Back to me - Nathaniel

III

O despertador me acordou as sete em ponto, meu corpo estava um pouco mais descansado, minha mente nem tanto, preciso contar a Rosalya sobre meu encontro com o Nathaniel.

Tomei um banho gelado para espantar a preguiça, respondi as mensagens que Rayan havia me mandado e desci para procurar o que comer. Acabei por comer algumas frutas, quando terminei de escovar os dentes a campanhia tocou.

- Bom dia Ária! - Rosalya me abraçou e entrou no apartamento.

- Bom dia Rosa! - Fechei a porta e segui atrás dela para a cozinha.

- Pronta para mais um dia longo? - Ela encheu um copo com água.

- Acho que sim. - Passei a mão em meu braço meio desajeitada.

- O que foi? - Ela deu um gole na sua água.

- Encontrei com o Nathaniel ontem. - Ela cuspiu a água no ar.

- O QUÊ? - Arregalou os olhos. - Quando isso aconteceu?

- Depois que nos despedimos. - Puxei uma cadeira e me sentei apoiada na mesa.

- Me conte isso direito, Ária. - Rosa se sentou a minha frente.

- Aí, Rosalya. - Meus olhos encheram de lágrimas, enfiei as mãos nos cabelos e apoiei a testa nas palmas.

- Ei, você precisa respirar.

- Ele ainda tem mágoa de mim.

- O que aconteceu quando se encontraram? - Levantei a cabeça e apoiei o queixo nas mãos, Rosa me olhava com uma expressão preocupada.

- Eu não o reconheci de primeira. Está tão mudado. - Falei mais para mim do que pra ela.

- Eu te falei.

- Eu só não imaginava que fosse tanto. Até a personalidade.

- Ele te disse algo?

- Disse que eu estou bonita. - Vi Rosa ensaiar um sorriso.

- O que mais?

- Foi embora.

- Não conversaram muito.

- O jeito que ele me olhou. - Uma lágrima escorreu por minha bochecha. - Tão apático, me doeu tanto.

- Eu não sei se você se lembra, mas deveria lembrar... - Rosa se levantou e sentou na mesa, apoiei minha cabeça em suas pernas. - Nathaniel tinha o costume de sempre te cumprimentar com um elogio. 

- Eu não me lembrava disso.

- Eu sempre achei fofo demais esse costume que ele adquiriu e ao que parece, ele não o perdeu.

- Isso não quer dizer nada.

- Claro, se você quer assim. - Ela soltou uma risadinha.

- Estou confusa, Rosa.

- Olha, você sabia que ia voltar, sabia que iria encontrá-lo. - Ela começou a trançar meu cabelo. - Mas imagine o choque que o Nath levou quando te viu do nada no meio da rua.

- Eu não pensei por esse lado.

- Aposto que o coitado mal dormiu. Ele fugiu de você. - Ela riu. - Típico dele quando fica nervoso.

- Não sei com que cara olharei para ele caso cruzemos nossos caminhos.

- Seus caminhos já estão cruzados a muito tempo, agora levante, temos que fazer a sua matrícula e te arranjar um emprego. - Levantei vagarosamente, cocei os olhos para retirar as lágrimas e caminhei até a sala para pegar minha bolsa.