facilmente.

Depois de um almoço regado a muito vinho, nós ficamos um pouco altos e acabamos dormindo a tarde inteira, por mais incrível que isso possa parecer, nada aconteceu, Nath apenas me abraçou e pegamos no sono igual bêbados na calçada. 
Eu acordei com ele falando ao telefone, fazendo uma reserva para o jantar, eu não sabia que esse jantar era tão importante a ponto de uma reserva ser feita, estava ficando nervosa.

- Ei, linda. - Ele veio até a cama e me deu vários beijos no ombro. - Precisamos nos arrumar para o jantar.

- Tá bom. - Falei ainda sem abrir os olhos e senti ele me dar um selinho.

- Eu vou tomar um banho. - Nath levantou da cama e entrou no banheiro.

Infelizmente eu não poderia escolher uma roupa sexy ou bonita, por que meus ossos congelariam juntamente com meu sangue, eu teria que me vestir igual uma astronauta. Nathaniel saiu do banheiro vestido, ele estava muito lindo. Antes que eu pudesse me distrair com a beleza dele, me levantei e segui para o banheiro também, escolhi uma calça boca de sino com cintura alta, um blusa de botões com gola e um blazer, o restaurante era um pouco chique demais, assim como todo o hotel, eu não podia passar vergonha.
Pouco tempo depois eu também sai vestida e ele já me esperava na sala.

- Pronta? - Ele se levantou.

- Sim.

- Então vamos. - Ele pegou minha mão e nós saímos.

Embora estivéssemos em meio a uma nevasca, o hotel sempre mantinha um caminho de lajotas limpo para que pudéssemos seguir em segurança para o hotel principal. Nós fomos andando por ele e tentando não congelar com o frio, meu sobretudo não conseguia deter o vento, então Nathaniel me abraçou e nós apressamos o passo.

Bem, eu tinha razão sobre o restaurante ser podre de chique, logo que entramos sentimos o calor nos abraçar, era algo bom demais. Um funcionário veio pegar nossos casacos e nos guiou até nossa mesa. Não haviam muitas pessoas no local, mas os hóspedes pareciam bem felizes por estarem lá. Nossa mesa ficava próxima de uma das muitas lareiras que aqueciam o local, era pequena e redonda, com um arranjo de cristal em cima e algumas velas. Um cardápio foi posto na frente de cada um de nós, os pratos variavam, até sushi ofereciam.

- O que vai pedir? - Nathaniel me olhou por cima do cardápio.

- Acho que vou querer o salmão com molho de maracujá e batatas douradas.

- Você sempre teve um gosto mais refinado que o meu. - Ele riu. - Eu iria pedir um arroz com frango, mas vou pedir o mesmo que você.

- Bobão. - Também ri.

- Escolhe uma bebida que combine.

Nathaniel chamou o garçom e fizemos nosso pedido, juntamente com os pratos, pedi dois martines e a comida não demorou nem cinco minutos pra chegar, o que me fez desconfiar se estávamos comendo algo pronto a uma semana.

Back to me - Nathaniel Onde histórias criam vida. Descubra agora