- Eu disse que você ia conseguir. - Nathaniel ria e bagunçava meu cabelo enquanto entrávamos na cabana.
- Consegui o quê homem? Eu mal me mantive de pé.
- Mas todo mundo começa de algum modo. - Ele colocou as botas perto da lareira.
- Eu não comecei de jeito nenhum, eu não podia soltar sua mão. - Coloquei minhas botas perto das dele.
- Eu gostei disso. - Ele riu e se abaixou para acender o fogo.
- Engraçadinho.
- É sério. - Levantou e me encarou. - Quer ajuda pra tirar o casaco?
- Não precisa. - Fiquei um pouco tímida sob o olhar dele.
- Tudo bem. Você quer fazer o jantar, ou prefere pedir serviço de quarto?
- Eu faço. - Sorri pra ele.
- Oba! - Ele saiu feliz da vida pra tomar banho.
Tirei as roupas mais quentes e fiquei com o short térmico que vestia por baixo e o top de academia, faria o jantar e depois iria tomar banho. No almoço Nathaniel havia feito macarrão, então eu não iria fazer outra massa para o jantar, embora combine muito com o clima frio e um bom vinho. Decidi então fazer um strogonoff de frango com arroz, pus algumas torradas com manteiga e orégano no forno e pronto, rápido, simples e gostoso.
- O cheiro ta muito bom. - Nathaniel entrou na cozinha, mas parou me encarando.
- O que foi? - Fiquei assustada quando vi seu olhar.
- N-na-nada. - Ele gaguejou, mas seus olhos não piscavam. Nathaniel encarava meu corpo, só aí me lembrei que estava com um short justo e de top. Boa Ária, sendo burra, como sempre.
- Olha as torradas no forno, eu vou tomar banho. - Sorri sem graça e passei voando por ele.
- Que saúde. - Ouvi ele sussurrar e não pude evitar de sorrir.
Saí da cozinha sentindo os olhos de Nathaniel queimarem em mim, mas me concentrei em não olhar para trás. Demorei alguns minutos no banho, a água quente era ótima, fiquei em dúvida sobre qual roupa pôr, eu vi o olhar dele, sabia que no momento que eu quisesse qualquer coisa rolaria, mas estava tentando me controlar e ir devagar. Acabei pondo uma calça de moletom, uma camiseta e meias bem grossas.
- Eu tirei as torradas do forno, mas não sei se estão no ponto. - Nathaniel falou assim que cheguei na cozinha.
- Deixa eu ver. - Provei uma das torradas, não estava bem no ponto, mas eu não ia dizer nada. - Estão boas.
- Hum. - Ele assentiu, mas acho que não acreditou. - Vou pôr a mesa.
Nathaniel levou a mesinha de centro para a sala novamente, enquanto eu levava a travessa com o strogonoff, ele levou o arroz e as torradas, quando me sentei e liguei a televisão, ele apareceu com uma garrafa de vinho e duas taças.
- Vinho tinto? - Levantei uma sobrancelha e sorri.
- É o seu favorito, não é? - Ele sentou do meu lado.
- É sim. - Peguei a taça que ele me estendeu. - Pensou nos detalhes.
- É onde o amor mora. - Ele disse sem me olhar.
- Estou tentando achar alguma coisa legal pra ver, mas não encontro nada. - Mudei de assunto.
- Deixa eu ver. - Nath pediu o controle e começou a mudar os canais, até que ele parou no filme Para todos os garotos que já amei. Bem propício.
- Sério que ela se apaixonou por tantas pessoas? - Nathaniel estava revoltado com o fato da Lara Jean escrever para tantas pessoas.
- Esse filme é um clichê, Nath, sempre tem algo assim.
- E qual é a desse Peter, de fingir que tá namorando a menina, isso é o quê, uma fanfic?
- Haha, meu Deus! Você não fica tão revoltado assim vendo documentários sobre a fome no mundo.
- Esse filme é ridículo. - Ele cruzou os braços.
- Mas no final fica fofo. - Brinquei com ele.
- Essas cartas da Lara Jean me fizeram lembrar daquela história que você escreveu no segundo ano, pra aula de artes. - Ele me olhou sorrindo.
- Eu lembro, eu a perdi.
- Na verdade, não perdeu. - O olhei confusa. - Eu meio que peguei da mesa do professor quando ele deu as notas e guardei comigo.
- Você roubou minha história?
- Sim. - Ele riu. - Eu a lia todas as noites antes de dormir e ainda a tenho.
- Meu Deus, Nath!
- Desculpa. - Ele riu. - É que ficou muito boa e eu queria muito ter algo de você.
- Um stalker. - Dei um gole no vinho.
- Eu já era totalmente apaixonado por você naquela época. - Ele me olhou um pouco tímido.
- Vai me deixar sem graça desse jeito. - Voltei meu olhar pra televisão.
- Meu coração sempre foi seu, Ária, naquela época e agora. - Ele calmamente se levantou e seguiu pra cozinha, como se não tivesse dito nada.
Nathaniel voltou e nos aconcheganos no sofá, terminamos de ver toda a trilogia do filme e ficamos vendo programas aleatórios na televisão. Eu sentia sua mão acariciar minha cintura por cima da minha camiseta, e eu estava abraçada a seu peito. Aquele momento me transmitia uma calmaria enorme, eu estava feliz por estar com ele, só nós dois, resolvendo nossos problemas e conversando, novamente, era como se nada nunca tivesse saído do lugar.
Minha cabeça começou a pesar e eu sentia meus olhos fechando, estava tentando me manter acordada, para curtir mais daquele momento com ele, mas eu realmente não conseguia. O sono me puxava com força e eu não consegui evitar. Senti meu corpo ser erguido lentamente, Nathaniel me carregava para o quarto com todo cuidado do mundo, nós não tínhamos conversado sobre dormir juntos ou não, eu estava bem nervosa com isso, mas acabei deixando a decisão a cargo dele, afinal, eu estava dormindo.
Lentamente ele se abaixou até me pôr delicadamente na cama, Nathaniel estava mais magro, mas ainda tinha força. Um edredom foi colocado em cima de mim e eu ouvi seus passos se afastando, a televisão foi desligada, o crepitar da lareira ficou mais alto, as janelas foram fechadas e ele retornou ao quarto. O colchão afundou ao meu lado e pude sentir a presença dele bem perto de mim, Nathaniel se deitou perto, mas não encostou, eu sentia sua respiração em minha nuca, mas não me mexi, não seria eu a dar o primeiro passo.
Eu já estava quase pegando no sono novamente quando senti sua mãos se arrastar bem devagar por minha cintura e meu corpo foi puxado para perto dele, notei que ele estava sem camisa e não entendi como alguém conseguiria dormir sem roupas em um frio daqueles, mas também não era como se eu fosse reclamar. Agora eu estava mais confortável, seu rosto repousava em minha nuca e sua mão me mantinha perto, o calor e a proximidade com ele me fizeram dormir facilmente, era bom demais estar nos braços dele de novo.
Eu poderia estar sendo a mulher mais burra do mundo e a grande decepção das feministas, mas se eu tivesse que quebrar a cara mais uma vez, eu quebraria, até aprender.
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Back to me - Nathaniel
FanfictionAfoguei no seu mar, quero ser o seu par, você é ímpar. Primeiro livro da série de Amor doce.